Sob gestão chinesa, lucro da CPFL cresce 265% no 2º trimestre
O lucro da companhia subiu de R$ 123 milhões no ano passado para R$ 450 milhões entre abril e junho. No ano, o lucro subiu 145%, para R$ 870 milhões
Estadão Conteúdo
Publicado em 15 de agosto de 2018 às 16h34.
São Paulo - Em meio a uma briga entre a controladora State Grid e os minoritários de uma de suas subsidiárias, o grupo CPFL conseguiu elevar em 265% seus ganhos no segundo trimestre deste ano.
O lucro da companhia subiu de R$ 123 milhões no ano passado para R$ 450 milhões entre abril e junho. No ano, o lucro subiu 145%, para R$ 870 milhões.
O presidente do grupo, André Dorf, explica que o resultado é decorrente de uma série de fatores. Um deles foi a disciplina de custos. Sob o comando da chinesa State Grid, que comprou o grupo brasileiro no começo do ano passado, os custos caíram 10% no período comparado a igual período do ano passado.
Esse resultado veio da redução dos gastos com auditoria e consultoria; serviços terceirizados; despesas legais e jurídicas; e provisão para devedores duvidosos (PDD).
Do outro lado, as receitas também cresceram. As vendas na área de concessão do grupo subiram 4,0%, com destaque para o crescimento da classe residencial (+5,7%).
Dorf também explicou que a entrada de projetos em operação melhorou o faturamento da empresa. Em junho do ano passado, a companhia inaugurou o parque eólico Pedra Cheirosa, de quase 50 MW.
No período, com a queda dos juros, a CPFL conseguiu reduzir em 41% suas despesas financeiras, de R$ 418 milhões para R$ 246 milhões. Dorf explica que a companhia conseguiu trocar dívidas mais caras por crédito mais barato.
Para ter ideia, em 2016, o custo da dívida era da ordem de 13,5% mais inflação. Neste ano, está em 3,1% mais inflação. "Isso foi possível por causa da queda na taxa Selic e melhora do rating da empresa , o que permitiu a troca por dívidas mais baratas", disse ele, ressaltando que o grupo não tem nenhum empréstimo chinês.
No primeiro semestre do ano, a CPFL investiu R$ 848 milhões. Até o fim do ano, esse número deve alcançar R$ 2,1 bilhões. Boa parte desses recursos serão investidos em distribuição.
Até 2022, a empresa deve aplicar R$ 9,8 bilhões no setor de distribuição; R$ 455 milhões em geração; e R$ 166 milhões em comercialização e serviços.
Na distribuição, os projetos de automação e digitalização serão o foco da empresa. "Já estamos fazendo investimento em religadores automáticos e gerenciamento remoto. Nos clientes industriais, já temos monitoramento em tempo real", diz Dorf.