Resultado da Linx mostra um passado distante: o varejo otimista
Ações da empresa de tecnologia para o varejo subiram 20% em 2019, e caíram 48% em 2020
Da Redação
Publicado em 30 de março de 2020 às 06h47.
Última atualização em 30 de março de 2020 às 07h09.
A empresa de tecnologia para o varejo Linx anuncia nesta segunda-feira seus resultados para 2019, uma oportunidade de olhar para um passado distante em que havia a esperança de um 2020 de expansão para o comércio. O cenário, claro, mudou radicalmente com a pandemia do coronavírus , mas ainda assim as mudanças recentes na companhia podem ajudar a atenuar os efeitos da crise.
Criada como uma empresa de gestão e pagamentos para o varejo físico, a Linx se transformou nos últimos anos em uma das maiores fornecedoras de tecnologia para o varejo multinacanais, unindo lojas físicas a vendas online. Entre seus clientes estão Centauro, Renner e Lojas Americanas.
Ano passado a Linx lançou o Linx Pay, uma divisão para a área de pagamentos que permite o uso de QR Code para pagamentos em lojas físicas. A companhia também anunciou uma série de parcerias com varejistas como Magazine Luiza, Lojas Americanas e Mercado Livre para que seus clientes possam oferecer seus catálogos no market place dessas empresas.
O avanço do varejo multicanal fazia com que a Linx, com 50.000 clientes, fosse uma das empresas mais bem posicionadas para ganhar com essa tendência. No terceiro trimestre do ano passado a receita da companhia subiu 13% e seu lucro, 38%. O quarto trimestre, ainda não impactado pela crise econômica e de saúde, também pode trazer bons resultados. Outra empresa de tecnologias para o varejo, a Totvs, mais que dobrou o lucro no quarto trimestre de 2019.
A dúvida, claro, é o que acontece agora, com o varejo entre as áreas mais afetadas pelo isolamento social imposto em todo o país. Depois de subir 20% em 2019, as ações da Linx estão em queda de 48% este ano. A XP Investimentos cortou a previsão de crescimento da economia brasileira para 2020 de um avanço de 1,8% para um recuo de 1,9%.
Para o varejo, a expectativa era mais otimista, de avanço de 3,5%, segundo a Confederação nacional do Comércio — o tombo também pode ser maior. Os resultados da Linx desta segunda-feira são uma das últimas oportunidades de olhar para um passado de otimismo, uma realidade tão próxima, e tão distante.