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Target é acusada de submeter equipe à calçada da vergonha

Rede varejista é processada pela mãe de um ex-funcionário que se matou após ser algemado e obrigado a desfilar na frente dos colegas. Prática seria comum


	Target: companhia forçaria os funcionários a desfilarem algemados por suas lojas para inibir roubos e outras infrações
 (Patrick T. Fallon/Bloomberg)

Target: companhia forçaria os funcionários a desfilarem algemados por suas lojas para inibir roubos e outras infrações (Patrick T. Fallon/Bloomberg)

Luísa Melo

Luísa Melo

Publicado em 10 de fevereiro de 2015 às 08h50.

São Paulo - Nos Estados Unidos, a rede varejista Target está sendo acusada de fazer os funcionários desfilarem algemados por suas lojas para inibir roubos e outras infrações. A empresa é processada pela mãe de um ex-colaborador que teria cometido suicídio após passar pela experiência, segundo o Business Insider.

De acordo com o site, que ouviu trabalhadores da companhia, a prática é conhecida informalmente por "walk of shame" (calçada da vergonha), em referência à calçada da fama, em Los Angeles.

O texto da ação diz que o funcionário Graham Gentles, de 22 anos, teria ficado "chocado, confuso e mortificado por ter sido algemado e obrigado a caminhar por uma loja da Target diante dos colegas de trabalho e dos clientes", em julho. Na sequência, ele teria sido levado à delegacia num carro de polícia e depois liberado, sem acusação formal por crime nenhum.

O processo diz ainda que ele não fazia ideia de por que estava sendo preso. Três dias depois da "punição", Gentles, que tinha síndrome de Asperger, se jogou do telhado de um hotel.

Outros casos

Ao Business Insider, um outro ex-funcionário da empresa relatou ter passado por uma situação parecida. Jason Kellner, de 37 anos, trabalhava em uma unidade da Target em Oxford, no Alabama, por nove anos. Ele era gerente sênior.

Kellner disse que, em 2011, sem nenhuma explicação, um agente de segurança o levou para a frente da loja, onde se encontravam policiais. Eles pediram seu nome, o jogaram contra uma janela e o algemaram.

"Eu fiquei tão envergonhado", contou. "Foi humilhante. Todos os clientes ficaram me encarando e eu não tinha ideia do que estava acontecendo", acrescentou.

Mais tarde, descobriu-se que os seguranças haviam confundido Kellner com outro funcionário de nome parecido, segundo ele mesmo. "Eu nunca recebi um pedido de desculpas", afirmou.

Três outros ex-trabalhadores da Target relataram casos semelhantes ao site. De acordo com a reportagem, o advogado que representa a mãe de Graham Gentles, Patrick McNicholas, já teria sido contatado por mais de 40 pessoas que foram expostas à "calçada da vergonha".

"É uma política informal e sua prática é bem conhecida", disse o advogado.

A Target negou ao Business Insider que adote tal comportamento. "As alegações no processo de que há uma política ou prática na Target simplesmente não são verdade", disse um porta-voz da companhia.

Um gerente que trabalha em uma loja da rede atualmente disse que só quando "há provas" de que um integrante da equipe cometeu um crime é que a polícia é acionada e o suspeito levado da loja "de maneira discreta".

"Se o que aconteceu [com Gentles] é verdade, me parece que a unidade não seguiu o protocolo", defendeu.

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