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Super endividada, Oi chega enfraquecida ao leilão de 4G

O leilão deve ocorrer no dia 30


	Loja da Oi: os acionistas da Oi estão confiantes em que seu futuro seja promissor
 (REUTERS/Nacho Doce)

Loja da Oi: os acionistas da Oi estão confiantes em que seu futuro seja promissor (REUTERS/Nacho Doce)

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Da Redação

Publicado em 22 de setembro de 2014 às 08h42.

São Paulo - Qualquer que seja o passo tomado para expansão de seus negócios, a Oi terá de se endividar mais. E é justamente nesse ponto que o mercado coloca em xeque o poder de fogo da operadora, a quarta maior do País.

Se tudo ocorrer como o programado, a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) deverá receber nesta terça-feira, 23, os envelopes com as propostas das operadoras para participarem do leilão de 4G no País.

Na semana passada, a agência rejeitou as impugnações feitas pelas quatro teles - Oi, Vivo, Claro e TIM. "Está tudo programado para que o leilão ocorra no dia 30", disse João Rezende, presidente da agência reguladora.

Fontes ouvidas pelo jornal O Estado de S. Paulo afirmaram que a companhia terá dificuldade para participar do leilão. "Se ficar de fora, será um tiro no pé", disse uma fonte.

"Uma alternativa seria a Oi dar uma entrada de 10% (R$ 200 milhões) e parcelar o restante. O custo será alto, uma vez que o juro é IGP-M mais 12%", disse uma fonte do mercado financeiro. Fontes próximas à companhia garantem que a operadora não deixará de participar do leilão.

Os acionistas da Oi estão confiantes em que seu futuro seja promissor. A operadora se coloca hoje como protagonista no setor de telecomunicações no Brasil, seja como consolidadora no mercado ou mesmo firmando aliança com outra companhia.

No fim de agosto, quando anunciou a contratação do BTG para apresentar propostas para uma possível consolidação com a TIM Brasil, controlada pela Telecom Itália, a operadora passou uma mensagem ao mercado de que essa operação, que poderá ter a adesão da América Móvil, dona da Claro, e da Telefônica, daria maior musculatura à companhia para se tornar mais competitiva no setor.

Na semana passada, a Telecom Itália sinalizou que poderá fazer uma proposta para se unir com a Oi no Brasil, de acordo com o jornal italiano Il Sole 24 Ore.

Embora a TIM negue intenção de fazer uma proposta para a Oi, o assunto, segundo a publicação, seria colocado em discussão no dia 25 entre os acionistas do grupo italiano.

Desafios

"A Oi enfrenta desafios operacionais para crescer. Financeiramente está fragilizada. Do total da dívida (R$ 46,2 bilhões), R$ 5 bilhões são de vencimento no curto prazo e o restante deve vencer até 2018", afirmaram os analistas Daniel Liberato e Felipe Silveira, da Coinvalores. A Oi tem uma dívida 45 vezes maior que a da TIM, que é de quase R$ 1 bilhão, e 18 vezes maior que a da Vivo, de R$ 2,5 bilhões.

Para Liberato e Silveira, no caso de a Oi participar do fatiamento da TIM seria positivo para a companhia, já que poderá avançar em Estados onde não atua. No caso de uma aliança com a Telecom Itália, a TIM seria a mais beneficiada, uma vez que só atua em telefonia móvel e poderia avançar sobre a base fixa da companhia brasileira. "Uma aliança com a Telecom Itália é complexa, uma vez que as duas são altamente endividadas", disse uma fonte.

Aporte

Nenhum dos sócios da operadora brasileira está disposto a colocar mais dinheiro na companhia, segundo fontes. Do lado português, os sócios que acabaram se tornando os novos porta-vozes da operadora são o grupo Visabeira, de hotelaria e telecomunicações, e a RS Holding, que atua em tecnologia da informação. 

O primeiro fatura em torno de US$ 800 milhões, segundo informou Paulo Varella, presidente do grupo. A RS Holding, que também é dona da Ongoing, tem receita de R$ 800 milhões. Nenhuma das duas teria poder de fogo para acompanhar um novo aumento de capital. O "Novo Banco", antigo Banco Espírito Santo, estaria tentando vender sua fatia de 10%. "Qualquer que seja o movimento, o BNDES teria de colocar mais dinheiro", disse uma fonte.

Em recente entrevista ao jornal O Estado, a Oi sinalizou que já colocou à venda ativos considerados não estratégicos para levantar capital. Entre eles, estão participação em telefonia na África, torres e cabos submarinos, que poderiam somar R$ 4 bilhões. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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