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Taurus se une a siderúrgica para fabricar armas na Índia

Fabricante brasileira fará transferência de tecnologia e terá 49% da joint venture. Sócia Jundal Steel investirá US$ 20 milhões

Revólveres, da Taurus: objetivo é atender inicialmente a demanda das forças de segurança na Índia (Ethan Miller/Getty Images/Getty Images)

Revólveres, da Taurus: objetivo é atender inicialmente a demanda das forças de segurança na Índia (Ethan Miller/Getty Images/Getty Images)

AO

Agência O Globo

Publicado em 27 de janeiro de 2020 às 09h03.

Última atualização em 27 de janeiro de 2020 às 09h04.

Nova Déli — A companhia brasileira Taurus e a indiana Jundal Steel anunciaram nesta segunda-feira, em Nova Delhi, uma joint venture para produção de armas de pequeno porte no mercado indiano, numa aproximação da industria bélica dos dois grandes emergentes.

A Taurus vai entrar com transferência de tecnologia e terá 49% da joint venture. A Jundal, que até agora está concentrada na produção siderúrgica, terá 51% e na etapa inicial investirá US$ 20 milhões.

O objetivo é atender inicialmente a demanda das forças de segurança na Índia. O acordo bilateral recebe incentivos do governo via um programa chamado ''Make in Índia''.

A CBC (Companhia Brasileira de Cartuchos), principal acionista da Taurus, já tem uma joint ventures com a indiana SSS Springs para produção de cartuchos para uso militar e de caça na Índia.

Enquanto a Taurus se expande no exterior, o deputado federal Eduardo Bolsonaro informou, em Nova Delhi, que vai trabalhar para abrir o mercado brasileiro de armas para companhias estrangeiras, com o objetivo de baixar o custo das armas e facilitar o acesso à população.

O anuncio da joint venture entre Taurus e Jindal Steel ocorreu nesta segunda-feira durante o primeiro Brazil-India Defence Industry Dialogue, um seminário da indústria de defesa dos dois países, à margem da visita do presidente Jair Bolsonaro à Índia.

No sábado, numa cerimônia na Hyderabad House, o palácio que o governo indiano usa para banquetes e encontros com visitantes estrangeiros, Brasil e Índia assinaram 15 acordos bilaterias. Os governos dos dois países se comprometeram a dobrar o comércio bilateral para US$ 15 bilhões em três anos.

Leilão de 5G

O presidente também comentou a estimativa de que o número de leilões do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI), que chegou a 39 em 2019, deve dobrar neste ano, feita pela secretária especial do PPI, Martha Sellier. Segundo ele, “ainda não foi batido o martelo” sobre a geração de telefonia móvel 5G.

"Temos uma cesta de ofertas muito grande para quem quer investir no Brasil, e isso obviamente potencializa tudo o que nós temos lá. O 5G ainda não está batido o martelo e estamos estudando a melhor maneira de atender o Brasil. Nós queremos é integrar o Brasil ao mundo. O que for possível fazer lá dentro nós faremos", comentou o presidente.

Conselho de Segurança

Questionado repetidamente em inglês por um jornalista indiano sobre a ambição do Brasil em se tornar membro permanente do Conselho de Segurança da ONU, Bolsonaro foi seco:

"I don’t speak english", disse.

Antes de partir para a cidade de Agra, onde visitará o Taj Mahal, último compromisso de sua visita à Índia, Bolsonaro fez um raro elogio à imprensa.

"Pessoal, no meu entender está cumprida a nossa missão aqui, agradeço a imprensa, que está fazendo uma brilhante cobertura de todos esses eventos e nós continuaremos a fazer nossas viagens, a próxima deve ser para os Estados Unidos, e continuaremos fazendo esse trabalho de mostrar que o Brasil mudou para o mundo". disse.

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