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Stone brilha na carteira de Buffett e mira parcerias para manter o ritmo

Após IPO concorrido por investidores, a empresa começa a investir em projetos de concessão de crédito e no nicho de microempreendedores

Stone: a marca deve iniciar em breve uma campanha de mídia por meio do Grupo Globo (Repordução/Stone/Site Exame)

Stone: a marca deve iniciar em breve uma campanha de mídia por meio do Grupo Globo (Repordução/Stone/Site Exame)

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Reuters

Publicado em 4 de fevereiro de 2020 às 16h59.

São Paulo - A Stone vai se valer de parcerias para ampliar suas áreas de atuação e manter o ritmo de crescimento em 2020 no mercado de meios de pagamentos no Brasil, após volatilidade intensa no ano passado, mas que terminou como um dos destaques de alta da carteira do megainvestidor Warren Buffett.

Cerca de quinze meses após ter estreado na Nasdaq num IPO (oferta inicial de ações, na sigla em inglês) concorrido por investidores, que viram na empresa uma grande oportunidade de tomar mercado das outrora duopolistas Cielo e Rede, a Stone está começando a deslanchar seus projetos de concessão de crédito e no nicho de microempreendedores, que vê como motores adicionais para expandir receitas.

"Ainda há expectativas de crescimento acelerado", disse nesta terça-feira à Reuters o diretor de relações com investidores da Stone, Rafael Martins.

Numa mão, após ter desembolsado cerca de 185 milhões de reais em operações de crédito a empresas médias e pequenas, num piloto com um pequeno banco regional, a Stone está começando a acelerar sua oferta de financiamentos, o que pode envolver outras fontes de captação, inclusive fundos de recebíveis.

"Vamos buscar alternativas para ampliar os empréstimos, mas sem colocar muito risco no balanço", afirmou Martins.

A oferta de crédito a lojistas e outros empreendedores de pequeno e médio portes tem sido uma das principais frentes das empresas de cartões para ampliar receitas e compensar em parte as pressões sobre margens na operação pura de adquirência, num mercado cada vez mais disputado.

A líder Cielo, que na semana passada divulgou queda de 50% no lucro de 2019, refletindo esse ambiente mais competitivo, está avaliando pedir uma licença bancária no Banco Central, o que lhe daria maior flexibilidade para oferecer mais serviços financeiros a clientes, principalmente crédito.

Em outra frente, a Stone deve iniciar em breve uma campanha de mídia por meio do Grupo Globo, sócio numa joint venture para atuar no mercado de microempreendedores, nicho onde a concorrência tem sido mais acirrada.

De acordo com Martins, ao ter a Globo como principal ferramenta para divulgação da marca, que ainda será lançada, o negócio dependerá menos da tática usada por rivais, de conceder generosos subsídios, para formar uma grande base de clientes.

Ao entrar no crédito e no segmento de micronegócios sem ter que despender grandes somas de investimentos, a Stone acredita que conseguirá crescer receitas sem comprometer seriamente suas margens, disse o executivo.

"A gente acredita que, com isso, teremos um ano menos volátil em 2020", disse o diretor da Stone.

No ano passado, a ação da companhia chegou a cair mais de 20% num só dia após a Rede, do Itaú Unibanco, ter zerado as taxas para antecipação de recebíveis, serviço que é uma das principais fontes de receitas de empresas como a Stone.

No entanto, a manutenção de elevados níveis de crescimento fizeram a ação se recuperar e fechar o ano com valorização de 116%. Foi o vice-líder de alta em 2019 da carteira da BerkshireHathaway, de Warren Buffett, que detém 5% do capital da empresa.

No ano passado até setembro, último dado disponível, o volume de transações processadas pela Stone cresceu 56%, enquanto a receita subiu cerca de 70%, com o lucro avançando 150% em relação ao mesmo período de 2018.

"As previsões de que seríamos destruídos não se cumpriram", disse Martins. "O mercado vai seguir competitivo, mas vamos seguir crescendo".

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