Santander ganha 3,8 milhões de clientes novos e aposta no digital
Banco tem “história de crescimento” diz Sérgio Rial, presidente
Karin Salomão
Publicado em 31 de julho de 2017 às 15h59.
Última atualização em 31 de julho de 2017 às 16h19.
São Paulo – O Santander teve um de seus melhores trimestres da história. O lucro líquido foi de 2,3 bilhões de reais no segundo trimestre, alta de 29,3% em relação ao mesmo período de 2016. No primeiro semestre do ano, o lucro líquido alcançou 4,6 bilhões de reais, alta de 33,2%, na mesma base comparativa..
Para Sérgio Rial, presidente do banco, o motor de crescimento do banco foi a conquista de novos clientes. No trimestre, o banco vinculou 3,8 milhões de clientes novos. O número de clientes ativos cresceu 5% no último ano e chegou a 20,6 milhões. Um destaque é a conta Superdigital, a aposta digital do banco, que já chegou a 1 milhão de clientes.
O aumento no número de clientes impactou outros indicadores do banco, como receitas com conta corrente– o crescimento foi de 35,3% no semestre em relação ao ano anterior.
Outra consequência importante foi o aumento do crédito a pessoas físicas, que ultrapassou o dado a grandes empresas. Enquanto há um ano as pessoas físicas contribuíam com 36% da carteira de crédito e as grandes empresas, com 38%, hoje a proporção é de 38% e 35%, respectivamente.
Nos últimos 12 meses, o crédito à pessoa física aumentou 12,2%, enquanto o dado a grandes empresas caiu 3,5% no mesmo período.
Além do aumento do número de clientes, também contribuiu para essa alteração a crise econômica. Algumas grandes empresas foram, nos últimos trimestres, motivos de dor de cabeça para os bancos.
No ano passado, com a Lava jato e pedidos de recuperação judicial, o Santander diminuiu a exposição, ou sua participação, em grandes grupos de empresas e aumentou as provisões de crédito, sua segurança contra o não pagamento de créditos.
Vontade de crescer
Apesar do crescimento em diversas frentes, Sérgio Rial, presidente do banco, não está satisfeito. Ele pretende aumentar a participação do banco em principalmente dois setores, que considera estratégicos.
Um deles é o segmento de pequenas e médias empresas. Atualmente, 13% do crédito do banco é voltado para esse segmento. A previsão de Rial é que o banco conquiste um milhão de clientes de pequenas e médias empresas. Hoje são cerca de 850 mil.
A participação no mercado de cartões também deverá alcançar 15% em breve – hoje são 14,2%.
Transformação digital
O surgimento das fintechs, startups financeiras como o serviço de cartões Nubank, banco Neon e a Creditas, que concede crédito, abalaram o tradicional mercado bancário.
Os bancos estão correndo atrás do atraso. O Bradesco lançou o banco digital Next, por exemplo, e o Santander relançou a conta digital Superdigital, de uma fintech comprada em 2015.
Em vez de abrir uma subsidiária para liderar essa transformação, Sérgio Rial acredita que a mudança precisa ser interna. “Precisamos mudar todo o banco, não só um segmento”, afirmou.
Hoje, o banco abre 10 mil contas digitais por mês. Outro exemplo é o Santander Way, um cartão específico para compras na internet. O produto já teve mais de 6,5 milhões de downloads.
O banco também iniciou há poucos dias a contratação online de crédito imobiliário.