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Renault discute condições para união com a Fiat Chrysler

Conselho de administração da montadora francesa deve exigir manutenção de empregos e fábricas e de posição ativa na gestão

FIAT E RENAULT: nova montadora teria ações listadas nas Bolsas de Nova York, Milão e Paris / REUTERS/Eric Gaillard/File Photo

FIAT E RENAULT: nova montadora teria ações listadas nas Bolsas de Nova York, Milão e Paris / REUTERS/Eric Gaillard/File Photo

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Da Redação

Publicado em 4 de junho de 2019 às 06h28.

Última atualização em 4 de junho de 2019 às 06h51.

Investidores acompanham com atenção a reunião prevista para esta terça-feira, 04, no conselho de administração da montadora Renault, na França, sobre a proposta de fusão feita pela Fiat Chrysler Automobiles (FCA). No encontro, a companhia francesa deve definir como os próximos passos das negociações para uma possível união com a concorrente ítalo-americana.

A proposta da FCA prevê a criação da terceira maior montadora do mundo, com faturamento estimado em 170 bilhões de euros e vendas anuais de 8,7 milhões de veículos. A combinação das operações também traria avanço no desenvolvimento de tecnologias de eletrificação – em que a Renault é uma das protagonistas globais – e direção autônoma. A nova montadora teria ações listadas nas Bolsas de Nova York, Milão e Paris.

Apesar dos números atraentes, o acordo deve enfrentar diversos obstáculos, começando pelos acionistas das empresas envolvidas. O governo francês detém 15% das ações da Renault e há o temor de que fábricas sejam fechadas no país. A pauta deve ser um dos destaques das discussões desse encontro, com forte peso em uma eventual contraproposta. Sindicatos de trabalhadores têm pressionado o governo local, o que pode prolongar as negociações.

Analistas avaliam a proposta financeira da FCA como “justa”, mas sobram dúvidas sobre os termos do acordo e como ficariam as operações. Além disso, a Renault está para completar uma aliança global de 20 anos com a montadora japonesa Nissan – que também inclui a Mitsubishi. Ainda é nebuloso onde ficaria a parceria com as marcas japonesas. A inclusão da aliança no negócio poderia gerar vendas anuais superiores a 15 milhões de unidades.

Um novo processo de fusão parece fundamental para a FCA, que vem se preparando há mais de dez anos para liderar este movimento e ganhar não só escala, mas sustentabilidade dos negócios no longo prazo em uma indústria em forte transformação. Mas dada a complexidade da proposta, a expectativa é que ainda a reunião de hoje seja apenas o primeiro capítulo de uma longa novela.

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