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Segundo semestre positivo atenua perdas da Sadia em 2006

Lucro líquido da empresa cai 43%, para 376,588 milhões de reais

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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h39.

O segundo semestre foi fundamental para que a Sadia encerrasse 2006 com números mais favoráveis, após a conjuntura negativa enfrentada pela empresa na primeira metade do exercício. A maior parte do lucro líquido e do ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) contabilizada pela empresa foi gerada entre julho e dezembro. O desempenho dos últimos meses deixou, inclusive, a companhia mais otimista. "Os números do final do ano mostram uma clara recuperação do desempenho", afirma o diretor de Relações com Investidores, Welson Teixeira.

O lucro líquido consolidado, em 2006, foi de 376,588 milhões de reais. A cifra é 43% inferior aos 657,339 milhões do ano anterior. Somente o quarto trimestre respondeu por 41% desses ganhos - 222,940 milhões. O mesmo ocorreu com o ebitda. Dos 658 milhões de reais computados, 77% vieram do segundo semestre. Somente os últimos três meses do ano responderam por 342,860 milhões de reais. Nessa cifra, estão efeitos não recorrentes de créditos tributários de PIS/Cofins, no valor de 75 milhões de reais.

As vendas brutas somaram 7,9 bilhões de reais, 4,7% menores que as de 2005. Trata-se do segundo melhor desempenho da história da companhia, atrás apenas do do ano retrasado. Novamente, o período de julho a dezembro contribuiu para o impulso, ao acrescentar cerca de 4,4 bilhões de reais aos aproximadamente 3,5 bilhões que a empresa obteve na primeira metade do ano. A performance permitiu encurtar a distância em relação aos números de 2005, já que, no fechamento do primeiro semestre, o faturamento bruto estava 10,6% menor que o do mesmo intervalo do ano retrasado.

Mercados

Durante o ano, a empresa foi prejudicada por uma conjuntura adversa: vários países restringiram o consumo de frangos, devido à gripe aviária; a Rússia suspendeu a importação de suínos do Brasil; os preços internacionais caíram cerca de 30% em relação ao segundo trimestre de 2005; e o câmbio desfavorável comprometeu a rentabilidade.

Para contornar a situação, a Sadia investiu no mercado interno, o que elevou a participação desse segmento sobre a média histórica de vendas. Tradicionalmente, a empresa gera metade de suas vendas no exterior. Em 2006, porém, as exportações responderam por 44% dos negócios.

Expectativas

Para 2007, a companhia espera um incremento de 8% a 10% no mercado interno. Em 2006, o Brasil gerou uma receita de 4,5 bilhões de reais para a companhia (4,5% maior que em 2005), decorrentes da venda de 928,6 mil toneladas de produtos (5,4% mais). "Esperamos o aumento do consumo, decorrente da melhoria da renda da população e do incremento do mercado de produtos processados", afirma o presidente-executivo da Sadia, Gilberto Tomazoni.

Já o surgimento de novos focos de gripe aviária no começo deste ano não preocupa a empresa. Pelo contrário, a Sadia acredita que a doença pode até favorecer os negócios. "Os mercados já sabem que o Brasil não tem gripe aviária", diz Tomazoni. Segundo o executivo, os consumidores estão mais informados sobre a doença, o que reduz a emotividade das reações. Um exemplo seria a recente ocorrência da gripe aviária na Hungria, que não impactou significativamente o comportamento dos compradores europeus.

No campo financeiro, a empresa espera encerrar 2007 com uma margem de Ebtida de 12% a 13%. A taxa é semelhante à de 2005, mas superior aos 9,6% obtidos no ano passado.

Investimentos

A empresa planeja investir 800 milhões de reais nesse ano. Os recursos darão continuidade à construção da unidade de Lucas do Rio Verde (MT) e da fábrica na Rússia, além da modernização das linhas já instaladas.

No ano passado, os investimentos somaram 1,1 bilhão de reais. O segmento de aves absorveu 35% da quantia; os industrializados, 29%; e os suínos, 14%.

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