Negócios

Sob novo comando, Petrobras divulga último balanço da era Castello Branco

Este primeiro trimestre de 2021 teve diversos aumentos nos preços de combustíveis, seguindo a alta da cotação do petróleo

 (André Motta de Souza/Agência Petrobras/Divulgação)

(André Motta de Souza/Agência Petrobras/Divulgação)

Victor Sena

Victor Sena

Publicado em 13 de maio de 2021 às 06h00.

O novo presidente da Petrobras, General Silva e Luna, que assumiu o comando da estatal em abril, entregará ao mercado um resultado financeiro que mostra, na verdade, como foram os últimos três meses de Roberto Castello Branco à frente da companhia.

Os dados serão divulgados nesta quinta-feira (13) e compreendem as operações da Petrobras entre janeiro e março. A demissão de Roberto Castello Branco foi anunciada no meio de fevereiro, mas o ex-presidente da estatal ficou no comando até o dia 12 de abril.

Qualquer sucesso ou problema, portanto, deve ter os créditos recaídos sobre a gestão anterior, marcada por elogios do mercado financeiro e do setor de óleo e gás, mas que foi encerrada após dois anos devido a um desgaste entre o então presidente da companhia e o presidente da República Jair Bolsonaro.

Bolsonaro descordava da forma como a empresa conduzia a política de preços de combustíveis, mantendo paridade internacional de preços.

Este primeiro trimestre de 2021 teve diversos aumentos nos preços de combustíveis, seguindo a alta da cotação do petróleo, o que era defendido com unhas e dentes por Roberto Castello Branco.

Castello Branco saiu da empresa com boa avaliação do mercado, que pode ser vista na call de investidores após a divulgação dos resultados anuais da companhia. Ele recebeu cumprimentos e elogios de diversas instituições financeiras por ter reduzido o endividamento da Petrobras, ter colocado em prática um programa de vendas de ativos e focado a estratégia da petroleira na extração de petróleo do pré-sal.

A ideia era que, de forma alguma, a companhia deveria "pagar" por algum déficit no valor dos combustíveis para fazer política pública.

Entre o início de janeiro e o fim de março, o preço do petróleo brent disparou de 53 dólares o barril para 61 dólares, com a maior demanda por combustíveis ao redor do mundo conforme a circulação de pessoas voltava à normalidade em países com a pandemia controlada.

Os preços altos da matéria-prima devem ter tido bons efeitos na receita de vendas de combustíveis e exportação de óleo cru da companhia.

O volume de exportação de óleo e de vendas de derivados, porém, tiveram queda neste primeiro trimestre de acordo com o Relatório de Produção e Vendas devido À menor produção de óleo no quarto trimestre, já divulgado, o que deve forçar a conta para baixo.

A produção da companhia no primeiro trimestre de 2021 foi de 2,765 milhões de barris de óleo equivalente, acima dos 2,682 milhões do quarto trimestre, mas abaixo dos 2,909 do primeiro trimestre de 2020.

Resta ver, após o fechamento do mercado financeiro nesta quinta-feira, os impactos das altas nos preços dos combustíveis e do petróleo na receita, EBITDA e lucro líquido e da maior e mais emblemática empresa brasileira.

Quais são as tendências entre as maiores empresas do Brasil e do mundo? Assine a EXAME e saiba mais.

Acompanhe tudo sobre:BalançosCombustíveisPetrobrasPetróleo

Mais de Negócios

Prêmio Sebrae Mulher de Negócios 2024: conheça as vencedoras

Pinduoduo registra crescimento sólido em receita e lucro, mas ações caem

Empresa cresce num mercado bilionário que poupa até 50% o custo com aluguel

Como esta administradora independente já vendeu R$ 1 bilhão em consórcios