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Steve Jobs, mentor e pilar da Apple

Ex-CEO é conhecido por suas conferências históricas e por apresentar gadgets que mudaram os hábitos de consumo na tecnologia

Jobs é um dos empresários mais ricos do Vale do Silício, com um patrimônio que, segundo os cálculos da revista Forbes, chega a US$ 5,1 bilhões (Justin Sullivan/Getty Images)

Jobs é um dos empresários mais ricos do Vale do Silício, com um patrimônio que, segundo os cálculos da revista Forbes, chega a US$ 5,1 bilhões (Justin Sullivan/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 25 de agosto de 2011 às 06h52.

Los Angeles - A decisão de Steve Jobs de renunciar ao cargo de executivo-chefe da Apple semeia dúvidas sobre sua saúde e representa o adeus à cena pública de uma figura icônica, que transformou os hábitos de consumo de várias gerações com produtos como iPod, iPhone e o iPad.

Um dos pais da revolução informática do novo século deixa seu cargo. Cada "brinquedo" que lançava ou, inclusive, cada versão atualizada de seus produtos provocava o delírio entre fãs e seguidores leais da comunidade Apple.

Suas conferências eram acompanhadas com entusiasmo por milhões. Mas agora, as sombras sobre sua saúde fazem-no dar um passo para trás. A carta enviada nesta quarta-feira à diretoria de sua empresa deixa entrever uma piora de seu estado de saúde.

"Sempre disse que se chegasse o dia em que não pudesse cumprir minhas obrigações à frente da Apple como executivo-chefe, eu seria o primeiro a anunciar", escreveu Jobs em carta dirigida à cúpula da empresa e aos admiradores da Apple. "Infelizmente, esse dia chegou".

Seu anúncio foi recebido com surpresa pela imprensa, mas os indícios indicavam há muito tempo que esta situação poderia acontecer a qualquer momento.

Jobs, de 56 anos, anunciou em 17 de janeiro que tiraria uma licença temporária para se concentrar em seus problemas de saúde, mas não entrou em detalhes na época. Até junho, quando discursou na conferência de abertura da WWDC 2011, em San Francisco (Califórnia), só havia aparecido em público uma vez.

O empresário superou um câncer de pâncreas em 2004 e solicitou outra licença médica em janeiro de 2009 para tratar alguns "desequilíbrios hormonais", mas, depois, soube-se que ele tinha se submetido a um transplante de fígado três meses depois em um hospital do Tennessee.

Os rumores sobre sua saúde, agravados por sua magreza, aumentaram quando, em fevereiro, foi fotografado na mesma clínica onde o falecido ator Patrick Swayze fez tratamento contra câncer de pâncreas.


Trata-se do Stanford Cancer Center, situado em Palo Alto, perto de San Francisco, mesmo local onde Swayze foi paciente antes de morrer de câncer aos 57 anos, em setembro de 2009. As fotos foram publicadas pelo jornal sensacionalista The National Enquirer.

De origem humilde, filho de mãe solteira, Jobs foi adotado por um casal de classe trabalhadora quando tinha uma semana de vida.

Abandonou os estudos universitários em 1976 para fundar a Apple no mesmo ano, em uma garagem de Mountain View, junto com Steve Wozniak. Mas acabou abandonando-a nos anos 1980 devido ao colapso da empresa, esmagada pela concorrência dos computadores com o sistema operacional Windows, da Microsoft.

Nesse momento, criou a Next Computer, que nunca teve sucesso comercial, mas preparou as bases para sua volta à Apple, onde se encarregou do desenho dos iMac e, tempos depois, dos iPod.

A compra da Next por parte da Apple em 1996 levou Jobs de volta à empresa que cofundou no início da carreira e, desde 1997, serviu até agora como seu presidente-executivo, numa época em que transformou a empresa em um gigante do setor tecnológico e em uma das companhias mais rentáveis do mundo.

Jobs é um dos empresários mais ricos do Vale do Silício, com um patrimônio que, segundo os cálculos da revista Forbes, chega a US$ 5,1 bilhões e inclui, além dos títulos de sua empresa, uma significativa participação no grupo Walt Disney.

Anteriormente, tinha sido o presidente-executivo do estúdio de animação Pixar, até que este foi comprado pela The Walt Disney Company em 2006, momento em que Jobs passou a fazer parte da diretoria da empresa.

Essa incursão no mundo do cinema começou em 1986, quando ele pagou US$ 10 milhões por uma divisão da Lucasfilm dedicada ao design de computadores de alta capacidade gráfica, que se transformaria na Pixar.

Sob sua liderança, foram criados filmes como os da bem-sucedida saga "Toy Story", que fez um novo estilo no setor de animação e que continua sendo o grande referencial do estúdio.

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