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Suzano tem prejuízo menor que o esperado, ações sobem

Empresa teve um prejuízo de R$ 248 milhões por conta das variações do câmbio, mas teve uma melhora na geração de caixa


	Plantação e corte de eucaliptos da Suzano: companhia rediziu em 6,3% as perdas registradas um ano antes
 (Germano Lüders/EXAME.com)

Plantação e corte de eucaliptos da Suzano: companhia rediziu em 6,3% as perdas registradas um ano antes (Germano Lüders/EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 13 de agosto de 2013 às 15h41.

São Paulo - A fabricante de papel e celulose Suzano teve prejuízo líquido menor que o previsto por analistas no segundo trimestre, em um resultado impactado por variação do câmbio, mas que trouxe melhora na geração de caixa e impulsionava ações da companhia.

A empresa teve um prejuízo líquido de 248 milhões de reais nos três meses até junho, reduzindo em 6,3 por cento as perdas registradas um ano antes, num resultado acima dos 306,85 milhões de reais negativos esperados por seis analistas, em média, em uma pesquisa da Reuters.

Embora a valorização em cerca de 10 por cento do dólar ante o real no segundo trimestre tenha mantido a empresa no vermelho, ele influenciou positivamente no salto anual de 72,8 por cento na geração de caixa medida pelo lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda), já que elevou as receitas com exportações.

Em entrevista a jornalistas, executivos da Suzano afirmaram que a empresa ainda não considera adotar o recurso contábil de classificar parte de seus passivos em dólar como hedge de suas futuras exportações.

O mecanismo foi usado por companhias como Petrobras e Braskem para minimizar os efeitos negativos do câmbio em seus resultados de segundo trimestre, o que fez a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) abrir processos para verificar as condições de utilização da ferramenta.

"Hedge é algo que estamos acompanhando. Entendemos que é útil, mas neste momento não consideramos", disse o presidente da Suzano, Walter Schalka, a jornalistas.

Às 14h13, as ações da Suzano exibiam alta de 3,8 por cento, enquanto o Ibovespa tinha ganho de 0,22 por cento.

Preços

A geração de caixa medida pelo Ebitda totalizou 515 milhões de reais no segundo trimestre, enquanto a margem passou de 22,5 para 38,6 por cento na mesma base de comparação.

Segundo a empresa, o aumento no preço líquido médio da tonelada da celulose, em reais, também influenciou o crescimento, assim como a redução das despesas com vendas, gerais e administrativas.


Apenas no primeiro semestre deste ano, a empresa realizou três aumentos de preços de celulose, e embora considere que atualmente os preços registrem "uma volatilidade para baixo", Schalka afirmou que a expectativa é que os valores reajam à retomada sazonal da demanda no segundo semestre, após o verão no Hemisfério Norte.

"Nós entendemos que conforme os mercados no segundo semestre apresentem crescimento de volume no final de agosto, setembro e outubro os preços podem reagir positivamnte", disse o executivo.

Segundo executivos da Suzano que participaram de teleconferência com analistas do setor, as vendas de papel na China estão reagindo de forma positiva, o que favorece o consumo de celulose, e ressaltou que o estoque de papel atualmente alto no país asiático é algo transitório.

Já para o preço do papel, a Suzano vê estabilidade no segundo semestre, enquanto alertou que o custo da madeira na unidade de Mucuri (BA) tende a ser crescente até o início de 2015, impactado por custo de transporte.

O diretor da unidade de negócios de papel, Carlos Aníbal de Almeida, afirmou que há tendência de queda nas importações de papel no Brasil, embora ainda não tenha visto efeitos da alta do dólar sobre o real.

"Não vimos ainda nenhum efeito da valorização do dólar, o que percebemos é uma tendência de queda nos próximos meses, em particular em papéis revestidos", disse Almeida.

Dívida e Nova Fábrica

O nível endividamento da Suzano, um dos mais altos do setor em um momento em que constrói fábrica de celulose no Maranhão, apresentou redução, com a relação entre dívida líquida e Ebitda passando de 5,7 vezes entre abril e junho de 2012 para 4,7 vezes em igual período deste ano.

Schalka voltou a afirmar que a intenção é acelerar o processo de desalavancagem da companhia após o início das operações no Maranhão, embora acredite que as despesas gerais e administrativas deverão ter um leve aumento após a inauguração da fábrica, no quarto trimestre deste ano.

"Não queremos acelerar o projeto e atropelar fases, mas mantemos a previsão de início no último trimestre deste ano." A Suzano espera produzir 1,1 milhão a 1,2 milhão de toneladas de celulose na nova fábrica em 2014. A unidade no Maranhão terá capacidade para 1,5 milhão de toneladas por ano.

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