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Sony quer dobrar capacidade de produção no Brasil em 2014

Segundo presidente, ação faz parte de uma estratégia de ampliar participação em um dos mercados em que a marca mais cresce no mundo


	Smartphone Xperia Z1, da Sony: modelos da Sony Mobile são produzidos sob contrato com a Foxconn, numa fábrica no interior de São Paulo
 (Divulgação)

Smartphone Xperia Z1, da Sony: modelos da Sony Mobile são produzidos sob contrato com a Foxconn, numa fábrica no interior de São Paulo (Divulgação)

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Da Redação

Publicado em 30 de setembro de 2013 às 16h32.

São Paulo - A Sony Mobile planeja dobrar sua capacidade de produção de celulares no Brasil no próximo ano, numa estratégia para ampliar sua participação em um dos mercados em que a marca mais cresce no mundo, afirmou o presidente da companhia para o país.

Nos planos da divisão de dispositivos móveis da Sony está o aumento de portfólio de aparelhos com foco nas tecnologias de terceira e quarta geração (3G e 4G), e aproveitar o previsto aumento no consumo do país com a Copa do Mundo.

"A gente poderia estar vendendo mais. Hoje temos uma situação de um problema bom, de termos mais demanda que nossa capacidade de produção", disse Ricardo Junqueira, presidente da Sony Mobile Brasil, sem revelar números.

"A gente está estudando todas as alternativas", afirmou o executivo, ao ser questionado sobre um eventual aproveitamento de capacidades de produção da divisão de eletrônicos em Manaus na ampliação de produção de celulares no país.

Atualmente, os modelos da Sony Mobile são produzidos sob contrato com a Foxconn, numa fábrica no interior de São Paulo dedicada exclusivamente aos produtos da marca.

Segundo Junqueira, um eventual aumento do contrato com a Foxconn, em vez de produção própria pela Sony Mobile, também está sendo estudado. "Nos próximos meses deveremos ter uma conclusão (...) Obviamente, a Foxconn é um grande parceiro nosso no Brasil e mundialmente", disse ele, evitando dar detalhes sobre nível atual de produção no país.

O executivo está há 15 anos no grupo Sony e assumiu em março o comando da recém-criada divisão no país. Antes da reformulação da unidade, as operações no Brasil eram comandadas por uma divisão que reunia toda a América Latina.

Com a reformulação, a empresa poderá acelerar no Brasil o lançamento de modelos anunciados no exterior, de até três meses para quatro semanas, no máximo, disse Junqueira.


A empresa, que no Brasil ocupa a quinta posição entre os maiores fabricantes de celulares inteligentes, planeja se tornar a terceira maior do segmento, apesar de não revelar informações específicas sobre participação. Procurada, a empresa de medição de mercado GfK informou que não pode divulgar dados sobre fatias das empresas no segmento.

No mundo, a Sony Mobile, que produz celulares com o sistema operacional Android, do Google, tem pela frente a sul-coreana Samsung e a norte-americana Apple, que mais recentemente lançou modelo do iPhone voltado a mercados emergentes como Índia e China.

O momento da formação da Sony Mobile é favorável para a empresa, que pode ser favorecer de problemas vividos por rivais.

Neste mês, a canadense BlackBerry firmou acordo para ser vendida para um fundo de investimentos por 4,7 bilhões de dólares e fechará seu capital e a Nokia, antiga líder em smartphones, teve a área de celulares vendida à Microsoft por 7,2 bilhões.

"Alguns concorrentes estão em um período de transição, por isso que a gente vislumbra a necessidade de acelerar", disse Junqueira.

Mais Barato

A estratégia de ampliação do porfólio também está sendo adotada pela Sony Mobile no Brasil, onde a empresa ingressou neste ano na categoria de preço de 499 reais, com modelo capaz de operar com chips de duas operadoras celulares. Até 2012, o modelo mais barato pela companhia custava 799 reais.


Segundo Junqueira, o segmento de aparelhos até 499 reais representa mais de 70 por cento do mercado de smartphones do Brasil, o que ampliou a atuação da empresa no país. Não há planos para o curto prazo de oferta pela empresa de aparelhos abaixo desse patamar.

Ele afirmou que a recente valorização do dólar contra o real ainda não gerou aumentos significativos de preços dos produtos do setor no país, mas isso poderá ser revisto. "No curto prazo, fica difícil reposicionar preços (...) Mas se continuar nestes patamares, veremos." "Mas não é uma variação de 10 a 15 por cento no preço que poderá afetar a demanda no Brasil. Isso pode afetar em mercados mais maduros." Apesar do crescimento lento da economia brasileira neste ano, Junqueira afirmou que a expectativa para o mercado de smartphones do país é crescer de 19 milhões de unidades em 2012 para 29 milhões este ano, o equivalente a um faturamento de 18 bilhões de reais pelo setor.

Para 2014, a estimativa é de 36 milhões de smartphones e 23 bilhões de reais em receitas. Em tablets, a previsão é 7,2 milhões de unidades em 2013 e 8,9 milhões em 2014, segundo dados da empresa de pesquisa IDC, citados pela Sony.

"Não tem nada que sinalize que o mercado brasileiro vá se retrair nos próximos 12 a 24 meses (...) Se for para 34 milhões de unidades em 2014, mesmo assim vai ser um forte crescimento", disse Junqueira. Ele exibiu modelos de smartphones premium, como o Z1 e Z Ultra, que serão lançados a partir de outubro com recursos de televisão digital, algo incomum no segmento.

A companhia está ampliando o porfólio no país de 3 aparelhos em 2012 para 9 este ano, incluindo um tablet importado. Para o ano que vem, deve ampliar o volume de modelos lançados para além do número deste ano, afirmou Junqueira, acrescentando que, eventualmente, o tablet também poderá ser produzido no país.

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