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Sony Pictures pode fechar o ano com filme queimado

Ataque hacker divulgou informações sigilosas, e-mails e filmes; custo para a companhia pode ultrapassar R$100 milhões


	Sony Pictures Entertainment: ataque hacker pode custar mais de R$100 milhões para a companhia
 (Jonathan Alcorn/Bloomberg)

Sony Pictures Entertainment: ataque hacker pode custar mais de R$100 milhões para a companhia (Jonathan Alcorn/Bloomberg)

Karin Salomão

Karin Salomão

Publicado em 16 de dezembro de 2014 às 18h54.

São Paulo - O custo do vazamento de informações da Sony Pictures pode ultrapassar R$100 milhões. Há algumas semanas, hackers invadiram o sistema de computadores da Sony Pictures, paralisaram as operações e liberaram muitas informações sigilosas.

A Sony ainda não conseguiu determinar a identidade dos hackers, que se autodenominam Guardians of Peace (Guardiões da Paz). Mas já se sabe que os ataques foram orquestrados a partir de um hotel cinco estrelas na Tailândia. Foram divulgados dados de funcionários, filmes não lançados e e-mails trocados entre executivos. 

Em carta aos funcionários, o CEO da Sony, Michael Lynton, e a co-chairman, Amy Pascal, escreveram que a ação foi “um ataque descarado a nossa companhia, nossos funcionários e parceiros comerciais”.

Segundo o Wall Street Journal, a quebra de privacidade na Sony poderia custar US$ 100 milhões para a companhia. O valor, no entanto, seria menor que os US$ 171 milhões gastos para reparar os danos do vazamento de dados da Playstation Network, em 2011, uma vez que não envolvem informações dos consumidores.

Mark Rasch, ex-procurador federal para crimes virtuais, afirmou que o mais difícil será avaliar o impacto da perda de sigilo, principalmente no caso de vazamentos de contratos e planos de marketing que podem influenciar ações dos competidores.

Ele disse à Reuters que o custo poderia escalar se as estrelas de Hollywood levassem seus projetos a outras produtoras, por não sentirem que suas informações estão seguras.

Para Kurt Baumgartner, diretor de pesquisas do laboratório Kaspersky, especializado em segurança da informação, o maior custo será a interrupção do trabalho na companhia. Como a empresa precisou fechar a rede em resposta aos ataques, os funcionários estão usando apenas papel e caneta para trabalhar.

“Estamos falando de uma empresa cujo lucro é altíssimo. O fluxo de caixa é incrível nesses negócios, então ficar offline por qualquer período é bastante caro”, afirmou ao Washington Post.

Baumgartner também cita custos como a contratação de uma empresa de segurança digital para investigar o caso e esforços para recuperar dados e garantir que a rede esteja limpa.

Informações vazadas

Em troca de e-mails entre o produtor Scott Rudin e a co-chairman da Sony Pictures, Amy Pascal, sobraram comentários sobre Angelina Jolie,  os filhos de Will Smith, Jaden e Willow, o pai de Beyoncé, e até piadas racistas contra o presidente Barack Obama. Ambos se desculparam por esses e-mails. 

Além de discussões acaloradas sobre estrelas de Hollywood, as informações vazadas também continham salários de altos executivos e dados sigilosos de funcionários.

No dia 8 de dezembro, a Sony enviou uma carta a seus funcionários afirmando que seus dados pessoais e de seus dependentes estavam comprometidos. Informações como nome, endereço, número de segurança social, passaporte e histórico de saúde foram vazados. Na carta, a empresa afirmou que ofereceria gratuitamente a seus funcionários 12 meses de serviços de proteção de identidade.

Fora isso, cinco filmes ainda não lançados foram compartilhados em comunidades piratas, além de pagamentos a atores e seus codinomes e orçamentos de filmes.

Autores

A princípio, especulou-se que a Coreia do Norte estaria envolvida com os ataques, já que a Sony Pictures está gravando o filme The Interview, uma comédia sobre o país asiático. que tem como mote uma conspiração para assassinar o líder Kim Jong-un.

No entanto, o governo norte-coreano negou qualquer envolvimento com o caso e a produtora pretende manter o lançamento do filme no Natal.

Um porta-voz da Comissão de Defesa Nacional da Coreia do Norte afirmou ao The New York Times que o ataque “pode ser uma obra de justiça de apoiadores e simpatizantes da Coreia do Norte na sua luta para acabar com o imperialismo dos Estados Unidos.”


 

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