Fábrica da Marfrig: com um quadro de 680 funcionários, companhia é uma das maiores empregadoras de Alegrete (Divulgação)
Da Redação
Publicado em 19 de agosto de 2014 às 20h26.
Porto Alegre - O presidente do Sindicato dos Trabalhadores na Indústria de Alimentação de Alegrete, Marcos Rosse, afirmou nesta terça-feira, 19, que se reunirá nesta quarta-feira, 20, com representantes do governo gaúcho, em Porto Alegre, para tratar da suspensão das operações da unidade da Marfrig em Alegrete, no interior do Estado.
"Não vamos permitir que a situação fique como a empresa pretende", disse. Segundo Rosse, o sindicato foi informado pela Marfrig de que a fábrica pararia as atividades no dia 1º de setembro e que todos os funcionários seriam demitidos, mas que a companhia manteria a estrutura arrendada, com a expectativa de reabrir a unidade mais para frente - a Marfrig arrenda a planta do Frigorífico Mercosul.
"O objetivo fundamental é manter a planta em funcionamento com a Marfrig, mas se eles alegam que não podem, que não têm matéria-prima, queremos que outra empresa assuma para manter os emprego na cidade", explicou.
Rosse alega que, com um quadro de 680 funcionários, a Marfrig é uma das maiores empregadoras de Alegrete. "Já estamos consultando advogados para saber as medidas legais que podem ser tomadas", revelou. Ele também disse que, na próxima sexta-feira, o sindicato comparecerá a uma reunião conciliatória, convocada pela Marfrig na superintendência do Ministério do Trabalho do Rio Grande do Sul, para discutir a questão do fechamento da fábrica.
"A empresa falou que poderia transferir até 100 trabalhadores para as outras unidades que a Marfrig têm no Estado, em Bagé e São Gabriel, mas não esclareceu qual seria a estrutura oferecida aos funcionários, nem como seria o processo", argumentou.
Procurada, a Marfrig informou por meio de nota que, por uma decisão estratégica e mercadológica, suspenderá temporariamente as operações na unidade de Alegrete, respeitando todos os requisitos legais referentes ao processo. De acordo com o texto, o nível de atividade da empresa no Estado será mantido pela otimização da operação nas outras duas unidades da empresa na região - São Gabriel e Bagé.
"A parada temporária de qualquer de uma das plantas do grupo no Brasil ou no exterior faz parte da dinâmica do nosso setor. Este processo é comum a qualquer setor econômico. Sendo uma empresa de capital aberto, agimos de forma transparente e em busca de crescimento e de maiores níveis de rentabilidade", diz a nota.
Por enquanto, a empresa não se pronunciou sobre as supostas demissões. Segundo Rosse, a planta da Marfrig no município tem capacidade para abater até 800 bois por dia. Ele alega que a interrupção total das atividades não afetaria somente os empregados diretos, mas também a cadeia de comércio e serviços da região, principalmente na área de transportes.