Kerviel foi acusado de ter dissimulado operações de alto risco, de 50 bilhões de euros no momento em que o escândalo explodiu, no início de 2008 (Thomas Samson/AFP)
Da Redação
Publicado em 18 de maio de 2015 às 10h27.
Paris - A oficial da polícia que dirigiu a investigação sobre a perda de 4,9 bilhões de euros sofrida pelo Société Générale em 2008 disse a um juiz que o banco francês conhecia as operações de seu ex-corretor da bolsa Jérôme Kerviel, segundo o site de informação Mediapart.
Ex-comandante da polícia financeira, Nathalie Le Roy, que prestou depoimento ante o juiz no âmbito de uma investigação por fraude e falsificação iniciada em 2014, mencionou o testemunho de um ex-funcionário do Société Générale, afirmou o Mediapart.
Este funcionário, que trabalhava no setor de "riscos operacionais" do banco, disse à polícia que "a atividade de Jérôme Kerviel era conhecida" e afirmou que já havia alertado em abril de 2007 vários diretores através de um e-mail "com uma caveira, para atrair sua atenção".
Apesar de várias tentativas, incluindo uma incursão judicial no banco, Le Roy não conseguiu encontrar esta mensagem, de acordo com o Mediapart.
Com base nos interrogatórios e documentos que analisou durante a investigação, a polícia afirmou que teve "a impressão e depois a certeza de que a hierarquia de Jérôme Kerviel não podia ignorar as posições tomadas por ele", escreveu o jornal eletrônico.
O banco reagiu a estas afirmações manifestando seu choque e lembrou que a justiça reconheceu a culpa penal exclusiva de seu ex-corretor.
Kerviel foi acusado de ter dissimulado operações de alto risco, de 50 bilhões de euros no momento em que o escândalo explodiu, no início de 2008.