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Semana Internacional de Música muda de formato e espera crescimento

Fabiana Batistela, fundadora do evento, espera mais que dobrar o tamanho do público ao fazer evento online com mais conteúdo e shows

Semana Internacional de Música: evento online e maior na pandemia (Thais Mallon/Reprodução)

Semana Internacional de Música: evento online e maior na pandemia (Thais Mallon/Reprodução)

Marina Filippe

Marina Filippe

Publicado em 24 de setembro de 2020 às 18h46.

Quando teve, em 2012, a oportunidade de conhecer uma feira de música a céu aberto por meio de um convite do governo francês, Fabiana Batistela, que já trouxe ao Brasil mais de 100 artistas internacionais como Weezer e The Cardigans, começou a planejar um modo de realizar algo semelhante por aqui.

Foi em 2013, com o lançamento da SIM, a Semana Internacional de Música, que São Paulo passou a se consolidar na rota de conferências do setor. Da primeira edição com cerca de 500 credenciados e 3.000 pessoas circulando pelos shows, houve um salto para 3.500 credenciados (com custo de até 400 reais por credencial) de mais de 37 países e 40.000 pessoas pelos eventos divididos em 47 espaços da cidade no ano passado. 

"Um evento como esse retorna para cidade 1,59 real a cada 1 real investido, revela uma pesquisa da FGV. Ver o crescimento da feira em 30% ao ano mostra como estamos no caminho certo e gerando oportunidades", diz Batistela.

Neste ano, porém, a SIM precisou repensar o formato e oferecer novas atrações para o público que irá curtir toda a programação remotamente devido à pandemia de covid-19. Primeiramente, há uma mudança no tempo. Ao invés de acontecer tudo em cinco dias, as atrações serão mais espaçadas. Para isso, há um portal com informações e conteúdos direcionados para o profissional de música; uma comunidade que estimula conexões e permite agendar reuniões por uma taxa de 15 reais ao mês; além de atividades avulsas como palestras e shows.

"Esperamos um público maior por não enfrentar as distâncias geográficas e com mais tempo para aproveitar os conteúdos", diz Batistela. A executiva e fundadora da SIM São Paulo espera mais de 4.000 credenciais de 30 países, além de mais de 100.000 fãs de música acompanhando as apresentações artísticas de 2020.

Com 70 painéis, entre palestras, debates, workshops e meetups com convidados de diversos países que vão discutir o cenário atual, tendências e possíveis soluções ; e cerca de 300 showcases de artistas do mundo todo, a agenda da SIM 2020 é baseada no tema "Música Viva!", com quatro pilares: inovação, informação, conexão e motivação.

As atrações ocorrem entre os dias 3 de novembro e 6 de dezembro, mas a comunidade seguirá ativa ao longo do ano. Para a construção dessa programação, a SIM conta com a colaboração de dois conselhos consultivo, o nacional (CCSIM) e o internacional (iCCSIM), formados por mais de 80 nomes de referência dos cinco continentes.

Mulheres

Quando começou sua carreira como jornalista de música na revista Bizz em 1999, Batistela era a única mulher da redação. Ao longo da carreira, ela percebeu como as mulheres foram minoria também na produção dos shows e feiras, por exemplo.

"Apesar de elas serem minoria nesse setor, muitas vezes outro problema era ter os homens levando o crédito pelo trabalho que elas fizeram, como trazer grandes artistas para o país", diz. Pensando nisso, em 2015 ela colocou como meta ter metade da programação com mulheres na formação da SIM São Paulo, na conferência e nas atrações artísticas. Já na sua empresa, a Inker Agência Cultural, as mulheres são maioria.

Segundo uma pesquisa realizada pela DataSIM com 1146 respondentes, 60% das mulheres desse mercado têm a música como principal fonte de renda, mas o vínculo varia bastante entre CLT, freelancer e empresária.

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