O grupo indiano Tata Steel fez na terça-feira (17/10) uma proposta formal de compra para a siderúrgica inglesa Corus por cerca de 8 bilhões de dólares. Se bem sucedida, essa será a maior aquisição estrangeira feita por uma empresa indiana e vai marcar o relaxamento das leis regulatórias do país, que dificultam a captação de recursos para atividades fora da Índia.

De acordo com o americano The Wall Street Journal, a Tata Steel terá resposta da diretoria do Grupo Corus até o fim da semana. O acordo pode criar uma das maiores siderúrgicas do mundo. Segundo os analistas, o valor de rede da siderúrgica indiana é estimado em 2 bilhões de dólares. A companhia planeja financiar a compra por meio de créditos bancários no Reino Unido.

O fato demonstra uma grande mudança em relação ao passado, quando as leis indianas de câmbio e compras estrangeiras eram tão rígidas que empresas de alta tecnologia precisavam de aprovação do banco central para comprar computadores no exterior. Nos últimos anos, as ambições comerciais internacionais do país fizeram com que esses processos fossem facilitados. Desde 2000, o limite de aquisições feito por empresas indianas sem aprovação do banco central e outros órgãos governamentais subiu de 25% do patrimônio líquido da companhia para 200%, no ano passado.

A Corus confirmou ontem (17/10) em comunicado, que recebeu uma oferta de 8,48 dólares por ação em dinheiro. Na bolsa de Londres, as ações fecharam o dia em 8,92 dólares. A oferta abaixo do valor das ações sugere que uma oferta rival pode surgir. O acordo também pode estar sujeito a leis regulatórias fora da Índia. De acordo com uma fonte próxima, a diretoria da Corus deve aprovar o acordo.

Juntas, as duas companhias devem obter 345 milhões de dólares em economia de gastos. A estimativa é baseada na economia anual de 15 dólares por tonelada verificada na fusão entre a Arcelor, de Luxemburgo e a holandesa Mittal Steel, as duas maiores siderúrgicas do mundo em receita. Grande parte dos sistemas, administração e tecnologia da Corus poderia ser terceirizada na Índia a baixo custo.