Shell e BG devem quadruplicar produção no Brasil até 2020
Atualmente, as duas empresas produzem juntas cerca de 240 mil barris de óleo equivalente por dia (boed) no país
Da Redação
Publicado em 15 de fevereiro de 2016 às 11h53.
Rio de Janeiro - A empresa resultante da fusão das gigantes petroleiras Shell e BG deverá quadruplicar a produção de óleo e gás no Brasil em quatro anos, transformando o país no principal mercado de exploração e produção da companhia, afirmou nesta segunda-feira o presidente global da multinacional, Ben van Beurden.
Atualmente, as duas empresas produzem juntas cerca de 240 mil barris de óleo equivalente por dia (boed) no país, ou pouco mais de 7 por cento do total produzido no Brasil, segundo os últimos dados publicados pela Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).
A BG produziu 205.572 boed em dezembro no Brasil, segundo a ANP, enquanto a Shell extraiu 34.471 boed.
"O Brasil será um dos três principais países para a Shell e, em uma perspectiva de upstream (exploração e produção), provavelmente será o país mais valioso em nosso portfólio", disse Beurden, em conferência de imprensa para falar sobre a incorporação da BG, que passa a vigorar a partir desta segunda-feira.
"As duas companhias juntas deverão quadruplicar (a produção) até o fim desta década", disse o executivo, em visita ao Rio de Janeiro, onde vai se encontrar com executivos de ambas as empresas.
Devido às parcerias anteriores da BG com a Petrobras , que incluem o principal produtor de óleo e gás do Brasil --campo de Lula, na Bacia de Santos--, a Shell passa a ser a principal sócia da estatal no pré-sal, região que tem apresentado crescimento contínuo de produtividade.
Além disso, outro projeto de grande importância irá contribuir com a ampliação da produção da Shell no Brasil, que é a área de Libra, no pré-sal, na qual a empresa já era sócia da Petrobras e de outras companhias, com uma fatia de 20 por cento.
Libra, considerada pelo governo a maior reserva do Brasil, tem o primeiro fluxo de óleo em teste esperado para 2017.
O pré-sal está no foco principal da Petrobras, que vive um dos momentos de crise financeira mais difíceis de sua história, lutando para equacionar uma dívida bilionária.
O executivo destacou que as áreas do pré-sal no Brasil deverão ter equilíbrio financeiro mesmo com os preços do petróleo previstos para o ano. Para ele, os valores da commodity podem se estabilizar no fim deste ano, possivelmente motivando alta das cotações.
Beurden destacou ainda que a região petrolífera precisa ser avaliada pensando em um cenário de longo prazo, frisando que Libra, por exemplo, é um projeto de três ou quatro décadas. A área pode conter até 12 bilhões de barris recuperáveis, segundo estimativas do governo brasileiro.
Além de elevar a posição estratégica do pré-sal em seu portfólio, a compra da BG permitiu que a Shell se tornasse a maior comerciante mundial de gás natural liquefeito (GNL).
Um dos seus clientes nesse setor é a Petrobras. Entretanto, o executivo evitou responder se a empresa teria interesse nos ativos da petroleira estatal à venda nesse segmento.
Por outro lado, o executivo negou que tenha interesse atualmente no setor de refino brasileiro, para o qual a Petrobras também está em busca de investidores.
A Shell já tem uma presença forte em distribuição e venda de combustíveis no Brasil por meio da Raízen, em sociedade meio a meio com a Cosan. A Raízen é ainda a maior produtora de açúcar e etanol do país.
Operação do pré-sal
O executivo também ressaltou que decisões sobre uma possível a mudança de regras que obrigam a Petrobras a ser operadora única do pré-sal cabem ao governo brasileiro, mas que faria mais sentido que a regulamentação fosse mais flexível.
"Se você me perguntar o que eu acho que faz sentido, eu acho que faz mais sentido flexibilizar isso", afirmou, explicando que a vinda de parceiros para o pré-sal, inclusive como operadores, poderia trazer mais investimentos e competitividade.
Beurden afirmou que se reuniu com a presidente Dilma Rousseff após o anúncio do acordo com a BG, no ano passado, devido ao grau de importância do Brasil no negócio.
Na reunião, o executivo explicou à presidente suas perspectivas para o país, e afirmou que acredita nos fundamentos do país, em sua geologia e no potencial do mercado.
Ele também afirmou que a Petrobras é uma parceira muito competente, embora passe atualmente por um momento difícil.
Beurden adicionou ainda que, como investidora, a empresa busca um ambiente de estabilidade regulatória e fiscal. Não há uma reunião marcada nesta segunda-feira com a presidente Dilma, segundo ele.
Rio de Janeiro - A empresa resultante da fusão das gigantes petroleiras Shell e BG deverá quadruplicar a produção de óleo e gás no Brasil em quatro anos, transformando o país no principal mercado de exploração e produção da companhia, afirmou nesta segunda-feira o presidente global da multinacional, Ben van Beurden.
Atualmente, as duas empresas produzem juntas cerca de 240 mil barris de óleo equivalente por dia (boed) no país, ou pouco mais de 7 por cento do total produzido no Brasil, segundo os últimos dados publicados pela Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).
A BG produziu 205.572 boed em dezembro no Brasil, segundo a ANP, enquanto a Shell extraiu 34.471 boed.
"O Brasil será um dos três principais países para a Shell e, em uma perspectiva de upstream (exploração e produção), provavelmente será o país mais valioso em nosso portfólio", disse Beurden, em conferência de imprensa para falar sobre a incorporação da BG, que passa a vigorar a partir desta segunda-feira.
"As duas companhias juntas deverão quadruplicar (a produção) até o fim desta década", disse o executivo, em visita ao Rio de Janeiro, onde vai se encontrar com executivos de ambas as empresas.
Devido às parcerias anteriores da BG com a Petrobras , que incluem o principal produtor de óleo e gás do Brasil --campo de Lula, na Bacia de Santos--, a Shell passa a ser a principal sócia da estatal no pré-sal, região que tem apresentado crescimento contínuo de produtividade.
Além disso, outro projeto de grande importância irá contribuir com a ampliação da produção da Shell no Brasil, que é a área de Libra, no pré-sal, na qual a empresa já era sócia da Petrobras e de outras companhias, com uma fatia de 20 por cento.
Libra, considerada pelo governo a maior reserva do Brasil, tem o primeiro fluxo de óleo em teste esperado para 2017.
O pré-sal está no foco principal da Petrobras, que vive um dos momentos de crise financeira mais difíceis de sua história, lutando para equacionar uma dívida bilionária.
O executivo destacou que as áreas do pré-sal no Brasil deverão ter equilíbrio financeiro mesmo com os preços do petróleo previstos para o ano. Para ele, os valores da commodity podem se estabilizar no fim deste ano, possivelmente motivando alta das cotações.
Beurden destacou ainda que a região petrolífera precisa ser avaliada pensando em um cenário de longo prazo, frisando que Libra, por exemplo, é um projeto de três ou quatro décadas. A área pode conter até 12 bilhões de barris recuperáveis, segundo estimativas do governo brasileiro.
Além de elevar a posição estratégica do pré-sal em seu portfólio, a compra da BG permitiu que a Shell se tornasse a maior comerciante mundial de gás natural liquefeito (GNL).
Um dos seus clientes nesse setor é a Petrobras. Entretanto, o executivo evitou responder se a empresa teria interesse nos ativos da petroleira estatal à venda nesse segmento.
Por outro lado, o executivo negou que tenha interesse atualmente no setor de refino brasileiro, para o qual a Petrobras também está em busca de investidores.
A Shell já tem uma presença forte em distribuição e venda de combustíveis no Brasil por meio da Raízen, em sociedade meio a meio com a Cosan. A Raízen é ainda a maior produtora de açúcar e etanol do país.
Operação do pré-sal
O executivo também ressaltou que decisões sobre uma possível a mudança de regras que obrigam a Petrobras a ser operadora única do pré-sal cabem ao governo brasileiro, mas que faria mais sentido que a regulamentação fosse mais flexível.
"Se você me perguntar o que eu acho que faz sentido, eu acho que faz mais sentido flexibilizar isso", afirmou, explicando que a vinda de parceiros para o pré-sal, inclusive como operadores, poderia trazer mais investimentos e competitividade.
Beurden afirmou que se reuniu com a presidente Dilma Rousseff após o anúncio do acordo com a BG, no ano passado, devido ao grau de importância do Brasil no negócio.
Na reunião, o executivo explicou à presidente suas perspectivas para o país, e afirmou que acredita nos fundamentos do país, em sua geologia e no potencial do mercado.
Ele também afirmou que a Petrobras é uma parceira muito competente, embora passe atualmente por um momento difícil.
Beurden adicionou ainda que, como investidora, a empresa busca um ambiente de estabilidade regulatória e fiscal. Não há uma reunião marcada nesta segunda-feira com a presidente Dilma, segundo ele.