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Tesla muda rumo da indústria de carro elétrico com projeção

A Tesla assumiu o cronograma de produção automotiva mais ambicioso desde o Ford Model T e o antecipou em 2 anos

Tesla: empresa agora planeja produzir 500.000 carros elétricos por ano a partir de 2018 (Divulgação/Tesla)
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Da Redação

Publicado em 5 de maio de 2016 às 17h45.

A Tesla assumiu o cronograma de produção automotiva mais ambicioso desde o Ford Model T e o antecipou em dois anos.

A empresa agora planeja produzir 500.000 carros elétricos por ano a partir de 2018. A quantidade é 10 vezes maior que o número de veículos produzidos pela empresa em 2015 e suficiente para garantir que todos os 400.000 clientes que realizaram um depósito de US$ 1.000 para o futuro Model 3 se qualifiquem para um significativo subsídio nos EUA.

Quanto à decisão de dobrar a aposta, até mesmo a meta original de 2020 era considerada um tiro no escuro por Wall Street. A nova meta comprometeria a fabricante de veículos a uma taxa de crescimento da produção mais rápida que a da Ford Motor no início dos anos 1900. Na ocasião, Henry Ford criou o sistema de linha de produção com o Model T, o primeiro carro popular movido a combustão.

Um século depois, o CEO da Tesla, Elon Musk, quer que o Model 3 seja o neto elétrico do Model T. Atualmente, ele vislumbra a venda de cerca de um milhão de unidades até 2020.

“Minha mesa está no fim da linha de produção”, disse Musk em teleconferência sobre lucros na quarta-feira. “A equipe toda está superfocada”.

Apesar do entusiasmo de Musk, os céticos dizem que a aceleração planejada é insustentável na era moderna. Se a Tesla tiver sucesso -- e até mesmo Musk admite que a meta é difícil --, será uma mudança tectônica no mercado global de veículos elétricos, assim como foi o Model T para o motor a combustão.

A seguir, um esboço do que a Tesla precisa fazer nos próximos dois anos para atingir seu novo objetivo:

“Isto revolucionaria toda a indústria automotiva global”, disse o analista da Bloomberg New Energy Finance (BNEF), Salim Morsy. “Mas para isso muitas coisas precisam dar certo, muito certo”.

A BNEF computou 234.000 vendas de carros elétricos em todo o mundo no ano passado e a Tesla respondeu por um quinto do mercado, disse Morsy. Para avançar no novo caminho, a Tesla precisaria produzir mais carros no ano que vem do que toda a indústria global de carros elétricos fabricou em 2015.

O primeiro carro produzido em massa pela Tesla, o Model 3, que custa US$ 35.000, precisará chegar ao mercado no prazo, e com grande impulso, no fim de 2017. A fábrica de baterias da Tesla, em Nevada, nos EUA, precisa prosperar, os custos terão que cair e a capacidade de produção de veículos precisa aumentar a uma taxa assombrosa.

Para contextualizar: a Tesla nunca conseguiu atingir um dos prazos de Musk para o lançamento de um novo produto. Nem uma vez.

Mas se a Tesla conseguir desta vez, os consumidores americanos que já estão esperando na fila aproveitarão um incentivo fiscal federal atualmente avaliado em US$ 7.500. Esse subsídio cairá pela metade pouco depois de a empresa atingir 200.000 unidades vendidas nos EUA, o que ocorreria em 2018, pressupondo uma taxa de crescimento anual composta de 50 por cento. Quanto mais carros a Tesla puder vender no ano citado, mais clientes tirarão proveito do subsídio.

Se a Tesla acelerar em 2017, o incentivo fiscal começaria a cair mais cedo, mas os compradores do fim de 2018 ainda receberiam alguns milhares de dólares.

No início deste ano eu fiz algumas previsões sobre a rapidez com que os automóveis elétricos poderiam começar a substituir os carros movidos a gasolina e a derrubar os mercados do petróleo. Um método que usei se baseou no cronograma de Musk para 2020, que entregaria um número suficiente de veículos elétricos para causar uma revolução no uso de combustíveis fósseis no início de 2022. Se você acha que a Tesla é capaz de atingir seu novo objetivo, esse cronograma acaba de ser antecipado.

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A Tesla assumiu o cronograma de produção automotiva mais ambicioso desde o Ford Model T e o antecipou em dois anos.

A empresa agora planeja produzir 500.000 carros elétricos por ano a partir de 2018. A quantidade é 10 vezes maior que o número de veículos produzidos pela empresa em 2015 e suficiente para garantir que todos os 400.000 clientes que realizaram um depósito de US$ 1.000 para o futuro Model 3 se qualifiquem para um significativo subsídio nos EUA.

Quanto à decisão de dobrar a aposta, até mesmo a meta original de 2020 era considerada um tiro no escuro por Wall Street. A nova meta comprometeria a fabricante de veículos a uma taxa de crescimento da produção mais rápida que a da Ford Motor no início dos anos 1900. Na ocasião, Henry Ford criou o sistema de linha de produção com o Model T, o primeiro carro popular movido a combustão.

Um século depois, o CEO da Tesla, Elon Musk, quer que o Model 3 seja o neto elétrico do Model T. Atualmente, ele vislumbra a venda de cerca de um milhão de unidades até 2020.

“Minha mesa está no fim da linha de produção”, disse Musk em teleconferência sobre lucros na quarta-feira. “A equipe toda está superfocada”.

Apesar do entusiasmo de Musk, os céticos dizem que a aceleração planejada é insustentável na era moderna. Se a Tesla tiver sucesso -- e até mesmo Musk admite que a meta é difícil --, será uma mudança tectônica no mercado global de veículos elétricos, assim como foi o Model T para o motor a combustão.

A seguir, um esboço do que a Tesla precisa fazer nos próximos dois anos para atingir seu novo objetivo:

“Isto revolucionaria toda a indústria automotiva global”, disse o analista da Bloomberg New Energy Finance (BNEF), Salim Morsy. “Mas para isso muitas coisas precisam dar certo, muito certo”.

A BNEF computou 234.000 vendas de carros elétricos em todo o mundo no ano passado e a Tesla respondeu por um quinto do mercado, disse Morsy. Para avançar no novo caminho, a Tesla precisaria produzir mais carros no ano que vem do que toda a indústria global de carros elétricos fabricou em 2015.

O primeiro carro produzido em massa pela Tesla, o Model 3, que custa US$ 35.000, precisará chegar ao mercado no prazo, e com grande impulso, no fim de 2017. A fábrica de baterias da Tesla, em Nevada, nos EUA, precisa prosperar, os custos terão que cair e a capacidade de produção de veículos precisa aumentar a uma taxa assombrosa.

Para contextualizar: a Tesla nunca conseguiu atingir um dos prazos de Musk para o lançamento de um novo produto. Nem uma vez.

Mas se a Tesla conseguir desta vez, os consumidores americanos que já estão esperando na fila aproveitarão um incentivo fiscal federal atualmente avaliado em US$ 7.500. Esse subsídio cairá pela metade pouco depois de a empresa atingir 200.000 unidades vendidas nos EUA, o que ocorreria em 2018, pressupondo uma taxa de crescimento anual composta de 50 por cento. Quanto mais carros a Tesla puder vender no ano citado, mais clientes tirarão proveito do subsídio.

Se a Tesla acelerar em 2017, o incentivo fiscal começaria a cair mais cedo, mas os compradores do fim de 2018 ainda receberiam alguns milhares de dólares.

No início deste ano eu fiz algumas previsões sobre a rapidez com que os automóveis elétricos poderiam começar a substituir os carros movidos a gasolina e a derrubar os mercados do petróleo. Um método que usei se baseou no cronograma de Musk para 2020, que entregaria um número suficiente de veículos elétricos para causar uma revolução no uso de combustíveis fósseis no início de 2022. Se você acha que a Tesla é capaz de atingir seu novo objetivo, esse cronograma acaba de ser antecipado.

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