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Sindicalista diz que proposta de aéreas é 'provocação'

Greve dos aeronautas e aeroviárias é mantida para o dia 23

Caos aéreo: paralisação dos aeronautas causará transtornos (Veja São Paulo)
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Da Redação

Publicado em 21 de dezembro de 2010 às 18h15.

São Paulo - Após a reunião no Ministério Público do Trabalho, em Brasília, que terminou hoje sem acordo entre as empresas aéreas e os aeroviários e os aeronautas, o secretário-geral do Sindicato Nacional dos Aeroviários, Marcelo Schmidt, disse que a proposta apresentada pelos empresários hoje foi uma "provocação". Essa atitude, que classificou como radicalização, deve empurrar a categoria para a greve, mantida para a próxima quinta-feira, 23.

"Nós estamos prontos para a greve, convocando os trabalhadores. Estão faltando profissionais na aviação, e os empresários são os responsáveis por isso", afirmou. As empresas propuseram aos trabalhadores um reajuste salarial de 6,08%, correspondente a variação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) mais 0,5 ponto porcentual, de ganho real. Os trabalhadores rejeitaram.

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Segundo Schmidt, a categoria tem conhecimento do transtorno que a paralisação causará, mas os trabalhadores estão dispostos a manter o movimento. No entanto, ressaltou, a paralisação não será total. "Vamos fazer com que todos os passageiros cheguem a seus destinos. Vamos operar no nível mínimo, mas não em operação padrão", completou.

De acordo com ele, a proposta dos patrões apresentada hoje não deve ser considerada. Com isso, a eventual greve deve forçar as empresas a voltarem à mesa de negociação com uma proposta de reajuste mais elevado. "Os passageiros terão de ter paciência", concluiu.

O presidente do Sindicato Nacional dos Aeronautas, Gelson Dagmar Fochesato, disse que, se os trabalhadores não utilizarem o recurso da greve, a segurança nos voos pode ser comprometida. "As empresas e o Estado não estão preparados para o crescimento do mercado. Todas as tripulações já estão com seus limites de voo esgotados", disse Fochesato. Segundo ele, o sindicato dos trabalhadores aguarda que as empresas organizem um plano de escala para os voos que sairão normalmente no dia da greve e para aqueles que sofrerão atrasos. "A greve é para a segurança da sociedade. Se não houver respeito à greve, pode haver acidentes", concluiu.

Empresas

O consultor do Sindicato Nacional das Empresas Aeroviárias (SNEA), Odilon Junqueira, disse que a proposta de reajuste salarial de 6,08% foi a única possível no momento, mas que os empresários também propuseram antecipar um novo ajuste para maio de 2011. Segundo ele, o SNEA continua aberto à negociação. "Não podemos deixar a sociedade refém de uma situação como essa", afirmou, referindo-se à greve mantida pelos trabalhadores.

Segundo Junqueira, a negociação é complexa e os empresários "têm confiança" no elevado espírito profissional dos aeroviários", que, segundo ele, não devem chegar às vias de fato, paralisando as operações na véspera do Natal.

De acordo com os sindicalistas, o presidente da Força Sindical, deputado Paulo Pereira (PDT/SP), marcou para amanhã uma reunião com o ministro do Trabalho, Carlos Lupi, para tentar encontrar uma solução para o impasse, antes da assembleia geral dos trabalhadores do setor, marcada para as 5 horas da manhã de quinta-feira.

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