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Ser Educacional mira aquisições e ensino a distância

Após perder a disputa pela Estácio, a Ser Educacional se vê em uma posição relevante para realizar fusões e aquisições e age para crescer no ensino a distância

Ensino a distância: a Ser espera um crescimento significativo no ensino a distância (dolgachov/Thinkstock)
DR

Da Redação

Publicado em 13 de julho de 2016 às 17h54.

Rio de Janeiro - A Ser Educacional se vê em uma posição relevante para realizar fusões e aquisições no setor de ensino superior privado ao menos nos próximos dois anos, período em que as rivais Kroton e Estácio estarão ocupadas para selar sua união, e trabalha para crescer no ensino a distância (EAD).

"A gente fica sozinho no mercado (de fusões e aquisições)", disse à Reuters o diretor-presidente da Ser Educacional, Jânyo Diniz.

Na sexta-feira passada, terminou uma disputa entre Ser e Kroton pela Estácio que durou pouco mais de um mês, quando o Conselho de Administração da empresa cortejada pelas rivais recomendou aos acionistas que aprovem a oferta final apresentada pela Kroton.

Na segunda-feira, a Ser, com sede em Recife (PE), informou ao mercado que encerrou sua proposta para combinação dos negócios com a Estácio, que previa troca de ações e um pagamento de 1 bilhão de reais em dividendos extraordinários aos acionistas da Estácio.

Para Diniz, Estácio e Kroton estarão focadas na aprovação do negócio pelo Conselho Administrativo e de Defesa Econômica (Cade) e na integração de suas operações, abrindo caminho para uma maior atividade de fusões e aquisições pela Ser Educacional.

A outra empresa de ensino superior listada em bolsa é a Anima, mas ela atua com instituições de ensino de perfil mais elevado, cobrando mensalidade mais cara, em um nicho de mercado diferente de Kroton, Estácio e da própria Ser.

"As instituições de ensino que não estavam oficialmente à venda acabaram nos procurando. A gente acabou virando uma alternativa para todo mundo que não quer o bloco Kroton-Estácio. A gente passa a ter mais oportunidades de M&A do que tinha antes", disse Diniz, usando a sigla em inglês para fusões e aquisições.

Com o pagamento das parcelas do Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) pelo governo federal regularizado, o caixa da Ser também não fica comprometido, segundo o executivo. A Ser encerrou março, dado mais recente disponível, com 226 milhões de reais em caixa.

Diniz não forneceu detalhes sobre os possíveis novos alvos de aquisição da Ser, limitando-se a afirmar "que tem de tudo no radar".

De acordo com o diretor de Relações com Investidores da Ser, Rodrigo Alves, a empresa está "olhando operações transformacionais para o nosso negócio, para ativos que façam com que a empresa tenha uma outra cara depois que a operação seja concluída".

A Ser tinha no fim de março 150 mil alunos, menos de 10 por cento do total que a empresa resultante da união entre Kroton e Estácio terá.

EAD Ao mesmo tempo, a Ser espera um crescimento significativo no ensino a distância, com a autorização do Ministério da Educação para novos polos.

A normatização de resolução homologada este ano que vai permitir autonomia para abertura de novos polos para instituições com nota 4 e 5 no Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade) facilitará a expansão. A Ser possui 15 polos de EAD e aguarda a aprovação de mais cerca de 400 pelo governo federal.

"Não vão sair todos de uma vez, nem eu imagino que a gente abra tudo de uma vez. Para quem tem 15 polos, se abrir novos 50 é uma diferença significativa", afirmou o presidente da companhia.

O EAD tem se destacado em meio a um ambiente mais complexo de captação de alunos no ensino presencial, com menos vagas do Fies e a crise econômica.

A consultoria Hoper Educação estima crescimento do EAD de 10 a 15 por cento até 2018, mesmo após sua fatia de mercado ter passado de 1,3 em 2003 para 17,1 por cento em 2014.

CAPTAÇÃO DE ALUNOS

Diniz espera uma captação total no segundo semestre em linha ou melhor que a registrada na primeira metade de 2016. "Estamos confiantes com a captação", afirmou.

A captação total de alunos da Ser no primeiro semestre caiu 12,5 por cento na comparação anual, a 39.935 estudantes.

Excluindo os 8,3 mil alunos captados de janeiro a junho de 2015 que não tiveram acesso ao Fies e desistiram da matrícula, o dado de 2016 teria apresentado crescimento de 7 por cento contra igual etapa do ano passado.

Mas enquanto no ensino presencial o número de alunos da Ser caiu 15,3 por cento, no EAD houve avanço de 65,5 por cento.

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"A gente fica sozinho no mercado (de fusões e aquisições)", disse à Reuters o diretor-presidente da Ser Educacional, Jânyo Diniz.

Na sexta-feira passada, terminou uma disputa entre Ser e Kroton pela Estácio que durou pouco mais de um mês, quando o Conselho de Administração da empresa cortejada pelas rivais recomendou aos acionistas que aprovem a oferta final apresentada pela Kroton.

Na segunda-feira, a Ser, com sede em Recife (PE), informou ao mercado que encerrou sua proposta para combinação dos negócios com a Estácio, que previa troca de ações e um pagamento de 1 bilhão de reais em dividendos extraordinários aos acionistas da Estácio.

Para Diniz, Estácio e Kroton estarão focadas na aprovação do negócio pelo Conselho Administrativo e de Defesa Econômica (Cade) e na integração de suas operações, abrindo caminho para uma maior atividade de fusões e aquisições pela Ser Educacional.

A outra empresa de ensino superior listada em bolsa é a Anima, mas ela atua com instituições de ensino de perfil mais elevado, cobrando mensalidade mais cara, em um nicho de mercado diferente de Kroton, Estácio e da própria Ser.

"As instituições de ensino que não estavam oficialmente à venda acabaram nos procurando. A gente acabou virando uma alternativa para todo mundo que não quer o bloco Kroton-Estácio. A gente passa a ter mais oportunidades de M&A do que tinha antes", disse Diniz, usando a sigla em inglês para fusões e aquisições.

Com o pagamento das parcelas do Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) pelo governo federal regularizado, o caixa da Ser também não fica comprometido, segundo o executivo. A Ser encerrou março, dado mais recente disponível, com 226 milhões de reais em caixa.

Diniz não forneceu detalhes sobre os possíveis novos alvos de aquisição da Ser, limitando-se a afirmar "que tem de tudo no radar".

De acordo com o diretor de Relações com Investidores da Ser, Rodrigo Alves, a empresa está "olhando operações transformacionais para o nosso negócio, para ativos que façam com que a empresa tenha uma outra cara depois que a operação seja concluída".

A Ser tinha no fim de março 150 mil alunos, menos de 10 por cento do total que a empresa resultante da união entre Kroton e Estácio terá.

EAD Ao mesmo tempo, a Ser espera um crescimento significativo no ensino a distância, com a autorização do Ministério da Educação para novos polos.

A normatização de resolução homologada este ano que vai permitir autonomia para abertura de novos polos para instituições com nota 4 e 5 no Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade) facilitará a expansão. A Ser possui 15 polos de EAD e aguarda a aprovação de mais cerca de 400 pelo governo federal.

"Não vão sair todos de uma vez, nem eu imagino que a gente abra tudo de uma vez. Para quem tem 15 polos, se abrir novos 50 é uma diferença significativa", afirmou o presidente da companhia.

O EAD tem se destacado em meio a um ambiente mais complexo de captação de alunos no ensino presencial, com menos vagas do Fies e a crise econômica.

A consultoria Hoper Educação estima crescimento do EAD de 10 a 15 por cento até 2018, mesmo após sua fatia de mercado ter passado de 1,3 em 2003 para 17,1 por cento em 2014.

CAPTAÇÃO DE ALUNOS

Diniz espera uma captação total no segundo semestre em linha ou melhor que a registrada na primeira metade de 2016. "Estamos confiantes com a captação", afirmou.

A captação total de alunos da Ser no primeiro semestre caiu 12,5 por cento na comparação anual, a 39.935 estudantes.

Excluindo os 8,3 mil alunos captados de janeiro a junho de 2015 que não tiveram acesso ao Fies e desistiram da matrícula, o dado de 2016 teria apresentado crescimento de 7 por cento contra igual etapa do ano passado.

Mas enquanto no ensino presencial o número de alunos da Ser caiu 15,3 por cento, no EAD houve avanço de 65,5 por cento.

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