Remédio contra o câncer pode valer US$ 18 bilhões
Um remédio esquecido que foi comprado há uma década por US$ 6,6 milhões poderia se tornar um dos tratamentos contra o câncer mais vendidos de todos os tempos
Da Redação
Publicado em 26 de fevereiro de 2015 às 16h51.
Um remédio esquecido que foi comprado há uma década por uma empresa de biotecnologia por meros US$ 6,6 milhões poderia se tornar um dos tratamentos contra o câncer mais vendidos de todos os tempos.
Essas grandes expectativas estão levando a fabricante, a Pharmacyclics Inc., a considerar sua própria venda em um acordo que poderia chegar a valer US$ 18 bilhões.
A empresa, com sede em Sunnyvale, Califórnia, atraiu o interesse de companhias como a Johnson & Johnson e a Novartis AG, informou a Bloomberg na quarta-feira.
O câncer é uma das mais lucrativas áreas de desenvolvimento de remédios e o Imbruvica é um comprimido fácil de usar que custa cerca de US$ 100.000 por ano, evita certos efeitos colaterais graves da quimioterapia e pode ser usado pelos pacientes durante longos períodos de tempo.
O remédio também tornou bilionário o CEO Robert W. Duggan. Ele possui 13,5 milhões de ações, ou 18 por cento, da Pharmacyclics.
Essa participação constitui a maior parte de seu patrimônio líquido de US$ 3,2 bilhões, de acordo com o Bloomberg Billionaires Index.
Ele acumulou a maioria das ações a um custo de US$ 42 milhões entre 2004 e 2011, quando utilizou suas participações para assumir um lugar no conselho e, por fim, o controle da companhia.
Calcula-se que o remédio entrará no grupo dos medicamentos oncológicos mais vendidos, com uma projeção de US$ 4,2 bilhões em vendas em 2019, de acordo com a média das estimativas dos analistas.
O Imbruvica “sem dúvida tem potencial para gerar uma receita como a do Gleevec”, disse Brian Druker, diretor do Instituto Knight do Câncer, da Universidade de Ciências e Saúde de Oregon, em referência ao remédio contra a leucemia mieloide crônica, de US$ 4,75 bilhões, da Novartis.
“É algo muito importante e as respostas foram incríveis” com a leucemia mieloide crônica, uma de suas várias aplicações.
Riscos
“Não era uma vitória garantida”, disse Druker. “Foi preciso assumir riscos, ter visão e acreditar, experimentar com pacientes e ver o que aconteceria”.
Em um estudo com 391 pacientes, o Imbruvica retardou significativamente o avanço da doença e reduziu em mais da metade a taxa de mortalidade entre pacientes que não tiveram sucesso com outros tratamentos ou que sofreram recaídas.
Assim como o Gleevec, a quantidade de pessoas que tomam o remédio tem potencial para aumentar enormemente ao longo do tempo, pois os pacientes que seguem esse tratamento vivem mais tempo.
Além disso, o remédio poderia acabar substituindo a quimioterapia como tratamento inicial contra a leucemia linfoide crônica, disse Brian Skorney, analista da Robert W. Baird. A trajetória de vendas do Imbruvica “arrasou com todos os outros lançamentos oncológicos, à exceção do Avastin”, fabricado pela Roche Holding AG, disse ele.
Histórico de investimentos
A venda da Pharmacyclics seria compatível com a trajetória de investimentos de Duggan. A partir do final da década de 1960, o bilionário investiu em dezenas de empresas, que depois vendeu.
Entre elas estão a Cookie Muncher’s Paradise, um negócio de panificação que agora faz parte da Panera Bread Co., e a MAG International BV, empresa do leste europeu de mídia exterior que ele vendeu em 2006 para a JCDecaux SA.
Duggan também é membro da Igreja da Cientologia. Ele é um dos maiores contribuintes dessa organização, com doações de pelo menos US$ 20 milhões, inclusive algumas ações da Pharmacyclics.
Duggan confirmou sua participação na organização em 2013, mas se recusou a confirmar as doações.
“Para mim é uma honra e uma obrigação pessoal compartilhar meu sucesso financeiro com a Cientologia”, escreveu ele em um e-mail enviado à Bloomberg News em 2013.
Um remédio esquecido que foi comprado há uma década por uma empresa de biotecnologia por meros US$ 6,6 milhões poderia se tornar um dos tratamentos contra o câncer mais vendidos de todos os tempos.
Essas grandes expectativas estão levando a fabricante, a Pharmacyclics Inc., a considerar sua própria venda em um acordo que poderia chegar a valer US$ 18 bilhões.
A empresa, com sede em Sunnyvale, Califórnia, atraiu o interesse de companhias como a Johnson & Johnson e a Novartis AG, informou a Bloomberg na quarta-feira.
O câncer é uma das mais lucrativas áreas de desenvolvimento de remédios e o Imbruvica é um comprimido fácil de usar que custa cerca de US$ 100.000 por ano, evita certos efeitos colaterais graves da quimioterapia e pode ser usado pelos pacientes durante longos períodos de tempo.
O remédio também tornou bilionário o CEO Robert W. Duggan. Ele possui 13,5 milhões de ações, ou 18 por cento, da Pharmacyclics.
Essa participação constitui a maior parte de seu patrimônio líquido de US$ 3,2 bilhões, de acordo com o Bloomberg Billionaires Index.
Ele acumulou a maioria das ações a um custo de US$ 42 milhões entre 2004 e 2011, quando utilizou suas participações para assumir um lugar no conselho e, por fim, o controle da companhia.
Calcula-se que o remédio entrará no grupo dos medicamentos oncológicos mais vendidos, com uma projeção de US$ 4,2 bilhões em vendas em 2019, de acordo com a média das estimativas dos analistas.
O Imbruvica “sem dúvida tem potencial para gerar uma receita como a do Gleevec”, disse Brian Druker, diretor do Instituto Knight do Câncer, da Universidade de Ciências e Saúde de Oregon, em referência ao remédio contra a leucemia mieloide crônica, de US$ 4,75 bilhões, da Novartis.
“É algo muito importante e as respostas foram incríveis” com a leucemia mieloide crônica, uma de suas várias aplicações.
Riscos
“Não era uma vitória garantida”, disse Druker. “Foi preciso assumir riscos, ter visão e acreditar, experimentar com pacientes e ver o que aconteceria”.
Em um estudo com 391 pacientes, o Imbruvica retardou significativamente o avanço da doença e reduziu em mais da metade a taxa de mortalidade entre pacientes que não tiveram sucesso com outros tratamentos ou que sofreram recaídas.
Assim como o Gleevec, a quantidade de pessoas que tomam o remédio tem potencial para aumentar enormemente ao longo do tempo, pois os pacientes que seguem esse tratamento vivem mais tempo.
Além disso, o remédio poderia acabar substituindo a quimioterapia como tratamento inicial contra a leucemia linfoide crônica, disse Brian Skorney, analista da Robert W. Baird. A trajetória de vendas do Imbruvica “arrasou com todos os outros lançamentos oncológicos, à exceção do Avastin”, fabricado pela Roche Holding AG, disse ele.
Histórico de investimentos
A venda da Pharmacyclics seria compatível com a trajetória de investimentos de Duggan. A partir do final da década de 1960, o bilionário investiu em dezenas de empresas, que depois vendeu.
Entre elas estão a Cookie Muncher’s Paradise, um negócio de panificação que agora faz parte da Panera Bread Co., e a MAG International BV, empresa do leste europeu de mídia exterior que ele vendeu em 2006 para a JCDecaux SA.
Duggan também é membro da Igreja da Cientologia. Ele é um dos maiores contribuintes dessa organização, com doações de pelo menos US$ 20 milhões, inclusive algumas ações da Pharmacyclics.
Duggan confirmou sua participação na organização em 2013, mas se recusou a confirmar as doações.
“Para mim é uma honra e uma obrigação pessoal compartilhar meu sucesso financeiro com a Cientologia”, escreveu ele em um e-mail enviado à Bloomberg News em 2013.