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Sextante, Paulo Coelho e a mágica de vender livros

Editora conta com o autor para dar um novo salto nos negócios

Paulo Coelho na República Tcheca: autor já vendeu 135 milhões de livros em 150 países (//Divulgação)

Tatiana Vaz

Publicado em 22 de agosto de 2012 às 19h33.

São Paulo - Na última semana, chegou às livrarias de todo país o novo livro de Paulo Coelho, O Aleph (inspirado na obra homônima do argentino Jorge Luis Borges). O romance, que engloba temas ligados à busca espiritual, marca a estreia do autor na Sextante. E a editora carioca planeja faturar alto com a venda dos livros do brasileiro.

A expectativa é de vender em um ano, no mínimo, 300.000 exemplares da obra no Brasil, o que renderia um faturamento em torno de 3,750 milhões de reais à editora. O preço sugerido do livro nas livrarias é de 24,90 reais e a Sextante fica com metade deste valor. O restante será repartido entre o autor, a distribuidora e outros.

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"Não acredito que seja difícil bater essa meta inicial, mesmo porque o mercado de livros tem melhorado aos poucos no Brasil", afirma Tomás Pereira, sócio e editor da Sextante. "Os preços mais acessíveis e a melhora da distribuição das obras têm contribuído para isso".

Dez vezes maior

Por ser um dos autores mais consagrados da atualidade, Paulo Coelho é também um dos mais cobiçados do ramo editorial brasileiro. Suas obras parecem ter um feitiço capaz de arrebatar leitores pelo mundo e reunir um número de vendas impressionante. Até 2009, foram 135 milhões de exemplares vendidos em mais de 150 países.

Basta olhar os números do setor para dimensionar a grandiosidade comercial estimada para O Aleph no Brasil. A estimativa de vendas do livro do autor é dez vezes maior do que a média de vendas de um livro no mercado brasileiro, de 3.000 livros na primeira tiragem.

Quem procurou quem para fechar a parceria? De acordo com Pereira, foi Paulo Coelho quem foi atrás da Sextante para começar a publicar suas obras por meio da editora. "Para nós, esse foi um grande reconhecimento do bom trabalho que fizemos de divulgação com outros autores, como Dan Brown", diz o editor, referindo-se ao criador de obras como Código Da Vinci.

Tomás preferiu não dizer quanto pagou para Paulo Coelho pela licença de publicação exclusiva de sua obra Aleph. Leia aqui o primeiro capítulo de O Aleph.


Lugar certo, hora certa

A entrada de Paulo Coelho na lista de catálogo de autores talvez seja o segundo grande passo da Sextante no mercado editorial brasileiro. A editora fechará o balanço deste ano, segundo estimam analistas de mercado, com um faturamento de cerca de 55 milhões de reais. Resultado de boas apostas e uma pitada de sorte, por estar na hora e no lugar certos em momentos decisivos para o rumo da empresa.

A primeira grande cartada da editora no ramo editorial foi a compra, por 12.000 dólares, em 2003, do direito de uma obra de um autor americano bem desconhecido, um tal de Dan Brown. Em oito meses, 800.000 exemplares do livro Código da Vinci, o primeiro do autor, foram vendidos no Brasil. Apenas as três primeiras edições do livro somam 1,750 milhão de exemplares.

"Pagamos pouco porque era um autor desconhecido de uma obra de ficção, tema que não queríamos focar, pois achávamos que livro de auto-ajuda e espiritualidade era o caminho", diz Pereira. "Não demos muita bola quando compramos os direitos, mas lucramos muito com as vendas deste autor".

Com as edições de Código Da Vinci, Anjos e Demônios, Pontos de Impacto e Ilha Digital, a Sextante já vendeu quatro milhões de exemplares, o que rendeu à editora um faturamento de 60 milhões de reais desde 2003.

Outro importante passo foi a compra de 50% de participação na então pequena editora Intrínseca, em 2007. A entrada da Sextante na sociedade aconteceu pouco tempo antes de a Intrínseca comprar os direitos de publicação de outro sucesso editorial, a série Crepúsculo. Os quatro livros (Crepúsculo, Lua Nova, Eclipse e Amanhecer) foram publicados, a partir de 2008, em 43 países e já contam com mais de 70 milhões de exemplares vendidos no país.

"Admito que tivemos um bocado de sorte mas, sem nosso esforço de divulgação e distribuição dos livros, o sucesso não seria o mesmo", diz Pereira. Mas é claro que ter o autor de O Aleph como pé-de-coelho vai ajudar um bocado daqui para a frente.

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