São Paulo - O custo do vazamento de informações da Sony Pictures pode ultrapassar R$100 milhões. Há algumas semanas, hackers invadiram o sistema de computadores da Sony Pictures, paralisaram as operações e liberaram muitas informações sigilosas.
A Sony ainda não conseguiu determinar a identidade dos hackers , que se autodenominam Guardians of Peace (Guardiões da Paz). Mas já se sabe que os ataques foram orquestrados a partir de um hotel cinco estrelas na Tailândia. Foram divulgados dados de funcionários, filmes não lançados e e-mails trocados entre executivos.
Em carta aos funcionários, o CEO da Sony, Michael Lynton, e a co-chairman, Amy Pascal, escreveram que a ação foi “um ataque descarado a nossa companhia, nossos funcionários e parceiros comerciais”.
Segundo o Wall Street Journal, a quebra de privacidade na Sony poderia custar US$ 100 milhões para a companhia. O valor, no entanto, seria menor que os US$ 171 milhões gastos para reparar os danos do vazamento de dados da Playstation Network, em 2011, uma vez que não envolvem informações dos consumidores.
Mark Rasch, ex-procurador federal para crimes virtuais , afirmou que o mais difícil será avaliar o impacto da perda de sigilo, principalmente no caso de vazamentos de contratos e planos de marketing que podem influenciar ações dos competidores.
Ele disse à Reuters que o custo poderia escalar se as estrelas de Hollywood levassem seus projetos a outras produtoras, por não sentirem que suas informações estão seguras.
Para Kurt Baumgartner, diretor de pesquisas do laboratório Kaspersky, especializado em segurança da informação, o maior custo será a interrupção do trabalho na companhia. Como a empresa precisou fechar a rede em resposta aos ataques, os funcionários estão usando apenas papel e caneta para trabalhar.
“Estamos falando de uma empresa cujo lucro é altíssimo. O fluxo de caixa é incrível nesses negócios, então ficar offline por qualquer período é bastante caro”, afirmou ao Washington Post.
Baumgartner também cita custos como a contratação de uma empresa de segurança digital para investigar o caso e esforços para recuperar dados e garantir que a rede esteja limpa.
Informações vazadas
Em troca de e-mails entre o produtor Scott Rudin e a co-chairman da Sony Pictures, Amy Pascal, sobraram comentários sobre Angelina Jolie, os filhos de Will Smith, Jaden e Willow, o pai de Beyoncé, e até piadas racistas contra o presidente Barack Obama. Ambos se desculparam por esses e-mails.
Além de discussões acaloradas sobre estrelas de Hollywood, as informações vazadas também continham salários de altos executivos e dados sigilosos de funcionários.
No dia 8 de dezembro, a Sony enviou uma carta a seus funcionários afirmando que seus dados pessoais e de seus dependentes estavam comprometidos. Informações como nome, endereço, número de segurança social, passaporte e histórico de saúde foram vazados. Na carta, a empresa afirmou que ofereceria gratuitamente a seus funcionários 12 meses de serviços de proteção de identidade.
Fora isso, cinco filmes ainda não lançados foram compartilhados em comunidades piratas, além de pagamentos a atores e seus codinomes e orçamentos de filmes.
Autores
A princípio, especulou-se que a Coreia do Norte estaria envolvida com os ataques, já que a Sony Pictures está gravando o filme The Interview, uma comédia sobre o país asiático. que tem como mote uma conspiração para assassinar o líder Kim Jong-un.
No entanto, o governo norte-coreano negou qualquer envolvimento com o caso e a produtora pretende manter o lançamento do filme no Natal.
Um porta-voz da Comissão de Defesa Nacional da Coreia do Norte afirmou ao The New York Times que o ataque “pode ser uma obra de justiça de apoiadores e simpatizantes da Coreia do Norte na sua luta para acabar com o imperialismo dos Estados Unidos.”
São Paulo – O ano de 2014 não foi fácil para empresas de todo o mundo. Retração comercial, aumento do preço de commodities e alta do dólar – entre outros fatores – acabaram levando as empresas a terem de repensar seus negócios. Veja nas fotos algumas das grandes companhias mundiais que passaram por
reestruturação neste ano.
2. HP 2 /12(Dirk Waem/AFP)
A HP fez neste ano uma das maiores reviravoltas organizacionais de sua história ao anunciar a cisão da empresa em duas grandes áreas de negócios ao longo de 2015 – a divisão de computadores pessoais e de impressoras foi separada da divisão de hardware corporativo e de serviços. O processo completo de reorganização, que começou em 2012 e vai até o final do ano que vem, resultará na demissão de 55.000 pessoas, além de redução de custo e ganho de eficiência.
3. Peugeot Citroën 3 /12(Divulgação/Peugeot)
Depois de 200 anos no controle do grupo francês PSA Peugeot Citroën, a família fundadora da companhia se viu obrigada a abrir mão do comando e vender parte de suas ações, no início deste ano. Desde então, a empresa intensificou o
processo de reestruturação das marcas e já anunciou que fará uma redução progressiva do número de modelos dos atuais 45 para 26 modelos até 2022.
4. BRF 4 /12(Alexandre Battibugli/EXAME)
Com o intuito de simplificar processos e melhorar eficiência, a BRF fez uma arrumação na companhia, que incluiu a avaliação da capacidade ociosa de suas fábricas, bem como a venda de seu braço de lácteos. Em setembro, a unidade- que incluá a marcas Elegê e Batavo - foi
vendida para a Parmalat.
5. Microsoft 5 /12(Getty Images)
A chegada de Satya Nadella ao comando da Microsoft, em fevereiro, já era um prenúncio de que mudanças radicais estariam por surgir na empresa. Depois de ele publicar uma carta aberta aos funcionários sobre a reestruturação, então, a coisa ficou evidente. Nadella anunciou, meses depois, a
demissão de mais de 18.000 pessoas – uma economia bilionária e a simplificação do negócio foram alguns resultados da decisão.
6. Blackberry 6 /12(Mark Blich/Reuters)
Depois da troca de comando, a BlackBerry divulgou uma carta aberta aos consumidores reiterando sua missão de ofertar produtos de qualidade e passou a ajeitar a casa para que pudesse cumprir tal objetivo. De acordo com a empresa, entre os pontos a serem reavaliados estão os aparelhos celulares; soluções de EMM; mensagens multiplataforma e sistema operacional. Além disso, a companhia também investirá em áreas relacionadas à segurança tecnológica.
7. P&G 7 /12(Anatolii Stepanov/Reuters)
Em setembro, a Procter & Gamble decidiu cindir seu negócio de pilhas Duracell em uma empresa separada. O objetivo é focar em marcas de crescimento mais rápido. A decisão aconteceu pouco tempo depois de a empresa anunciar que poderia vender metade de suas marcas nos próximos dois anos.
8. Hyundai 8 /12(Divulgação/Hyundai Motor America)
2014 foi o ano da Hyundai se desfazer de seus negócios financeiros para reduzir sua dívida e se concentrar nas unidades de transportes, logística e elevadores industriais. A empresa levantou cerca de US$ 3 bilhões com as transações. Também vendeu seu negócio de administração de portos e uma série de propriedades, como o hotel Banyan Tree em Seul.
9. Vulcabrás 9 /12(Drawlio Joca/EXAME.com)
Há três anos a Vulcabrás põe em prática um
processo de reestruturação que já incluiu a demissão de 22.000 funcionários, quase metade do total, e a diminuição de 25 das 29 fábricas que a empresa possuía no Brasil. A empresa já diminuiu a dívida que possuía e agora se prepara para colocar em prática o plano de voltar a crescer e voltar a competir com grandes fornecedores de dentro e fora do país.
10. Nextel 10 /12(Jay Mallin / Bloomberg News)
O plano de reestruturação da Nii Holdings, controladora da Nextel no Brasil, seguiu adiante neste ano. A empresa anunciou a redução de 25% dos funcionários da matriz, além de cortes nas subsidiárias. Com a demissão de 1.400 pessoas a empresa pretendia economizar até US$ 35 milhões para investir em áreas prioritárias.
11. BP 11 /12(Chris Ratcliffe/Bloomberg)
Simplificar o negócio e focar na parte de óleo e gás foi o que fez com que a companhia britânica BP revisse todo o seu negócio este ano, com a estimativa de gastar US$ 1 bilhão com a reestruturação que segue em 2015.
12. Lenovo 12 /12(Reprodução)
As
mudanças internas da Lenovo estão sendo colocadas em prática desde janeiro, quando a empresa anunciou que dividira os negócios em quatro pedaços e não mais em dois, como era até então. A ideia é fazer com que esforços sejam mais bem direcionados para cada área.