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Statoil vai pagar US$ 2,9 bi para triplicar produção no Brasil

O acordo pode elevar a Statoil para a terceira posição no ranking nacional de produção de petróleo e gás

Statoil: empresa norueguesa procura adicionar barris novos que estão se tornando cada vez mais difíceis de obter perto de casa (Toby Melville/Reuters)

Statoil: empresa norueguesa procura adicionar barris novos que estão se tornando cada vez mais difíceis de obter perto de casa (Toby Melville/Reuters)

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Reuters

Publicado em 18 de dezembro de 2017 às 14h26.

Oslo - A norueguesa estatal Statoil vai triplicar a sua produção no Brasil depois de assinar nesta segunda-feira um acordo para comprar uma participação de 25 por cento no campo de Roncador, um dos maiores produtores do país, da Petrobras, em um negócio de 2,9 bilhões de dólares.

O acordo está em linha com a estratégia da Statoil de reforçar sua presença no Brasil, enquanto a empresa norueguesa procura adicionar barris novos que estão se tornando cada vez mais difíceis de obter perto de casa, na plataforma continental do país nórdico.

"Esta transação agrega material e atrativa produção de longo prazo ao nosso portfólio internacional, fortalecendo ainda mais a posição no Brasil como área central para a Statoil", disse o presidente da empresa, Eldar Saetre.

O acordo pode elevar a Statoil para a terceira posição no ranking nacional de produção de petróleo e gás, atrás apenas da própria Petrobras e da Shell.

Em troca, a Petrobras terá acesso ao conhecimento exclusivo da Statoil sobre como produzir mais barris de campos maduros, disse o presidente da Petrobras, Pedro Parente, com tecnologias aperfeiçoadas no setor marítimo norueguês.

A transação consiste em um pagamento inicial de 2,35 bilhões de dólares, mais "pagamentos contingentes adicionais" de até 550 milhões de dólares, disse a Statoil, em comunicado.

O pagamento adicional, relacionado aos investimentos da Statoil em projetos específicos de recuperação de petróleo, será acordado mais tarde, disse Saetre, em uma entrevista coletiva.

A estrutura do negócio mostrou que Statoil está apostando no aumento da recuperação do campo maduro, disse o analista da Sparebank 1 Markets Teodor Sveen-Nilsen, em uma nota.

"Com o forte histórico da Statoil na plataforma continental norueguesa para aumentar as taxas de recuperação, acreditamos que a perspectiva de aumentar a taxa de recuperação para Roncador é boa", acrescentou.

Roncador, o terceiro maior campo de produção do Brasil, tem aproximadamente 10 bilhões de barris de óleo equivalente (boe) "in place" e uma expectativa de volume recuperável remanescente superior a 1 bilhão boe.

As empresas anunciaram que vão buscar aumentar em conjunto o fator de recuperação do campo, para um total recuperável de cerca de 1,5 bilhão de boe.

A produção do campo, que começou em 1999, situou-se em cerca de 240 mil barris de petróleo por dia em novembro.

Após a transação, a produção da Statoil no Brasil aumentará para 110 mil barris de boe por dia, ante cerca de 40 mil boe por dia, disse a empresa.

A Petrobras continuará a operar o campo e deterá uma participação de 75 por cento.

Parceria estratégica

Parente disse que espera que o Tribunal de Contas da União (TCU) analise o acordo, como aconteceu com outras vendas de ativos anteriores que não foram lançadas para licitação aberta, mas disse que estava confiante de que o acordo seria aprovado.

"Esta é uma parceria estratégica... Não faz sentido ter um processo competitivo, porque o que queremos apenas a Statoil tem", acrescentou, referindo-se ao compartilhamento de conhecimento.

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