Fábrica da Taurus: Brasil é um dos principais mercados da empresa (Ricardo Jaeger/Exame)
Victor Sena
Publicado em 19 de março de 2021 às 09h30.
A fabricante de armas Taurus registrou um desempenho recorde no ano de 2020. O balanço financeiro do ano divulgado pela empresa nesta sexta-feira mostra que a demanda por armas está aquecida nos Estados Unidos e no Brasil, principais mercados consumidores da empresa, que é a maior fabricante de armas do mundo.
No ano passado, houve um alta histórica de 77,4% na receita e de 260,5% no Ebitda, superando expectativas de analistas. Os dados também mostram que a empresa, pela primeira vez, apresentou um patrimônio líquido positivo.
A companhia atingiu a marca de 1,8 milhão de armas vendidas, o que proporcionou receita de R$ 1,77 bilhão.
Pelo lado da produção, as fábricas dos Estados Unidos e Brasil confeccionaram 8.200 armas por dia.
Segundo a empresa, o crescimento da receita foi acompanhado de ganho de rentabilidade, com a nova gestão conseguindo reduzir os níveis de alavancagem (dívida líquida/Ebitda), que saíram de 11,2 em 2018 para 1,7 ao final de 2020.
Em nota à imprensa, a empresa afirma que essa evolução se deve também, em grande parte, à visão do controlador em realizar uma operação de aumento de capital.
Em 2020, foram capitalizados mais de R$ 40 milhões em exercícios dos bônus de subscrição, sendo que R$ 33,8 milhões foram realizados pelo controlador, parcela equivalente à 84,5% do total.
A Taurus está em uma situação favorável em seu segmento de mercado desde o ano passado. Nos Estados Unidos, a demanda cresceu em 2020 e mantém essa tendência.
Considerando os dados de intenção de compras do National Instant Criminal Background Check System, as consultas realizadas para a compra de arma nos meses de janeiro e fevereiro de 2021 nos EUA somaram 3,4 milhões, um número histórico, sem precedentes para igual período.
Segundo pesquisa realizada no mercado norte-americano, 20 milhões de pessoas nesse país pretendem comprar sua primeira arma em 2021. E a Taurus é a primeira opção do consumidor que busca sua primeira arma de uso pessoal, em função da resistência, confiabilidade de funcionamento, custo x benefício e disponibilidade do produto.
A marca hoje é a quarta mais vendida nos EUA e, se considerarmos as marcas de armas importadas no mercado norte-americano, desde 2019 é líder de vendas.
A companhia está com mais de um ano de produção futura vendida, com back orders de 2,3 milhões armas, o que permite o aumento das vendas em pelo menos 30% e do Ebitda em 2021 em relação ao resultado de 2020.