Negócios

Schahin Petróleo e Gás precisa de US$ 1 bilhão

A empresa, que tem como maior cliente a Petrobras, enfrenta dificuldades com seu endividamento


	Plataforma de petróleo da Schahin: a empresa faz parte da lista das 23 empresas acusadas de formação de cartel pela Petrobras
 (Divulgação/Schain)

Plataforma de petróleo da Schahin: a empresa faz parte da lista das 23 empresas acusadas de formação de cartel pela Petrobras (Divulgação/Schain)

DR

Da Redação

Publicado em 6 de março de 2015 às 11h52.

São Paulo - A empresa de óleo e gás do grupo Schahin, que tem como maior cliente a Petrobras, enfrenta dificuldades com seu endividamento.

O descasamento entre o caixa e o que precisa pagar a credores este ano é de quase US$ 1 bilhão, segundo documento elaborado a pedido da própria Schahin pela consultoria Valuation, apresentado a credores do grupo e que se tornou público em um processo judicial movido pelo Deutsche Bank.

O documento da consultoria foi produzido no final de 2014 e fazia uma série de propostas para reestruturar as companhias do grupo Schahin, de forma conjunta para que uma não contaminasse a outra.

Na área de óleo e gás, seria preciso que em fevereiro tivesse ocorrido uma emissão do que a consultoria chamou de "bônus corporativos" no total de US$ 950 milhões. As informações são de que a emissão não foi feita.

Os problemas na Schahin Petróleo e Gás são os mais evidentes, mas as dificuldades financeiras se estendem à holding e também às atividades de engenharia e construções imobiliárias da família Schahin.

Em 2014, o déficit operacional dessas atividades foi de R$ 40 milhões. Em fevereiro deste ano, uma empresa de vigilância chegou a pedir a falência da Schahin Engenharia na Justiça por uma dívida de R$ 322 mil.

"Embora a atividade no médio prazo se mostre rentável, com a reestruturação proposta, não vemos viabilidade de levantar recursos necessários via agentes financeiros no curto prazo", diz o relatório da Valuation.

O problema da Schahin para levantar recursos é o mesmo das construtoras que de alguma forma foram envolvidas ou citadas na Operação Lava Jato: o mercado bancário de crédito se fechou para elas.

A Schahin não chegou a ter nenhum executivo preso, mas apareceu em reportagens que citavam depoimentos de delação premiada.

Também faz parte da lista das 23 empresas acusadas de formação de cartel pela Petrobras, que foram suspensas da lista de novos negócios da estatal.

Se de um lado as operações de engenharia e construção já ficaram deficitárias em 2014, de outro é o negócio de óleo e gás, que esteve no azul no ano passado, o que mais preocupa agora.

O grupo tem contratos bilionários com a Petrobras para operar navios sondas e plataformas. Mas sua dívida no mercado internacional soma US$ 4 bilhões.

E, apesar de ter receitas garantidas pelos contratos que possui, pode não ter recursos para pagar a dívida que vence neste ano.

Segundo a Valuation, mesmo que consiga alongar o prazo da dívida para casar com as receitas, a empresa precisa de novo financiamento.

Cobrança

Foi diante deste cenário que o Deutsche Bank decidiu em janeiro cobrar judicialmente uma dívida de US$ 15 milhões da Schahin Petróleo e Gás, que deveria ter sido paga no ano passado.

Um dos motivos apresentados pelo Deutsche para executar a divida foi justamente o relatório da Valuation que aponta as dificuldades financeiras do grupo.

A maior rolagem de dívida precisa ser feita este ano com o banco Mizuho, de US$ 460 milhões que vencem em outubro, segundo a agência de classificação de risco Fitch.

Pelas informações de mercado, nenhum bônus foi emitido e alguns credores dizem que a empresa pode estar caminhando para uma recuperação judicial.

Procurada, a Schahin não quis fazer comentários e disse apenas que o relatório da Valuation estaria protegido pelo sigilo entre credores e o grupo, e que tomaria medidas contra quem o tornasse público. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Acompanhe tudo sobre:Capitalização da PetrobrasDívidas empresariaisEmpresasEmpresas abertasEmpresas brasileirasEmpresas estataisEnergiaEstatais brasileirasGás e combustíveisIndústria do petróleoOperação Lava JatoPetrobrasPetróleo

Mais de Negócios

Mesbla: o que aconteceu com uma das maiores lojas do Brasil dos anos 1980

Quer trabalhar nos EUA? Evento mostra áreas aquecidas e caminhos para visto de residência permanente

Com Kiss no catálogo, gravadora sueca chega ao Brasil de olho em funk, sertanejo e até o trap

Como a princesa do energético do Brasil quer ganhar o mundo com uma marca criada no interior de SC