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Santander aposta em financiamento privado para preservar Amazônia

Presidente do Santander no Brasil defendeu que bancos privados passem a ter um papel mais importante em questões como a preservação da floresta

Amazônia: presidente do Santander Brasil lamentou que "falta facilidade econômica" para ajudar a preservar a floresta (Thinckstock/Thinkstock)

Amazônia: presidente do Santander Brasil lamentou que "falta facilidade econômica" para ajudar a preservar a floresta (Thinckstock/Thinkstock)

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EFE

Publicado em 5 de setembro de 2017 às 14h56.

Rio de Janeiro - O presidente do Banco Santander no Brasil, Sergio Rial, declarou nesta terça-feira que o país deve começar a buscar fontes de financiamento que não sejam públicas para preservar a floresta amazônica.

Em ato no Rio de Janeiro coincidindo com o Dia Mundial da Amazônia, Rial defendeu que em um momento de "penúria econômica" como o que vive o país, "os bancos privados passem a ter um papel mais importante na resolução dos problemas superimportantes que o Brasil tem", como a preservação da Amazônia.

"O Brasil deve começar a buscar fontes de financiamento que não sejam públicas. A sociedade, como um todo, tem que se mobilizar porque o Estado não cria dinheiro" suficiente para a conservação da Amazônia, explicou Rial.

O executivo afirmou que é necessário "repensar os modelos de supervisão" da Amazônia e assegurou que por mais que o Ibama "amplie as suas tarefas de vigilância na Amazônia, sempre será insuficiente".

"Hoje, em comparação com 2010, temos 350 fiscais a menos na Amazônia. Temos 11 mil guardas para patrulhar mais de quatro milhões de quilômetros quadrados da região", citou como exemplo.

Rial sugeriu "criar um fundo de investimentos para preservar a Amazônia, financiado pelo consumidor brasileiro". Segundo ele, "este fundo, sobre o qual deveria ser discutido quem fará a gestão, pode trazer mais de perto a preservação do meio ambiente".

"O Brasil urbano cada vez se distingue mais do interior. A sociedade brasileira deve tratar questões como o lixo. Faltam campanhas ambientais, falta o saneamento básico, o tratamento dos resíduos. O lixo é um negócio. Temos um dos maiores níveis de resíduos humanos não tratado. Faz parte de uma cadeia de aceitação da sociedade brasileira da questão ambiental", criticou.

Outra medida sugerida por Rial é a criação "de um centro de pesquisa e educação na Amazônia, de qualidade internacional".

"Como podemos os bancos, os agentes financeiros, criar centros de tecnologia? Criaríamos uma força de cientistas e pesquisadores, buscando modelos de desenvolvimento sustentável. É a nossa obrigação pensar como podemos fazê-lo, e nada melhor que a inteligência e independência do mundo científico", disse.

Rial lamentou que "falta facilidade econômica" para ajudar a preservar a Amazônia e a omissão do Estado "na questão ambiental no Brasil".

"Há áreas do governo na Amazônia que não são cuidadas e ficam vulneráveis a invasões. Há um aumento das concessões florestais nestas áreas, e há uma extração ilegal de madeira. Hoje em dia temos um milhão de hectares na Amazônia em mãos privadas, e isto pode ser um antidoto para estas áreas abandonadas", descreveu.

Sergio Rial também apostou no desenvolvimento de uma economia sustentável na Amazônia e citou como exemplos "modelos agroflorestais que já funcionam neste ambiente ecológico, como o cacau e o açaí".

"É preciso privilegiar o financiamento a longo prazo às práticas que permitam a preservação da floresta", acrescentou Rial, de modo a evitar "o extermínio de uma das grandes riquezas do país".

O executivo pediu ajuda para "transformar o Brasil não só em uma potência de energia sustentável e renovável, mas em uma verdadeira potência de práticas ambientais e seriedade educacional ambiental, desde as periferias do Rio de Janeiro e São Paulo até a própria Amazônia".

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