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Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h40.
A decisão política do governo Lula de segurar o preço dos combustíveis já traz prejuízos fora da Petrobras, que registrou uma rentabilidade menor que as concorrentes. A Refinaria Ipiranga, localizada em Rio Grande (RS) anunciou que, a partir de maio, não irá mais abastecer seus clientes. A companhia alega que as elevadas cotações do petróleo no mercado internacional e a defasagem de preços dos combustíveis no Brasil motivaram a medida.
De acordo com a empresa, o barril do petróleo vem se mantendo acima dos 50 dólares, após bater em 58 dólares. O valor está bem acima do ponto de equilíbrio das operações da Ipiranga, para a qual seus ganhos se anulam a partir de um patamar de 44 dólares por barril de petróleo. Por isso, o refino de combustíveis já foi suspenso desde 11 de abril.
A diretora-superintendente da Ipiranga, Elizabeth Tellechea, afirma que a interrupção foi necessária para que não haja mais prejuízos para a empresa e seus acionistas. O contrato de fornecimento de petróleo assinado com a Petrobras incorpora flutuações para cima e para baixo na cotação internacional do produto. Desta forma, eventuais perdas geradas pela alta do petróleo seriam compensadas pelo Ipiranga por uma maior capitalização, nos momentos em que o barril estivesse em baixa.
O problema, segundo Elizabeth, é que desde que o contrato foi assinado, em dezembro do ano passado, a cotação internacional apenas subiu, desequilibrando as contas da refinaria. O contrato continua em vigor, mas novas aquisições de petróleo para refino só ocorrerão quando os preços baixarem, de acordo com a Ipiranga. A empresa informou, ainda, que as atividades de manutenção e inspeção das instalações não foram interrompidas.