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Rumo Logística propõe incorporar ALL e encerrar disputa

Braço de logística da Cosan propôs incorporar a ALL para criar uma gigante do setor de transportes avaliada em R$ 11 bilhões

Vagões de trem da ALL: parceria deverá encerrar uma disputa judicial que seria prejudicial para as duas empresas de logística (Nacho Doce/Reuters)
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Da Redação

Publicado em 24 de fevereiro de 2014 às 17h07.

São Paulo - A Rumo, braço de logística da Cosan , propôs nesta segunda-feira incorporar a ALL para criar uma gigante do setor de transportes no Brasil avaliada em 11 bilhões de reais e encerrar disputa judicial que seria prejudicial para as duas empresas de logística.

O negócio, que ainda precisa ser aprovado pelo Conselho de Administração e pelos acionistas da ALL, se confirmado, unirá em uma única empresa os 13 mil quilômetros de ferrovias da ALL e os oito terminais de transbordo e um portuário em Santos (SP) da Rumo.

"Se a proposta for aceita, será uma companhia de bastante liquidez, de grande tamanho no mercado. E vai ser uma empresa que pode levantar recursos no mercado, se necessário", disse o presidente da Cosan, Marcos Lutz, em teleconferência com analistas.

A oferta da Rumo pela ALL põe fim a rumores que surgiram no início do ano, com as primeiras notícias sobre uma união entre as companhias que motivaram forte alta das ações da ALL. Ambas as empresas tinham confirmado que estavam em conversações.

O mercado aguardava a proposta de associação, avaliando que uma união aumentaria a eficiência de ambas e poria fim aos riscos ligados à disputa judicial sobre o cumprimento do contrato firmado em 2009.

O contrato de ALL e Rumo estabelecia que a primeira transportaria açúcar a granel e outros derivados para a Cosan e, em contrapartida, receberia investimentos em sua malha ferroviária. Já a ALL teria que garantir o transporte de um volume mínimo por mês a partir do quarto ano do contrato, além de oferecer tarifas competitivas em relação ao modal rodoviário.

Executivos da Cosan ressaltaram que, caso a operação seja concretizada, o contrato firmado entre ALL e Rumo anos atrás será extinto.


Pela proposta, a Rumo deve incorporar a totalidade das ações de emissão da ALL, ficando com 36,5 por cento da companhia resultante da união, enquanto os demais 63,5 por cento do capital caberiam aos sócios da ALL, segundo fato relevante da Cosan divulgado nesta segunda-feira.

A oferta considera um valor de referência para a ALL de 6,959 bilhões de reais, equivalente a 10,184 real por ação, informou a ALL. Isso representa um prêmio de 56,2 por cento sobre o preço de fechamento do papel da ALL na Bovespa na última sexta-feira, 21 de fevereiro, segundo cálculo da Reuters.

O valor de referência para a Rumo, na proposta, foi de 4 bilhões de reais, ou 3,90 reais por ação.

Ainda que os atuais sócios da ALL devam ficar com mais de 60 por cento do capital da nova empresa, será a Cosan quem indicará a maioria dos membros do Conselho de Administração (nomeando 9 de um total de 17 integrantes) e o prêmio de preço no negócio é atribuído à ALL, dois indicativos de que será a Cosan quem dará as cartas na companhia de logística resultante.

Na bolsa paulista, a ação da ALL disparava, reagindo à proposta de incorporação pela Rumo. Às 16h23, o papel da ALL avançava mais de 11,20 por cento, a 7,25 reais. Cosan subia 3,28 por cento. O Ibovespa, enquanto isso, tinha variação positiva de 0,23 por cento.

Além do aval do Conselho e dos acionistas da ALL, a união da empresa com a Rumo ainda depende da aprovação de órgão reguladores.

Ainda pela proposta, a Rumo deverá abrir o capital após a aprovação do negócio, para que os acionistas da ALL recebam ações da empresa em substituição às que detêm na ALL.

Reorganização na Cosan

A Cosan também anunciou nesta segunda-feira uma reorganização societária com a cisão de seus ativos na Cosan Logística e da Cosan Energia, empresas que deverão ter capital aberto e ser listadas no segmento do Novo Mercado da Bovespa.


Segundo fato relevante, a Cosan Logística será responsável pelo investimento na Rumo. A Cosan Energia, por sua vez, será o guarda-chuva para abrigar os investimentos na Raízen, Comgás, Cosan Lubrificantes e Radar.

A companhia ressaltou que a cisão visa garantir que suas atividades em cada segmento de negócio dedique-se a sua especialidade de atuação, estabelecendo estruturas de capital adequadas.

O presidente da Cosan explicou que os acionistas da Cosan S.A. receberão uma ação de cada uma das duas empresas, que irão responder diretamente para a Cosan Limited.

"Como parte desse processo vamos ter que falar com os 'bondholders' (detentores de bônus de dívida no exterior). Mas os bonds precedentes a princípio ficarão com a Cosan Energia. As dívidas da Rumo irão para a companhia de logística", explicou.

Embora tenha ressaltado que a cisão não tem relação com a proposta de incorporação da ALL pela Rumo, a Cosan afirmou que eventualmente fará uma fusão da empresa ALL-Rumo com a Cosan Logística, passando a ter apenas duas empresas listadas em bolsa, ao invés de três.

Em açúcar, etanol e distribuição de combustíveis, a Cosan atua na Raízen, uma joint venture com a Shell no setor de sucroenergético que é a maior do setor no Brasil.

A Cosan, que no passado atuava somente em açúcar e etanol, tem buscado diversificar os negócios com o objetivo de diminuir a sua exposição aos preços das commodities.

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O negócio, que ainda precisa ser aprovado pelo Conselho de Administração e pelos acionistas da ALL, se confirmado, unirá em uma única empresa os 13 mil quilômetros de ferrovias da ALL e os oito terminais de transbordo e um portuário em Santos (SP) da Rumo.

"Se a proposta for aceita, será uma companhia de bastante liquidez, de grande tamanho no mercado. E vai ser uma empresa que pode levantar recursos no mercado, se necessário", disse o presidente da Cosan, Marcos Lutz, em teleconferência com analistas.

A oferta da Rumo pela ALL põe fim a rumores que surgiram no início do ano, com as primeiras notícias sobre uma união entre as companhias que motivaram forte alta das ações da ALL. Ambas as empresas tinham confirmado que estavam em conversações.

O mercado aguardava a proposta de associação, avaliando que uma união aumentaria a eficiência de ambas e poria fim aos riscos ligados à disputa judicial sobre o cumprimento do contrato firmado em 2009.

O contrato de ALL e Rumo estabelecia que a primeira transportaria açúcar a granel e outros derivados para a Cosan e, em contrapartida, receberia investimentos em sua malha ferroviária. Já a ALL teria que garantir o transporte de um volume mínimo por mês a partir do quarto ano do contrato, além de oferecer tarifas competitivas em relação ao modal rodoviário.

Executivos da Cosan ressaltaram que, caso a operação seja concretizada, o contrato firmado entre ALL e Rumo anos atrás será extinto.


Pela proposta, a Rumo deve incorporar a totalidade das ações de emissão da ALL, ficando com 36,5 por cento da companhia resultante da união, enquanto os demais 63,5 por cento do capital caberiam aos sócios da ALL, segundo fato relevante da Cosan divulgado nesta segunda-feira.

A oferta considera um valor de referência para a ALL de 6,959 bilhões de reais, equivalente a 10,184 real por ação, informou a ALL. Isso representa um prêmio de 56,2 por cento sobre o preço de fechamento do papel da ALL na Bovespa na última sexta-feira, 21 de fevereiro, segundo cálculo da Reuters.

O valor de referência para a Rumo, na proposta, foi de 4 bilhões de reais, ou 3,90 reais por ação.

Ainda que os atuais sócios da ALL devam ficar com mais de 60 por cento do capital da nova empresa, será a Cosan quem indicará a maioria dos membros do Conselho de Administração (nomeando 9 de um total de 17 integrantes) e o prêmio de preço no negócio é atribuído à ALL, dois indicativos de que será a Cosan quem dará as cartas na companhia de logística resultante.

Na bolsa paulista, a ação da ALL disparava, reagindo à proposta de incorporação pela Rumo. Às 16h23, o papel da ALL avançava mais de 11,20 por cento, a 7,25 reais. Cosan subia 3,28 por cento. O Ibovespa, enquanto isso, tinha variação positiva de 0,23 por cento.

Além do aval do Conselho e dos acionistas da ALL, a união da empresa com a Rumo ainda depende da aprovação de órgão reguladores.

Ainda pela proposta, a Rumo deverá abrir o capital após a aprovação do negócio, para que os acionistas da ALL recebam ações da empresa em substituição às que detêm na ALL.

Reorganização na Cosan

A Cosan também anunciou nesta segunda-feira uma reorganização societária com a cisão de seus ativos na Cosan Logística e da Cosan Energia, empresas que deverão ter capital aberto e ser listadas no segmento do Novo Mercado da Bovespa.


Segundo fato relevante, a Cosan Logística será responsável pelo investimento na Rumo. A Cosan Energia, por sua vez, será o guarda-chuva para abrigar os investimentos na Raízen, Comgás, Cosan Lubrificantes e Radar.

A companhia ressaltou que a cisão visa garantir que suas atividades em cada segmento de negócio dedique-se a sua especialidade de atuação, estabelecendo estruturas de capital adequadas.

O presidente da Cosan explicou que os acionistas da Cosan S.A. receberão uma ação de cada uma das duas empresas, que irão responder diretamente para a Cosan Limited.

"Como parte desse processo vamos ter que falar com os 'bondholders' (detentores de bônus de dívida no exterior). Mas os bonds precedentes a princípio ficarão com a Cosan Energia. As dívidas da Rumo irão para a companhia de logística", explicou.

Embora tenha ressaltado que a cisão não tem relação com a proposta de incorporação da ALL pela Rumo, a Cosan afirmou que eventualmente fará uma fusão da empresa ALL-Rumo com a Cosan Logística, passando a ter apenas duas empresas listadas em bolsa, ao invés de três.

Em açúcar, etanol e distribuição de combustíveis, a Cosan atua na Raízen, uma joint venture com a Shell no setor de sucroenergético que é a maior do setor no Brasil.

A Cosan, que no passado atuava somente em açúcar e etanol, tem buscado diversificar os negócios com o objetivo de diminuir a sua exposição aos preços das commodities.

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