Negócios

Resultado da Lufthansa mostra drama das aéreas com covid-19

A companhia alemã tem 700 aviões estacionados e prevê redução de 50% na capacidade nas próximas semanas

Aviões da Lufthansa estacionados em Frankfurt: direção da empresa  anunciou uma redução 20% em sua remuneração para 2020 (Kai Pfaffenbach/Reuters)

Aviões da Lufthansa estacionados em Frankfurt: direção da empresa anunciou uma redução 20% em sua remuneração para 2020 (Kai Pfaffenbach/Reuters)

DR

Da Redação

Publicado em 19 de março de 2020 às 06h55.

Última atualização em 19 de março de 2020 às 07h26.

Parte do efeito imediato da crise do coronavírus sobre as empresas aéreas ficou mais claro nesta quinta-feira, quando a alemã Lufthansa, uma das maiores empresas aéreas da Europa, anunciou seus resultados financeiros para 2019. O pacote de medidas emergenciais da companhia, e sua posição financeira, agradaram os investidores: as ações abriram em alta de 8%, revertendo parte da queda de quase 50% em 2020.

Em nota a investidores, a companhia afirmou que o coronavírus acionou internamente um estado de emergência sem precedentes, que exige medidas “drásticas e muitas vezes dolorosas”. “Ao mesmo tempo, devemos estar atentos à especial responsabilidade que as empresas aéreas têm em seus países”.

Isso inclui, por exemplo, a disponibilização de 140 voos adicionais para trazer 20.000 cidadãos de volta a seus países. A diretoria da Lufthansa também anunciou uma redução 20% em sua remuneração para 2020 em virtude do novo cenário.

Os resultados, por enquanto, não mostram o impacto direto da covid-19, uma vez que miram 2019. O resultado operacional, de 2 bilhões de euros, está em linha com as previsões e, segundo a companhia, mostra sua solidez financeira para passar pela pandemia.

É este um dos indicadores que mais têm chamado atenção de investidores mundo afora — é dado como certo que as aéreas mais frágeis financeiramente vão ficar pelo caminho em 2020. A Lufthansa destacou, nesta quinta-feira, ter 4,3 bilhões de euros de liquidez, e que já levantou 600 milhões de euros nas últimas semanas.

No total, a companhia tem 700 aviões estacionados, incluindo toda a operação de empresas aéreas Austrian Airlines e Brussels Airlines (que para a partir do dia 21). Cerca de 23.000 voos serão cancelados em abril — a previsão da companhia é que ao menos 50% da capacidade seja reduzida nas próximas semanas. A operação de carga da companhia, uma das maiores do mundo, segue em operação.

A sobrevivência das companhias aéreas, essenciais para uma série de atividades em momentos de crise profunda como o atual, é tema de planos de governo mundo afora. No Brasil, o governo anunciou nesta quarta-feira a abertura de uma renegociação de dívidas e tarifas para empresas aéreas.

As empresas ainda terão até 12 meses para devolver aos passageiros os valores de bilhetes cancelados devido à pandemia. Nos Estados Unidos, as empresas aéreas negociam um pacote de ajuda de 50 bilhões de dólares com o governo, que inclui doações e isenções de impostos.

As ações de empresas aéreas como as brasileira Azul e Gol chegaram a cair mais de 80% em 2020. O drama das aéreas, assim como a pandemia de coronavírus, não tem data para acabar.

Acompanhe tudo sobre:Brasilcompanhias-aereasCoronavírusExame HojeLufthansa

Mais de Negócios

Como a mulher mais rica do mundo gasta sua fortuna de R$ 522 bilhões

Ele saiu do zero, superou o burnout e hoje faz R$ 500 milhões com tecnologia

"Bar da boiadeira" faz investimento coletivo para abrir novas unidades e faturar R$ 90 milhões

Haier e Hisense lideram boom de exportações chinesas de eletrodomésticos em 2024