Ser encerra disputa pela Laureate e poderá comprar ativos da Ânima
Ânima e Ser divulgaram hoje acordos que encerram a disputa pelos ativos da Laureate; Ser tem direito a receber R$ 180 milhões e poderá comprar ativos
Mariana Desidério
Publicado em 30 de outubro de 2020 às 10h04.
Última atualização em 30 de outubro de 2020 às 11h23.
A empresa de educação Ânima divulgou hoje um acordo com a Ser Educacional na disputa pela compra da Laureate do Brasil, que é dona da FMU e da Anhembi Morumbi. De acordo com o comunicado, Ser e Laureate entraram em acordo e extinguiram os processos judiciais e arbritrais abertos por conta do Transaction Agreement firmado em setembro. No acordo, as empresas reconhecem o direito da Ser de receber 180 milhões de reais em pagamento pela não consumação da compra da Laureate.
A Ânima e a Ser também firmaram um acordo. Pela texto, a Ser poderá optar por receber os 180 milhões de reais definidos no contrato com a Lauretae até o dia 4 de novembro. A companhia também pode optar por aguardar o fechamento do negócio entre Ânima e Laureate e receber como pagamento o direito à propriedade futura da Faculdade Internacional da Paraíba e do Centro Universitário Guararapes. Se o negócio entre Ânima e Laureate não sair em até um ano, a Ser pode desistir desses ativos e voltar a reivindicar os 180 milhões de reais.
A Ânima concede ainda à Ser uma opção de compra do Centro Universitário Ritter dos Reis, a UniRitter, do Centro Universitário Fadergs, e do Centro Universitário Hermínio da Silveira (IBMR). Já a Ser concede à Ânima opção de venda dos mesmos centros universitários. As opções de compra e venda podem ser exercidas em até 60 dias contados a partir de 29 de outubro, prorrogáveis por mais 15 dias.
Se após o prazo a Ânima quiser vender esses ativos, deverá notificar a Ser antes, que terá direito a exercer direito de preferência, que valerá até no máximo 30 dias após o fechamento da transação entre Ânima e Laureate.
Entenda a disputa
Em setembro, a Ser Educacional fechou um acordo para comprar os ativos da Laureate do Brasil. O acordo previa que a Laureate fosse a mercado buscar ofertas mais vantajosas para ela (go-shop). A Ânima fez uma proposta, que segundo a Laureate era 500 milhões de reais maior que a proposta feita pela Ser.
Mas a Ser questionou os termos da proposta e levou o caso para a Justiça e depois para a arbitragem. A Ânima ofereceu 4,4 bilhões de reais à Laureate pelas operações no Brasil, sendo que 3,8 bilhões de reais serão pagos em dinheiro e a diferença será a assunção de dívidas locais dos ativos do grupo americano. Há outros 200 milhões de reais que poderão ser pagos a depender do desempenho do curso de medicina.
Com os acordos divulgados hoje, a disputa entre Ser e Ânima para saber quem compra a Laureate do Brasil chega ao fim.