Saída de Marc Jacobs é vista como duplo estímulo para a LVMH
Estilista está saindo da Louis Vuitton para focar-se em uma abertura de capital da sua própria marca
Da Redação
Publicado em 3 de outubro de 2013 às 18h05.
Paris - A saída de Marc Jacobs da Louis Vuitton para focar-se em uma abertura de capital da sua própria marca está pronta para fornecer um estímulo duplo para a LVMH Moet Hennessy Louis Vuitton SA, dona de ambas as marcas de moda de luxo .
A mudança permitirá a Jacobs concentrar-se exclusivamente no crescimento da sua marca enquanto um diretor criativo trabalha para animar uma recuperação da Vuitton depois de um desaquecimento, conforme Luca Solca, analista na Exane BNP Paribas.
“Marc fez muito pela LV em 16 anos na chefia, mas é totalmente natural que novos talentos criativos ofereçam novidades”, escreveu Solca, ontem, em um e-mail. Que o designer tenha sido liberado para debruçar-se na sua própria marca é “uma grande notícia”.
Jacobs, de 50 anos, sairá da Vuitton para acelerar o desenvolvimento da sua marca, informou ontem uma fonte do setor. A marca, cujas vendas anuais ascendem a cerca de US$ 1 bilhão, poderia procurar uma abertura de capital em aproximadamente três anos, disse a fonte, que solicitou o anonimato por não contar com autorização para falar sobre o assunto. Um porta-voz da LVMH não quis fazer comentários.
Na Vuitton, que apresentou sua coleção de primavera-verão ontem, Jacobs ajudou a transformar a fabricante de baús na maior marca de luxo do mundo, com vendas por mais de 7 bilhões de euros (US$ 9,5 bilhões). Ele acrescentou produtos prêt-à-porter e colaborou com artistas como Stephen Sprouse e Kanye West. Sua coleção de bolsas com o artista japonês Takashi Murakami ornamentou as ruas do mundo com uma versão colorida do tradicional logo da LV salpicado sobre uma lona branca de fundo, que virou um hit global.
Mais recentemente, as vendas caíram porque os consumidores cansaram dos designs onipresentes com os logos da Vuitton e procuraram itens mais exclusivos. Em abril, a LVMH, a maior fabricante de bens de luxo do mundo, registrou o crescimento mais fraco nas suas vendas de artigos de moda e couro desde 2009. Yves Carcelle, que trabalhou com Jacobs desde que entrou na Vuitton, foi substituído como presidente da marca no ano passado.
“Despojado”
O designer americano transformou a “Vuitton em uma marca a levar em conta”, disse Jane Kellock, vice-presidente sênior de moda, beleza e cor na Stylus, uma consultoria e empresa de pesquisa sediada em Londres. Contudo, a marca precisa de novos olhos para recuperar a relevância. “É incrível e fabuloso e todos amam os desfiles, mas no fim das contas quem sabe eles precisem reduzir isso um pouco. Poderia reduzir-se a algo bem despojado, simples e bonito”.
A coleção feminina de Jacobs para a Vuitton, mostrada ontem no Louvre, em Paris, foi fúnebre, com modelos usando vestidos pretos e capacetes de penas. Referindo-se ao seu parceiro de negócios de longa data, e presidente do conselho da LVMH, o designer disse: “Para Robert Duffy e Bernard Arnault. Todo o meu amor, sempre”.
O designer americano fundou sua marca homônima em 1984 e a LVMH investiu nela em 1997 quando ele entrou na Vuitton. A Marc Jacobs, que inclui a linha de difusão Marc by Marc Jacobs, vende indumentária masculina e feminina, artigos de couro, acessórios e perfumes. A LVMH não divide seus resultados por marca.
“Mal menor”
Embora a Marc Jacobs seja uma das marcas da LVMH com melhor desempenho, separá-la com uma abertura de capital enquanto ainda está crescendo seria “um mal menor” do que retê-la contra o desejo do seu designer e observar as vendas despencarem caso as notícias de uma venda de ações sejam verdadeiras, disse Antoine Belge, analista no HSBC em Paris.
Se optar pela abertura de capital, Marc Jacobs seguiria os passos da Michael Kors Holding Ltd., que arrecadou US$ 944 milhões em uma venda realizada em 2011. A companhia valia cerca de US$ 15,4 bilhões segundo o preço das suas ações no encerramento da bolsa de Nova York em 2 de outubro.
Jacobs revelou alguns pensamentos nas matérias do programa do desfile da Vuitton, realizado ontem.
“Eu desfruto com as coisas exatamente como elas são, celebrando a mera decoração da beleza por si mesma”, escreveu Jacobs. “Conectar-se com algo em um nível superficial é tão honesto quanto fazê-lo em um nível intelectual”.
Paris - A saída de Marc Jacobs da Louis Vuitton para focar-se em uma abertura de capital da sua própria marca está pronta para fornecer um estímulo duplo para a LVMH Moet Hennessy Louis Vuitton SA, dona de ambas as marcas de moda de luxo .
A mudança permitirá a Jacobs concentrar-se exclusivamente no crescimento da sua marca enquanto um diretor criativo trabalha para animar uma recuperação da Vuitton depois de um desaquecimento, conforme Luca Solca, analista na Exane BNP Paribas.
“Marc fez muito pela LV em 16 anos na chefia, mas é totalmente natural que novos talentos criativos ofereçam novidades”, escreveu Solca, ontem, em um e-mail. Que o designer tenha sido liberado para debruçar-se na sua própria marca é “uma grande notícia”.
Jacobs, de 50 anos, sairá da Vuitton para acelerar o desenvolvimento da sua marca, informou ontem uma fonte do setor. A marca, cujas vendas anuais ascendem a cerca de US$ 1 bilhão, poderia procurar uma abertura de capital em aproximadamente três anos, disse a fonte, que solicitou o anonimato por não contar com autorização para falar sobre o assunto. Um porta-voz da LVMH não quis fazer comentários.
Na Vuitton, que apresentou sua coleção de primavera-verão ontem, Jacobs ajudou a transformar a fabricante de baús na maior marca de luxo do mundo, com vendas por mais de 7 bilhões de euros (US$ 9,5 bilhões). Ele acrescentou produtos prêt-à-porter e colaborou com artistas como Stephen Sprouse e Kanye West. Sua coleção de bolsas com o artista japonês Takashi Murakami ornamentou as ruas do mundo com uma versão colorida do tradicional logo da LV salpicado sobre uma lona branca de fundo, que virou um hit global.
Mais recentemente, as vendas caíram porque os consumidores cansaram dos designs onipresentes com os logos da Vuitton e procuraram itens mais exclusivos. Em abril, a LVMH, a maior fabricante de bens de luxo do mundo, registrou o crescimento mais fraco nas suas vendas de artigos de moda e couro desde 2009. Yves Carcelle, que trabalhou com Jacobs desde que entrou na Vuitton, foi substituído como presidente da marca no ano passado.
“Despojado”
O designer americano transformou a “Vuitton em uma marca a levar em conta”, disse Jane Kellock, vice-presidente sênior de moda, beleza e cor na Stylus, uma consultoria e empresa de pesquisa sediada em Londres. Contudo, a marca precisa de novos olhos para recuperar a relevância. “É incrível e fabuloso e todos amam os desfiles, mas no fim das contas quem sabe eles precisem reduzir isso um pouco. Poderia reduzir-se a algo bem despojado, simples e bonito”.
A coleção feminina de Jacobs para a Vuitton, mostrada ontem no Louvre, em Paris, foi fúnebre, com modelos usando vestidos pretos e capacetes de penas. Referindo-se ao seu parceiro de negócios de longa data, e presidente do conselho da LVMH, o designer disse: “Para Robert Duffy e Bernard Arnault. Todo o meu amor, sempre”.
O designer americano fundou sua marca homônima em 1984 e a LVMH investiu nela em 1997 quando ele entrou na Vuitton. A Marc Jacobs, que inclui a linha de difusão Marc by Marc Jacobs, vende indumentária masculina e feminina, artigos de couro, acessórios e perfumes. A LVMH não divide seus resultados por marca.
“Mal menor”
Embora a Marc Jacobs seja uma das marcas da LVMH com melhor desempenho, separá-la com uma abertura de capital enquanto ainda está crescendo seria “um mal menor” do que retê-la contra o desejo do seu designer e observar as vendas despencarem caso as notícias de uma venda de ações sejam verdadeiras, disse Antoine Belge, analista no HSBC em Paris.
Se optar pela abertura de capital, Marc Jacobs seguiria os passos da Michael Kors Holding Ltd., que arrecadou US$ 944 milhões em uma venda realizada em 2011. A companhia valia cerca de US$ 15,4 bilhões segundo o preço das suas ações no encerramento da bolsa de Nova York em 2 de outubro.
Jacobs revelou alguns pensamentos nas matérias do programa do desfile da Vuitton, realizado ontem.
“Eu desfruto com as coisas exatamente como elas são, celebrando a mera decoração da beleza por si mesma”, escreveu Jacobs. “Conectar-se com algo em um nível superficial é tão honesto quanto fazê-lo em um nível intelectual”.