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Reflexo da fusão da AB InBev com SABMiller é incerto no país

A transação, no valor de 68 bilhões de libras esterlinas, é a terceira maior já registrada na história


	AB InBev: para especialista, transação não deve trazer problemas de concentração de mercado no Brasil
 (Jock Fistick/Bloomberg/Site Exame)

AB InBev: para especialista, transação não deve trazer problemas de concentração de mercado no Brasil (Jock Fistick/Bloomberg/Site Exame)

Luísa Melo

Luísa Melo

Publicado em 14 de outubro de 2015 às 11h02.

São Paulo - Caso seja aprovada pelos órgãos reguladores, a compra da SABMiller pela AB InBev deve gerar uma gigante que terá nas mãos cerca de um terço de toda a produção mundial de cerveja.

A transação, no valor de 68 bilhões de libras esterlinas, é a terceira maior já registrada na história. Mas, por enquanto, pouco se sabe sobre como ficarão as operações das duas empresas após a conclusão do acordo.

Para o Brasil, do ponto de vista concorrencial, a fusão não deve trazer grandes preocupações, segundo Rodrigo Hussne, sócio da consultoria da S&H, especializada em fusões e aquisições.

"Apesar de a Ambev (controlada pela AB InBev) ter cerca de 70% de participação no mercado brasileiro de cervejas, as marcas da SABMiller não têm vendas expressivas no país e, portanto, a concentração deve aumentar muito pouco (com a associação das duas). O natural é que o Cade aprove o negócio sem restrições", afirma.

Por aqui, o mercado teme que a brasileira seja obrigada pela controladora a comprar o braço latino-americano da SABMiller. Como ela não tem dívidas, a manobra ajudaria no equilíbrio das contas da holding.

"Essa discussão interna é uma incógnita. Não saberia dizer o que seria mais vantajoso para a empresa financeiramente", comenta Hussne.

Já para o consumidor brasileiro, avalia ele, a transação pode trazer boas notícias.

"Caso a Ambev decida explorar as marcas da SABMiller aqui, com o impulso de toda a sua rede de distribuição, o preço dos rótulos provavelmente cairá", diz.

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