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Petrobras voltará aos trilhos em cinco anos, diz Bendine

Em entrevista ao Estado de São Paulo, Bendine afirmou que a sua maior preocupação é com a dívida da companhia

Esta semana, a companhia divulgou lucro líquido de 531 milhões de reais no segundo trimestre de 2015 (Valter Campanato/AFP)

Karla Mamona

Publicado em 8 de agosto de 2015 às 22h43.

São Paulo - Em entrevista ao jornal Estado de São Paulo, o presidente da Petrobras , Aldemir Bendine afirmou que a estatal só voltará aos trilhos daqui a cinco anos.

Bendine afirmou que a sua maior preocupação é com a dívida da companhia, já que índice de alavancagem está muito alto na comparação com o mercado.

Um dos motivos apontados por ele é o preço do petróleo . Ele aponta que em junho de 2014, o barril estava em 114 dólares e terminou o ano abaixo de 50 dólares.

“Não há empresa no mundo que suporte isso. Todas as petroleiras foram afetadas, mas a dívida da Petrobras é a maior. Não há empresa no mundo que suporte isso.”

Bendine ressalta ainda que neste momento a estatal coincidiu com o momento de instabilidade devido a operação Lava Jato.

Sobre a Lavo Jato, ele disse ainda que a Petrobras sairá do foco somente quando “passar a limpo todos os processos da empresa.”

Gasolina

Sobre o aumento do preço da gasolina, Bendine afirma que não pede aumento para o governo “de jeito nenhum”. Disse ainda que a política de preços é somente com a companhia e que não aceita esse tipo de interferência. “O conselho (de administração da Petrobras) é autônomo.”

Esta semana, a companhia  divulgou lucro líquido de 531 milhões de reais no segundo trimestre de 2015, queda de 90% em relação ao primeiro trimestre do ano. Já no acumulado do primeiro semestre, o lucro foi de 5,86 bilhões de reais, 43% inferior ao primeiro semestre do ano passado.

Segundo a empresa, a queda foi decorrente do aumento de despesas financeiras líquidas, que chegaram a 11,7 bilhões de reais, devido principalmente à perda cambial, e ao reconhecimento de despesa tributária de IOF.

São Paulo – Alvo de protestos nesta semana, a contratação de serviços de prostitutas de luxo com recursos da Petrobras não foi a única forma encontrada por diretores da empresa, políticos e operadores para gastar o dinheiro desviado no esquema de corrupção .  Desde o início da Operação Lava Jato , em março de 2014, a Polícia Federal descobriu uma série de bens que, supostamente, teriam sido pagos com dinheiro vindo da Petrobras.  São joias, carros e até obras de arte que, segundo a polícia, eram usados para ocultar a origem do dinheiro ilícito. Veja, nas fotos, alguns dos bens apreendidos durante a investigação ou devolvidos à Justiça nos casos de acordos de delação premiada.
  • 2. Prostitutas de luxo

    2 /7(Raymond Roig/AFP)

  • Veja também

    Cerca de 150 mil reais foram gastos com o pagamento de serviços de prostituição de luxo para diretores da Petrobras e políticos. A informação aparece em relatos do doleiro Alberto Youssef e do emissário dele, Rafael Angulo Lopez. Ambos assinaram acordo de delação premiada com a Justiça.  De acordo com Yousseff e Lopez, algumas das garotas contratadas são conhecidas pela exposição em capas de revistas, desfiles de escolas de samba e programas de TV. Cada programa custava até 20 mil reais.
  • 3. Relógios

    3 /7(Polícia Federal/ Paraná)

  • Coleções inteiras de relógios de luxo foram apreendidas pela Polícia Federal na operação Lava Jato. Só na sede de Arxo, fabricante de tanques de combustível e alvo da nona fase da operação, foram apreendidos cerca de 500 relógios. As peças estavam escondidas no fundo falso de um armário junto com perfumes e dinheiro vivo. Na casa do doleiro Alberto Yousseff - um dos principais personagens do esquema de corrupção - foram encontrados mais algumas peças: 11 da marca suíça Rolex, nove Hublots, dois Montblanc, dois Breitling, dois Cartier, um Vacheron, um Chopard e um Baume & Mercier.
  • 4. Obras de arte

    4 /7(Polícia Federal/Curitiba/Fotos Públicas)

    Di Cavalcanti, Vik Muniz e Iberê Camargo são alguns artistas cujas obras foram compradas com dinheiro sujo. Só na casa da doleira Nelma Kodama, ex-namorada do doleiro Alberto Yousseff e condenada a 18 anos de prisão, foram apreendidas 16 obras de arte. Entre elas está um original de Di Cavalcanti avaliado em 3 milhões de dólares.  Outras 48 peças foram apreendidas na casa de Zwi Skornicki, representante oficial da empresa Keppel Fels e suspeito de ser um dos operadores do esquema de corrupção.  Na 10° fase da Lava Jato, a lista de obras aumentou consideravelmente com a apreensão de mais de cem telas do ex-diretor da Petrobras, Renato Duque. O destino das peças é o Museu Oscar Niemeyer (MON), em Curitiba. De acordo com a Polícia Federal, 245 obras de arte, entre quadros e esculturas, foram encaminhados ao museu. Uma parte dessas peças fica exposta no MON até novembro na mostra "Obras sob guarda".
  • 5. Carros de luxo

    5 /7(REUTERS/Ueslei Marcelino)

    Na manhã do dia 14 de julho, a Polícia Federal apreendeu na casa do senador e ex-presidente Fernando Collor de Melo (PTB-AL) três automóveis: uma Ferrari 458 Itália, um Lamborguini Aventador LP 700-4 e um Porsche Panamera S.  Os carros de luxo são os mais recentes exemplos de automóveis apreendidos pela Polícia Federal no desenrolar da Lava Jato, mas não são os únicos.  Outro que aparece na lista das apreensões é um Porsche modelo Cayman leiloado no final de março. O automóvel pertencia a Nelma Kodama, denunciada por organização criminosa, crimes financeiros e lavagem de dinheiro.
  • 6. Lancha milionária

    6 /7(Divulgação/Ferretti)

    Uma lancha Costa Azul, avaliada em pouco mais de um milhão de reais foi apenas um dos bens que, segundo a Justiça, foram comprados pelo ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa com dinheiro da estatal. Costa se comprometeu a entregar a lancha à Justiça em seu acordo de delação premiada, assinado em setembro de 2014. No mesmo documento, Costa aceita entregar um terreno em Mangaratiba, avaliado em 202 mil reais e um veículo Ranger Evoque, avaliado em 300 mil reais.
  • 7. Veja agora o que aconteceu em cada uma das fases da Lava Jato

    7 /7(Polícia Federal de Curitiba)

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