Negócios

Sócios do BTG estariam atrás de participação de Esteves

Sócios do BTG Pactual estão negociando a compra da participação controladora do ex-CEO André Esteves no banco após sua prisão, disse uma fonte


	André Esteves, do BTG Pactual: sócios ainda estão tentando fechar os detalhes da compra
 (Chris Ratcliffe/Bloomberg)

André Esteves, do BTG Pactual: sócios ainda estão tentando fechar os detalhes da compra (Chris Ratcliffe/Bloomberg)

DR

Da Redação

Publicado em 30 de novembro de 2015 às 20h35.

Os sócios do BTG Pactual estão negociando a compra da participação controladora do ex-CEO André Esteves no banco após sua prisão, na semana passada, disse uma fonte informada sobre o assunto. O Supremo Tribunal Federal estendeu a prisão do bilionário no domingo, segundo o advogado do executivo.

Os sócios ainda estão tentando fechar os detalhes da compra. Eles buscam isolar o banco de Esteves e conter os saques de fundos em caso de ele permanecer na prisão, disse a fonte, que pediu anonimato porque as discussões são privadas. O BTG tem 64 sócios, segundo seu site.

Declarações regulatórias deste ano mostram que ele possui uma participação de 22 por cento a 24 por cento no banco. A empresa tinha um valor total no mercado de ações de cerca de R$ 21,4 bilhões (US$ 5,6 bilhões) na sexta-feira. A participação dele também inclui a chamada golden share (ação de ouro) no BTG, que dá a ele o controle efetivo da empresa, disse a fonte.

Um representante do BTG Pactual preferiu não comentar e o advogado de Esteves encaminhou as perguntas sobre o assunto ao BTG.

Esteves foi preso no dia 25 de novembro sob as acusações de que ele e o senador Delcídio Amaral tentaram interferir no depoimento de um ex-executivo da Petrobras preso em janeiro no maior escândalo de corrupção do país. Por meio de seu advogado, Esteves negou as acusações. Sua equipe de defesa apresentou no domingo um pedido ao Supremo Tribunal Federal para libertá-lo, quando o período de cinco dias de sua prisão preventiva expirou, disse um dos advogados do bilionário.

Falta grave

O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pediu a extensão da prisão com base em objetos apreendidos na quarta- feira e depoimentos dados por aqueles que estão sendo investigados, segundo uma nota enviada por e-mail pela procuradoria-geral no domingo. A procuradoria vê “uma falta extremamente grave” na conduta de Esteves, segundo a nota.

O BTG nomeou Pérsio Arida como CEO interino no mesmo dia em que Esteves foi preso. Contudo, as ações do BTG caíram 26 por cento em São Paulo desde 25 de novembro. Os clientes retiraram R$ 4,2 bilhões (US$ 1,1 bilhão) dos fundos de renda fixa mais líquidos do banco nos dias 25 e 26 de novembro, segundo os dados mais recentes disponíveis no site da Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Esse montante representa um terço do patrimônio líquido combinado dos 10 fundos de renda fixa listados no site do banco.

O jornal Folha de S.Paulo informou no sábado que os sócios estavam estudando a compra da participação de Esteves. O portal G1 informou na manhã de domingo que a prisão de Esteves havia sido estendida.

Acompanhe tudo sobre:André EstevesBancosbancos-de-investimentoBanqueirosBilionários brasileirosBTG PactualEmpresáriosEmpresasEmpresas abertasFinançasHoldingsPersonalidades

Mais de Negócios

15 franquias baratas a partir de R$ 300 para quem quer deixar de ser CLT em 2025

De ex-condenado a bilionário: como ele construiu uma fortuna de US$ 8 bi vendendo carros usados

Como a mulher mais rica do mundo gasta sua fortuna de R$ 522 bilhões

Ele saiu do zero, superou o burnout e hoje faz R$ 500 milhões com tecnologia