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Rio Tinto processa Vale e sócio da mineradora na Guiné

A concorrente anglo-australiana alega que houve uma conspiração para tirar a concessão de seu domínio


	Rio Tinto: na semana passada, o governo da Guiné cassou a licença da Vale para explorar a área
 (GettyImages)

Rio Tinto: na semana passada, o governo da Guiné cassou a licença da Vale para explorar a área (GettyImages)

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Da Redação

Publicado em 1 de maio de 2014 às 10h26.

São Paulo - A Rio Tinto abriu um processo contra a Vale e o bilionário israelense Beny Steinmetz, sócio da mineradora brasileira na gigantesca reserva de minério de ferro de Simandou, na Guiné.

A concorrente anglo-australiana alega que houve uma conspiração para tirar a concessão de seu domínio, em 2008.

Na semana passada, o governo da Guiné cassou a licença da Vale para explorar a área, tendo como pano de fundo a conduta fraudulenta da BSG Resources (BSGR), braço de mineração do conglomerado de Steinmetz.

A mineradora argumenta que a Vale, a BSGR, o ex-ministro da mineração da Guiné Mahmoud Thiam e a esposa de Lansana Conté, líder já falecido do país, trabalharam em conjunto para tomar o controle da fatia da Rio Tinto em Simandou, de acordo com um documento arquivado no site da companhia.

Em teleconferência sobre os resultados da Vale, o presidente da companhia, Murilo Ferreira, destacou que as investigações realizadas pela Guiné, em cooperação com países como a França e os Estados Unidos, não resultaram em nenhuma acusação à Vale.

"No caso da Rio Tinto, cabe ao acusador demonstrar as provas, sob pena de estar agindo de má fé. Eles têm que desmentir as investigações feitas por esses países todos", disse Ferreira.

O processo, aberto pela Rio Tinto no tribunal do Distrito Sul de Manhattan, ocorre semanas após uma investigação do governo guineense revelar que houve fraude na obtenção das licenças pela BSGR. A mineradora está pedindo ao tribunal compensação e punições pela perda de bilhões de dólares.

Após a conclusão dessa investigação, a BSG Resources negou veementemente o delito, enquanto a Vale disse que a suposta corrupção ocorreu mais de um ano antes de seu investimento na Guiné.

Na última semana, a Vale informou estar avaliando seus direitos legais diante da decisão da Guiné. A mineradora já havia admitido perder os US$ 500 milhões investidos no projeto. 

"A Vale fará todos os seus melhores esforços para recuperar o dinheiro investido tanto na aquisição, quanto nas minas de Simandou", disse Ferreira.

A BSG Resources afirmou que vai recorrer à arbitragem internacional para proteger os seus direitos. O caso permanece sob investigação nos EUA.

Em visita a Genebra, o atual presidente da Guiné, Alpha Condé, saiu em defesa da Vale afirmando que a brasileira "não fez parte da corrupção".

O líder disse ainda que seu governo gostaria de receber uma nova oferta da Vale, mas acrescentou que não tinha preferência entre licitantes e deve selecionar um vencedor em um processo transparente e aberto.

Ao ser questionado sobre o interesse em participar de uma nova concorrência pelas jazidas de Simandou, Murilo Ferreira disse que, antes de qualquer decisão, a Vale terá que conhecer as condições do edital publicado pelo governo da Guiné. (com agências internacionais) As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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