STF nega reabertura da Operação Castelo de Areia
Operação investigou um esquema de corrupção envolvendo executivos da Camargo Corrêa entre 2009 e 2011
Da Redação
Publicado em 19 de fevereiro de 2015 às 09h13.
Brasília - O ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal , negou dois recursos que poderiam reabrir a Operação Castelo de Areia, que investigou um esquema de evasão de divisas, lavagem de dinheiro, crimes financeiros e repasses ilícitos para políticos envolvendo executivos da empreiteira Camargo Corrêa , entre 2009 e 2011.
A decisão confirma entendimento do Superior Tribunal de Justiça de 2011, que jogou por terra a operação da Polícia Federal ao anular todas as provas produzidas por escutas telefônicas.
Na ocasião, a 6ª Turma do STJ considerou os grampos ilegais, porque foram autorizados a partir de uma denúncia anônima.
O Ministério Público Federal recorreu ao STF contra a anulação das provas. Na sexta-feira passada, Barroso, que é o relator dos casos no Supremo, negou o seguimento dos recursos.
Os grampos revelaram movimentação da cúpula da empreiteira que citavam ao menos sete partidos - PSDB, PDT, DEM, PP, PPS, PMDB e PSB. Pelo menos outras duas grandes operações da Polícia Federal também foram anuladas na Justiça.
O STJ já derrubou provas que davam sustentação à Operação Boi Barrica e à Satiagraha. A primeira apurava suspeitas de crimes cometidos por integrantes da família do ex-presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), e a segunda investigou o banqueiro Daniel Dantas, do grupo Opportunity.
Com a deflagração da Operação Lava Jato, que investiga o envolvimento de empreiteiras no esquema de corrupção e pagamento de propina na Petrobrás, houve uma tentativa do Ministério Público retomar informações da Castelo de Areia.
A anulação da Lava Jato, a exemplo do que aconteceu na Castelo de Areia, é vislumbrada por advogados ligados ao caso como uma saída para livrar executivos da investigação.
Na Lava Jato, contudo, a avaliação das defesas é A de que não há uma questão específica que possa ser questionada, como as escutas telefônicas.
O que advogados usam como estratégia é o questionamento de diversos atos do juiz Sérgio Moro, que conduz a investigação no Paraná, como a competência da Justiça Federal para apurar os desvios e o impedimento do magistrado.
Justificativa
Ao analisar os recursos do Ministério Público sobre a Castelo de Areia, Barroso apontou que seria necessário fazer o reexame de provas - o que não é permitido no recurso extraordinário.
Mesmo que superadas as questões processuais, apontou o ministro, não seria possível dar provimento ao recurso.
A jurisprudência do STF permite a escuta telefônica baseada em denúncia anônima, desde que seguida de diligências.
O ministro entendeu, contudo, que "tanto a inicial quebra do sigilo dos dados telefônicos do recorrido quanto as demais interceptações telefônicas autorizadas pelo juízo de origem tiveram como único ponto de partida delação anônima".
O Ministério Público ainda pode recorrer contra a decisão de Barroso. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Partido | Valor doado pela OAS |
---|---|
PT | R$ 33.226.000,00 |
PMDB | R$ 15.360.000,00 |
PSDB | R$ 12.000.000,00 |
PSB | R$ 4.750.000,00 |
PP | R$ 3.650.000,00 |
DEM | R$ 3.050.000,00 |
PR | R$ 3.050.000,00 |
PSD | R$ 2.150.000,00 |
PTB | R$ 700.630,00 |
PC do B | R$ 600.000,00 |
PV | R$ 600.000,00 |
PTN | R$ 590.000,00 |
PDT | R$ 400.000,00 |
Total | R$ 80.126.630,00 |
Partido | Valor doado pela Queiroz Galvão |
---|---|
PMDB | R$ 15.830.000,00 |
PT | R$ 15.100.000,00 |
PSB | R$ 3.995.000,00 |
PSDB | R$ 3.730.000,00 |
PSD | R$ 3.539.081,00 |
PDT | R$ 3.050.000,00 |
PP | R$ 2.900.000,00 |
DEM | R$ 2.750.000,00 |
PR | R$ 2.000.000,00 |
PTB | R$ 1.260.000,00 |
PSC | R$ 600.000,00 |
PROS | R$ 400.000,00 |
SD | R$ 400.000,00 |
PPS | R$ 200.000,00 |
PRB | R$ 80.000,00 |
PRP | R$ 6.000,00 |
PSL | R$ 3.840,00 |
Total | R$ 55.843.921,00 |
Partido | Valor doado pela UTC |
---|---|
PT | R$ 21.625.000,00 |
PSDB | R$ 9.080.000,00 |
DEM | R$ 4.765.000,00 |
PMDB | R$ 3.900.000,00 |
PC do B | R$ 3.040.015,08 |
PR | R$ 2.550.000,00 |
PDT | R$ 1.600.000,00 |
PRTB | R$ 1.453.000,00 |
SD | R$ 1.400.000,00 |
PP | R$ 875.000,00 |
PSB | R$ 750.000,00 |
PSD | R$ 700.000,00 |
PMN | R$ 602.050,00 |
PPS | R$ 150.000,00 |
PRB | R$ 125.000,00 |
PSC | R$ 100.455,00 |
PEN | R$ 50.000,00 |
PV | R$ 50.000,00 |
PTB | R$ 15.000,00 |
PT do B | R$ 1.001,00 |
Total | R$ 52.831.521,08 |
Partido | Valor doado pela Odebrecht |
---|---|
PMDB | R$ 15.290.000,00 |
PT | R$ 9.495.000,00 |
PSDB | R$ 9.090.000,00 |
DEM | R$ 4.440.000,00 |
PSB | R$ 3.210.000,00 |
SD | R$ 1.330.000,00 |
PTB | R$ 703.100,00 |
PP | R$ 690.000,00 |
PSD | R$ 630.000,00 |
PRB | R$ 600.000,00 |
PSC | R$ 530.000,00 |
PPS | R$ 400.000,00 |
PR | R$ 370.000,00 |
PROS | R$ 300.000,00 |
PV | R$ 290.000,00 |
PC do B | R$ 230.000,00 |
PT do B | R$ 220.000,00 |
PDT | R$ 200.000,00 |
PTN | R$ 100.000,00 |
PHS | R$ 60.000,00 |
PTC | R$ 50.000,00 |
PRP | R$ 30.000,00 |
PSL | R$ 20.000,00 |
Total | R$ 48.278.100,00 |
Partido | Valor doado pela Galvão Engenharia |
---|---|
PSB | R$ 4.450.000,00 |
PP | R$ 4.080.000,00 |
PT | R$ 2.800.000,00 |
PMDB | R$ 1.140.000,00 |
PEN | R$ 1.050.300,00 |
PROS | R$ 640.000,00 |
PT do B | R$ 402.000,00 |
PTB | R$ 250.000,00 |
PSD | R$ 200.000,00 |
PC do B | R$ 170.000,00 |
PSL | R$ 150.000,00 |
PR | R$ 50.000,00 |
PSDB | R$ 500.000,00 |
Total | R$ 15.882.300,00 |
Partido | Valor doado pela Engevix |
---|---|
PT | R$ 5.825.000,00 |
PSDB | R$ 260.000,00 |
PSB | R$ 240.000,00 |
PDT | R$ 225.000,00 |
PSL | R$ 200.000,00 |
PTC | R$ 200.000,00 |
PV | R$ 200.000,00 |
PP | R$ 160.000,00 |
PTB | R$ 150.000,00 |
PROS | R$ 50.000,00 |
PSD | R$ 50.000,00 |
PMDB | R$ 40.000,00 |
PPL | R$ 25.000,00 |
PR | R$ 300.000,00 |
Total | R$ 7.925.000,00 |
Partido | Valor doado pela Camargo Corrêa |
---|---|
PT | R$ 2.000.000,00 |
DEM | R$ 1.500.000,00 |
Total | R$ 3.500.000,00 |