Cielo: Empresa de meios de pagamentos deve ter resultado melhor que nos trimestres anteriores (Paulo Fridman/Bloomberg)
Mariana Desidério
Publicado em 26 de janeiro de 2021 às 06h00.
A credenciadora de cartões Cielo divulga os resultados do 4º trimestre de 2020 nesta terça-feira (26), após o fechamento do mercado. Após alguns trimestres de más notícias, com queda no faturamento e no lucro da companhia, a expectativa é de melhora nos números, por influência da maior atividade econômica no varejo no final do ano.
A expectativa do banco Goldman Sachs é de que a companhia chegue a lucro de 203 milhões de reais no trimestre, o que representa queda de 8% em comparação com o mesmo período do ano anterior, mas alta de 85% na comparação com o 3º trimestre de 2020. Ainda assim, a recomendação do banco é para venda do papel, pois, na visão dos analistas, a companhia pode continuar a perder mercado.
Fortemente impactada pela pandemia da covid-19, a Cielo vive tempos difíceis. No terceiro trimestre, o lucro foi de 100,4 milhões de reais, queda de 71,5% em relação a 2019. Antes disso, no 2º trimestre, a companhia reportou o primeiro prejuízo de sua história, de 75,2 milhões de reais, ante lucro de 428,5 milhões de reais no 2º trimestre de 2019.
Além da crise econômica causada pelo coronavírus, que reduziu as transações no varejo físico, a Cielo enfrenta os desafios de seu próprio mercado, que tem tido forte aumento da concorrência.
Como possível boa notícia no horizonte, o mercado ainda espera que a parceria entre Cielo e Whatsapp para a realização de pagamentos pelo aplicativo saia do papel, o que tem potencial para ampliar o volume de transações realizadas pela companhia. A realização de pagamentos via Whatsapp chegou a ser anunciada em junho de 2020, mas foi barrada pelo Banco Central , que na época preparava o lançamento do PIX. As ações da Cielo acumulam queda de 83% nos últimos três anos, e são negociadas na casa dos R$ 3,50.