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Saída de Eike melhora perspectiva para as empresas “X”

Os analistas preveem que a ex-MPX vai mais do que dobrar no próximo ano, possivelmente o melhor desempenho entre as principais ações da América Latina

Eike Batista: as ações foram punidas de maneira excessiva por seus laços com Eike em meio a metas de produção não cumpridas e à dívida crescente  (Marcos Issa/Bloomberg)
DR

Da Redação

Publicado em 23 de janeiro de 2014 às 13h41.

Nova York e São Paulo - A saída de Eike Batista das empresas que ele fundou na sua busca para se tornar o homem mais rico do mundo está alimentando as apostas de que as ações se darão melhor sem ele.

Os analistas preveem que a empresa de energia anteriormente conhecida como MPX Energia SA vai mais do que dobrar no próximo ano depois que Eike Batista saiu da presidência, possivelmente o melhor desempenho entre as principais ações da América Latina, segundo dados compilados pela Bloomberg.

A Prumo Logística SA, desenvolvedora de portos fundada como LLX Logística SA, recuperou 80 por cento quando a EIG Global Energy Partners LLC assumiu o controle no segundo semestre de 2013.

Os investidores estão otimistas em relação às ações após terem tido grandes perdas no ano passado, quando o ex-magnata ficou fora da lista de bilionários do mundo depois de acumular uma fortuna que chegou a US$ 34,5 bilhões em março de 2012.

As ações foram punidas de maneira excessiva por seus laços com Eike Batista em meio a metas de produção não cumpridas e à dívida crescente das empresas do seu EBX Group Co., disse Jorry Noeddekaer, gerente de recursos que ajuda a supervisionar US$ 620 milhões em ativos da Nordea Investment Management em Copenhague.

“A LLX estava operando com um grande desconto em comparação com a enorme oportunidade, e Eike era uma das razões”, disse Noeddekaer, em entrevista por telefone. “Os novos donos começaram com um balanço novo e melhorado e com uma estrutura corporativa nova onde Eike se dilui. Isso nos torna muito mais positivos”.


A MPX, que foi renomeada como Eneva SA em setembro, depois que a empresa alemã E.ON SE se uniu ao grupo de acionistas controladores, despencou 72 por cento no ano passado, enquanto a Prumo afundou 46 por cento. O índice de referência Ibovespa caiu 15 por cento.

A Eneva opera a 0,85 vezes o valor dos seus ativos, acima de 0,66 vezes do mês passado, o menor valor desde 2009, segundo dados compilados pela Bloomberg. A relação entre preço e valor patrimonial passou de 0,57 em julho, o valor mais baixo em quatro anos, para 1,1.

‘Efeito Eike’

A Eneva vai crescer 124 por cento nos próximos 12 meses, a maior alta entre 237 empresas da região com valor de US$ 500 milhões ou mais, segundo a mediana de nove estimativas de analistas compiladas pela Bloomberg.

A queda da empresa com sede no Rio de Janeiro foi excessiva e impulsionada em grande parte por sua conexão com Eike Batista, disse Beatriz Nantes, analista da Empiricus Research em São Paulo.

"A ação não deveria ter caído tanto", disse Beatriz Nantes em entrevista por telefone. "Tinha muito do risco Eike, e atrelado a isso, a questão do endividamento. Quando o Eike saiu e eles conseguiram refinanciar a dívida, o mercado começou a acreditar que era diferente das outras".


Eike Batista cedeu o controle da sua principal empresa, a produtora de petróleo OGX Petróleo Gás Participações SA, aos credores no mês passado, em um acordo para renegociar US$ 3,6 bilhões de títulos em dólares em default.

A OGX, que perdeu 95 por cento do seu valor de mercado no ano passado em meio a metas de produção não cumpridas, solicitou proteção contra falência em outubro, seguida pela construtora naval e empresa irmã OSX Brasil SA.

Vendas de ativos

Em outubro, Batista também concordou em vender ativos das suas outras empresas, incluindo uma participação em um porto de minério de ferro da MMX Mineração Metálicos SA para a Trafigura Beheer BV e a Mubadala Development Co., e projetos com carvão da CCX Carvão da Colômbia SA para a Yildirim Holding AS. O empreendedor de 57 anos ainda controla ambas as empresas.

A entrada de uma nova equipe de gestão foi um ponto de inflexão para a Prumo, pois reduziu a percepção de risco, segundo Noeddekaer da Nordea. As reduções de custos que estão sendo implementadas pelos novos diretores da Eneva ajudarão essa empresa a se recuperar, disse Beatriz Nantes.

“O Eike sempre foi muito gastão", disse ela sobre a empresa de serviços públicos. “É uma empresa boa que está barata. Está melhor sem ele.”

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A Prumo Logística SA, desenvolvedora de portos fundada como LLX Logística SA, recuperou 80 por cento quando a EIG Global Energy Partners LLC assumiu o controle no segundo semestre de 2013.

Os investidores estão otimistas em relação às ações após terem tido grandes perdas no ano passado, quando o ex-magnata ficou fora da lista de bilionários do mundo depois de acumular uma fortuna que chegou a US$ 34,5 bilhões em março de 2012.

As ações foram punidas de maneira excessiva por seus laços com Eike Batista em meio a metas de produção não cumpridas e à dívida crescente das empresas do seu EBX Group Co., disse Jorry Noeddekaer, gerente de recursos que ajuda a supervisionar US$ 620 milhões em ativos da Nordea Investment Management em Copenhague.

“A LLX estava operando com um grande desconto em comparação com a enorme oportunidade, e Eike era uma das razões”, disse Noeddekaer, em entrevista por telefone. “Os novos donos começaram com um balanço novo e melhorado e com uma estrutura corporativa nova onde Eike se dilui. Isso nos torna muito mais positivos”.


A MPX, que foi renomeada como Eneva SA em setembro, depois que a empresa alemã E.ON SE se uniu ao grupo de acionistas controladores, despencou 72 por cento no ano passado, enquanto a Prumo afundou 46 por cento. O índice de referência Ibovespa caiu 15 por cento.

A Eneva opera a 0,85 vezes o valor dos seus ativos, acima de 0,66 vezes do mês passado, o menor valor desde 2009, segundo dados compilados pela Bloomberg. A relação entre preço e valor patrimonial passou de 0,57 em julho, o valor mais baixo em quatro anos, para 1,1.

‘Efeito Eike’

A Eneva vai crescer 124 por cento nos próximos 12 meses, a maior alta entre 237 empresas da região com valor de US$ 500 milhões ou mais, segundo a mediana de nove estimativas de analistas compiladas pela Bloomberg.

A queda da empresa com sede no Rio de Janeiro foi excessiva e impulsionada em grande parte por sua conexão com Eike Batista, disse Beatriz Nantes, analista da Empiricus Research em São Paulo.

"A ação não deveria ter caído tanto", disse Beatriz Nantes em entrevista por telefone. "Tinha muito do risco Eike, e atrelado a isso, a questão do endividamento. Quando o Eike saiu e eles conseguiram refinanciar a dívida, o mercado começou a acreditar que era diferente das outras".


Eike Batista cedeu o controle da sua principal empresa, a produtora de petróleo OGX Petróleo Gás Participações SA, aos credores no mês passado, em um acordo para renegociar US$ 3,6 bilhões de títulos em dólares em default.

A OGX, que perdeu 95 por cento do seu valor de mercado no ano passado em meio a metas de produção não cumpridas, solicitou proteção contra falência em outubro, seguida pela construtora naval e empresa irmã OSX Brasil SA.

Vendas de ativos

Em outubro, Batista também concordou em vender ativos das suas outras empresas, incluindo uma participação em um porto de minério de ferro da MMX Mineração Metálicos SA para a Trafigura Beheer BV e a Mubadala Development Co., e projetos com carvão da CCX Carvão da Colômbia SA para a Yildirim Holding AS. O empreendedor de 57 anos ainda controla ambas as empresas.

A entrada de uma nova equipe de gestão foi um ponto de inflexão para a Prumo, pois reduziu a percepção de risco, segundo Noeddekaer da Nordea. As reduções de custos que estão sendo implementadas pelos novos diretores da Eneva ajudarão essa empresa a se recuperar, disse Beatriz Nantes.

“O Eike sempre foi muito gastão", disse ela sobre a empresa de serviços públicos. “É uma empresa boa que está barata. Está melhor sem ele.”

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