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Recurso de FGTS e poupança para financiar imóveis tem limite, diz Caixa

Segundo ele, para continuar a expandir o crédito imobiliário, será preciso vender crédito da carteira da Caixa, "como ocorre em qualquer país do mundo"

Os presidentes do Banco do Brasil, Rubem Novaes, da Caixa, Pedro Guimarães, e o Presidente Jair Bolsonaro, durante cerimônia de posse aos presidentes dos bancos públicos (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

Os presidentes do Banco do Brasil, Rubem Novaes, da Caixa, Pedro Guimarães, e o Presidente Jair Bolsonaro, durante cerimônia de posse aos presidentes dos bancos públicos (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 7 de janeiro de 2019 às 15h02.

Última atualização em 9 de janeiro de 2019 às 15h07.

Brasília - O novo presidente da Caixa Econômica Federal, Pedro Guimarães, afirmou nesta segunda-feira, 7, após cerimônia de posse no Palácio do Planalto, que o funding do FGTS e da poupança, para financiamento imobiliário, tem um limite, "e este limite chegou". Segundo ele, para continuar a expandir o crédito imobiliário, será preciso vender crédito da carteira da Caixa, "como ocorre em qualquer país do mundo". "Na verdade, a pergunta é por que a Caixa e os outros bancos brasileiros ainda não fizeram isso", disse.

De acordo com Guimarães, "ao vender R$ 20 bilhões, R$ 30 bilhões, R$ 50 bilhões ou R$ 100 bilhões em operações de crédito, eu consigo oferecer mais crédito". "A Caixa vai passar a ser uma originadora de crédito, mais do que reter esse crédito no balanço. Isso não vai acontecer em dois, três ou quatro anos. Mas o objetivo é que a Caixa passe a originar 70% mas venda uma parte relevante."

Guimarães afirmou ainda que a Caixa venderá a carteira de crédito ativo via instrumentos do mercado de capitais. "Vamos fazer todos (os instrumentos). Vamos fazer carteiras ativas - existem três instrumentos -, vai haver outros. Acho importante permitir a entrada de investidores estrangeiros. As carteiras de crédito são problema grave na Caixa hoje. Nada grave em relação a capital, mas tem impacto em resultado", disse.

Segundo ele, as carteiras de crédito vencido são um são um problema sério, que precisa ser resolvido. Guimarães afirmou ainda que é preciso ter metodologia para a venda de imóveis retomados. "São 60 mil imóveis. E isso tem que ser resolvido. Você vai ter que ter uma metodologia de venda de mil imóveis, 2 mil imóveis, 3 mil imóveis ao longo do ano. A maior parte desses imóveis são da Minha Casa, Minha Vida, faixas 1 e 2."

Guimarães afirmou ainda que os juros do crédito imobiliário não vão subir no Minha Casa, Minha Vida. Já a classe média terá que pagar mais para ter crédito ou buscar alternativas nos bancos privados. "Vamos respeitar, acima de tudo, lei de mercado", afirmou, ao ser questionado sobre possibilidade de alta de juros no financiamento imobiliário fora do Minha Casa, Minha Vida.

O presidente Jair Bolsonaro participou nesta segunda-feira da cerimônia de posse dos novos presidentes de Banco do Brasil, Rubem Novaes, BNDES, Joaquim Levy, e Caixa Econômica Federal, Pedro Guimarães. O evento ocorreu no Palácio do Planalto, em Brasília.

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