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Soluções para saneamento urbano da Veolia são destaque no Fórum Infraestrutura

Companhia especializada em serviços ambientais auxilia municípios e indústrias a tornar mais eficiente e sustentável a gestão de água, resíduos e energia

Pedro Prádanos: CEO no Brasil da Veolia (VEOLIA/Divulgação)
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Publicado em 15 de dezembro de 2023 às 09h00.

Última atualização em 12 de janeiro de 2024 às 19h58.

A gestão da água, tema central na discussão sobre desenvolvimento sustentável, foi destaque no Fórum Infraestrutura – Cidades e Investimentos, que reuniu na semana passada em São Paulo líderes do poder público e investidores do setor privado para debater e formatar soluções de transformação urbana considerando os cenários de 2024.

O painel Saneamento & Infraestrutura trouxe um balanço da universalização do saneamento no país e analisou os efeitos do Novo Marco Legal do Saneamento para os investimentos no setor. O arcabouço legal tem como metas até 2033 o atendimento de 99% da população com água potável (atualmente é de 84%) e 90% com coleta e tratamento de esgotos (hoje, a cobertura é de 51%), além da erradicação dos lixões até o ano que vem.

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Pedro Prádanos, CEO no Brasil da Veolia, maior player mundial de serviços ambientais, com soluções de gestão da água, de resíduos e energia, foi um dos participantes do painel e ressaltou os entraves enfrentados pela iniciativa privada para colaborar com o cumprimento desses objetivos.

“Para empresas como a Veolia terem uma maior atuação no Brasil é preciso estabilidade. Estabilidade política, para que não existam mudanças radicais em diferentes governos, estabilidade econômica, estabilidade jurídica, estabilidade normativa”, declarou. “Dinheiro existe no mercado. Há fundos de investimento ávidos por trabalhar aqui, mas antes precisam de estabilidade”.

O executivo lembrou também que, mais do que ter recursos, é importante estar atento à forma de operar esses recursos para que sejam, de fato, bem utilizados. “Para ter uma ideia, na Veolia, que está completando 170 anos, temos contratos de mais de 100 anos. Acho que este é o êxito de uma empresa: que o investimento feito seja reconhecido como útil e seguro. Então, é preciso know-how, saber fazer o gerenciamento, ter um bom modelo de gestão”, avaliou Prádanos, referindo-se às PPPs.

Descarbonizar, despoluir, regenerar

Presente em mais de 60 países, nos cinco continentes, e com aproximadamente 230 mil colaboradores, a Veolia é referência global em transformação ecológica.

A companhia de origem francesa, atende mundialmente cerca de 110 milhões de pessoas em água e 70 milhões em tratamento de esgoto, gera mais de 45 milhões de MW/h de energia limpa, além de valorizar anualmente mais de 60 milhões de toneladas de resíduos.

Com soluções customizadas nessas áreas, tanto para municípios como para grandes indústrias, a organização tem como maior diferencial o seu propósito, que é apoiar o progresso humano aliado à sustentabilidade, hoje fazendo frente aos desafios de descarbonizar, despoluir e regenerar recursos.

Somado à sólida abordagem ambiental, também são diferenciais o alto nível de digitalização, com uso inclusive de inteligência artificial, e o amplo portfólio, que inclui mais de 350 tecnologias patenteadas, voltadas para a preservação dos recursos hídricos, o respeito às regulamentações e a implementação de uma economia circular.

Nos serviços de gestão hídrica, a empresa trata e monitora a qualidade da água em todas as etapas do seu ciclo, desde a produção e distribuição de água potável até a coleta, o tratamento e a reutilização das águas residuais. São mais de 8,5 mil estações de tratamento de água e de esgoto operadas pela Veolia em todo o mundo.

A Veolia trata e monitora a qualidade da água em todas as etapas do seu ciclo (VEOLIA/Divulgação)

Em relação ao gerenciamento de resíduos, a companhia trabalha auxiliando os setores privado (indústrias e comércios) e público (municípios e instituições) na gestão segura e ambientalmente correta dos resíduos perigosos e não perigosos, incluindo todas as etapas, do gerenciamento ao tratamento, desde a coleta até a valorização.

Na terceira frente, o foco se dá na melhoria da eficiência energética de grandes consumidores e na troca de combustíveis fósseis para combustíveis limpos, tema muito atual e relacionado com a redução das emissões de gases de efeito estufa para combater as mudanças climáticas.

Player mais diversificado no país

Segundo Bruno Muehlbauer, diretor de desenvolvimento de negócios públicos da Veolia Brasil, a empresa é, atualmente, o player com o maior know-how e com o escopo mais completo do mercado mundial, sendo o único player capaz de oferecer soluções integradas e com sinergias entre as áreas de águas, resíduos e energia.

No Brasil, a empresa está presente em 12 estados e conta com cerca de 3 mil colaboradores, que atendem atualmente 120 municípios e aproximadamente 10 mil clientes privados.

Por aqui, a maior contribuição ambiental se dá na área de manejo de resíduos. A Veolia tem hoje seis centrais de gerenciamento no país. “Antes chamados de aterros sanitários, esses locais foram batizados pela empresa de ‘parques ambientais’, devido às várias inovações e tecnologias adicionais implementadas”, conta.

Uma delas é a captura e valorização energética do biogás: já são três as plantas de geração de energia elétrica à base de biogás em funcionamento.

“Estamos implementando centrais de triagem para elevar o índice de reciclagem nas unidades e temos produzido, há alguns anos, combustíveis desses resíduos, para serem usados na indústria cimenteira, substituindo combustíveis fósseis convencionais, pretendemos intensificar essa atividade na medida em que os projetos se viabilizarem. Também estamos investindo tempo e recursos para desenvolvimento de unidades de produção de biometano que complementarão nosso portfólio de soluções nos nossos parques ambientais e ajudarão nossos clientes a reduzir sua pegada e suas emissões de carbono”, acrescenta Muehlbauer.

Com essas iniciativas, a companhia está evitando anualmente no país o lançamento de 1,5 milhão de toneladas de carbono na atmosfera.

Inovação para uma economia circular

No campo da gestão da água, uma das inovações em economia circular que já está sendo apresentada ao mercado brasileiro é o conceito de “Biofactoría”, que tem como fundamento a transformação de resíduos do tratamento de esgotos em novos recursos, fazendo das estações de tratamento locais que tratam a poluição das águas residuais de forma eficiente, autossustentável e gerando valor adicional para os territórios.

“Quanto mais avançarmos no tratamento de esgoto no Brasil, mais lodo proveniente dessas plantas e processos será gerado. Nosso objetivo em relação a essa questão são soluções de economia circular, nas quais iremos valorizar o lodo gerado nas estações de tratamento para transformá-lo em biometano e/ou em energia elétrica, bem como os rejeitos do processo em fertilizantes. Já fazemos isso em outros locais da América do Sul e, em breve, faremos no Brasil”, explica.

A tecnologia já é amplamente aplicada no Chile, nas unidades de tratamento de esgoto de Águas Andinas, empresa de abastecimento de água e saneamento, que faz parte do Grupo Veolia. A solução inovadora foi inclusive premiada pela ONU por sua contribuição no combate às mudanças climáticas.

Presença no país triplicou em cinco anos

Com as questões ambientais e a descarbonização sendo o grande desafio mundial atual, cada vez mais clientes, municipais e industriais, têm apostado no valor das soluções da empresa: a multinacional triplicou seu tamanho no ramo industrial e duplicou nos outros segmentos no Brasil nos últimos cinco anos.

“Temos fechado e renovado importantes contratos nesses anos, mostrando que os nossos diferenciais estão sendo percebidos e valorizados por nossos clientes”, diz o diretor de desenvolvimento público da companhia, que tem faturamento anual global perto de 50 bilhões de euros. “Não há desafios nos setores de água, energia e resíduos com os quais a gente não consiga e não queira contribuir e aportar valor aqui no Brasil”.

Por fim, Muehlbauer destaca que o trabalho da companhia é essencialmente ajudar indústrias e municípios a melhorarem seu desempenho ambiental, mas que a tarefa não é só da porta para fora.

Internamente, a organização tem trabalhado e investido muito em tecnologia para reduzir globalmente em 50% suas próprias emissões de carbono até 2030 e se tornar Net Zero até 2050. “Isso é bastante significativo para uma empresa desse tamanho e é algo que nos orgulha muito”, conclui.

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