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Será que a Geração Y quer salvar o mundo durante as férias?

Empresas criaram pacotes para quem quer passar as férias salvando tartarugas ou plantando árvores, mas será que a Geração Y comprará isso?

Geração Y e viagem: os membros da Geração Y adoram viajar em geral, mas esse tipo de viagem não está se popularizando muito entre eles (visualspace/Thinkstock)

Geração Y e viagem: os membros da Geração Y adoram viajar em geral, mas esse tipo de viagem não está se popularizando muito entre eles (visualspace/Thinkstock)

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Da Redação

Publicado em 5 de junho de 2015 às 17h10.

Para muitos, agir conscienciosamente durante as férias significa usar a toalha do hotel mais de uma vez. Mas não há motivos para que os turistas de mentalidade correta deixem seus valores na porta do banheiro.

Você quer passar suas férias dando aulas de inglês, salvando tartarugas ou plantando árvores? Há um pacote de férias socialmente responsável para você.

As empresas desenvolveram um novo vocabulário para esse mercado: ecoturismo, ‘volunturismo’, até mesmo turismo pró-pobres.

Na quinta-feira, a Carnival empregou seu termo preferido – viagem de impacto social – em um evento que apresentou o que poderia ser um local improvável para os turistas éticos: o cruzeiro.

A maior agente de um setor criticado há tempos por gerar poluição, evitar impostos e minimizar salários lançará uma nova marca (deliberadamente sem maiúsculas) chamada fathom (braça) no futuro próximo.

Ela faz parte de um esforço para atrair turistas mais jovens que desejem combinar uma semana de refeições com comida a quilo e a oportunidade de ajudar os outros.

A primeira viagem partirá em abril do ano que vem em uma travessia de sete dias para a República Dominicana.

Os passageiros passarão três dias em Puerto Plata, a região do litoral norte da ilha, cultivando cacaueiros e fertilizante orgânico, dando aulas de inglês ou trabalhando com uma cooperativa local de mulheres para fabricar chocolates artesanais.

Outros ajudarão a construir filtros de água feitos de argila para as famílias.

Turismo edificante

O turismo edificante existe há décadas. A maioria dos esforços tenta combinar a exploração de um destino ou uma cultura – especialmente aqueles que enfrentam uma pobreza generalizada – com tentativas resolutas de transformar os turistas em um motor de desenvolvimento e conservação.

Esta noção ganhou força dentro do setor de turismo diante da ascensão da Geração Y, uma coorte que segundo muitos comerciantes é atraída para experiências significativas e um propósito social mais profundo.

Os membros da Geração Y adoram viajar em geral, mas os cruzeiros não se popularizaram entre a faixa etária de menos de 40 anos.

A ideia da Carnival é dar a essa geração um motivo para tentar uma forma de viajar que talvez ela possa associar a seus avôs.

É claro, existe o risco de que muitos passageiros possam acabar preferindo um dia na praia a um em uma aula de inglês. Voluntariar-se não é obrigatório no cruzeiro de voluntariado.

Tara Russell, a presidente da fathom, descreve a marca como “tudo incluído” e insiste em que ninguém será envergonhado ou pressionado para ajudar.

A equipe dela identificou o problema potencial da não participação desde o começo do seu planejamento e está capacitando os representantes de vendas para discutir o cruzeiro em detalhe. Outras marcas da Carnival talvez se encaixem melhor, diz Russell, “se eles apenas quiserem ir a um cruzeiro de festa”.

Errado

Mas talvez seja errado assumir que aparecer em escolas ou fazendas de países em desenvolvimento ajude mesmo a satisfazer necessidades reais.

Em quase todas as situações, não falta mão de obra, nem roupas, nem pessoal para os orfanatos – falta dinheiro –.

“Se você apenas quiser tirar fotos em um orfanato ou segurar bebês, bom, isso não ajuda tanto quanto construir a ala oeste daquele orfanato ou comprar a comida para as crianças”, diz Kelly Campbell, uma das fundadoras de The Village Experience, uma empresa com sede em Indianápolis que coordena grupos de viagens filantrópicas na Guatemala, na Índia e no Quênia. “É isso que ajuda”.

Para os viajantes que querem uma mentalidade mais filantrópica – seja um retiro corporativo que acrescente atividades de voluntariado à agenda ou profissionais de ioga que esperam ajudar em uma viagem à Índia –, o maior desafio é como garantir que a mão de obra doada seja realmente útil.

“Se não tivermos um impacto genuíno, não vamos continuar fazendo isso”, diz Russell da fathom. “Pode ter minha palavra: se isto não resultar significativo, não valerá a pena fazê-lo”.

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