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Recuperação: lucro das empresas abertas cresce 14% no 3º tri

Juntas, as companhias listadas em bolsa no país acumularam lucros de 24,9 bilhões de reais de julho a setembro deste ano

Lucro: Alguns setores que tinham acumulado prejuízos bilionários no terceiro trimestre de 2015 diminuíram as perdas (Gajus/Thinkstock)

Lucro: Alguns setores que tinham acumulado prejuízos bilionários no terceiro trimestre de 2015 diminuíram as perdas (Gajus/Thinkstock)

Luísa Melo

Luísa Melo

Publicado em 16 de novembro de 2016 às 17h22.

Última atualização em 16 de novembro de 2016 às 17h31.

São Paulo - Se para o consumidor a crise ainda pesa no bolso (e no desemprego), para as empresas de capital aberto no país, ela dá sinais de que pode estar começando a ir embora.

Alguns setores que tinham acumulado prejuízos bilionários no terceiro trimestre de 2015 diminuíram as perdas e outros até reverteram os números para o azul neste ano.

O resultado disso é que, juntas, as companhias listadas em bolsa acumularam lucros de 24,9 bilhões de reais de julho a setembro deste ano, contra 21,7 bilhões de reais no mesmo período do ano passado, um aumento de 14,19%.

No segundo trimestre, os ganhos haviam encolhido 24%.

Os dados são da Economatica e levam em conta os demonstrativos financeiros de todas as 313 corporações que apresentaram resultados no terceiro trimestre de 2015 e 2016, com exceção de Petrobras, Eletrobras e Vale.

Essas três companhias foram retiradas da amostra porque tiveram elevado crescimento ou queda do lucro, o que distorce a comparação.

As holdings também não entram na listagem e os números são nominais, ou seja, não consideram a inflação.

O setor de Siderurgia e Metalurgia, que sofreu pesado com a queda de demanda, já apresenta recuperação e é um dos grandes responsáveis pela melhora do indicador. As 20 empresas do segmento diminuíram o prejuízo registrado entre o ano passado e este.

No terceiro trimestre de 2015, elas haviam apresentado perdas de 3,6 bilhões de reais, coletivamente. Agora, o número caiu para 315,1 milhões - uma diferença de 3,33 bilhões de reais.

A área de transportes e serviços também apresentou bom desempenho. As 12 companhias do nicho saíram de um prejuízo de 2,04 bilhões de reais em setembro do ano passado para um lucro de 1,26 bilhão de reais 12 meses depois.

O setor de papel e celulose foi outro que teve resultados animadores. As cinco empresas do segmento, juntas, tiveram lucro de 108,64 milhões de reais no terceiro trimestre, revertendo o prejuízo de 2,94 bilhões de reais um ano antes.

Na outra ponta, os ganhos dos bancos foram os que mais encolheram, mas eles ainda representam o maior volume da amostra setorial. Em setembro do ano passado, as 24 instituições financeiras acumulavam lucro de 17,14 bilhões de reais. Agora, o número caiu para 13,44 bilhões de reais.

O ramo de alimentos também foi prejudicado, apesar de ainda ser o segundo mais lucrativo. As 13 companhias que compõem tiveram um lucro de 4,52 bilhões reais no terceiro trimestre, contra 7,18 bilhões de reais um ano antes.

Dos 25 segmentos analisados pela Economatica, 14 apresentaram crescimento da lucratividade. Só seis deles apresentaram prejuízo de julho a setembro. Veja na tabela:

SetorResultado no 3º tri 2015Resultado no 3º tri 2016VariaçãoQuantidade de empresas
Siderurgia e metalurgiaR$ -3,64 bilhõesR$ -315 milhõesR$ 3,33 bilhões20
Transporte e serviçosR$ -2,04 bilhõesR$ 1,26 bilhãoR$ 3,31 bilhões12
Papel e celuloseR$ -2,094 bilhõesR$ 108,64 milhõesR$ 3,05 bilhões5
Água e saneamentoR$ -481,46 milhõesR$ 786,23 milhõesR$ 1,26 bilhão5
Exploração de imóveisR$ -781,26 milhõesR$ 248,83 milhõesR$ 1,03 bilhão10
Energia ElétricaR$ 1,18 bilhãoR$ 1,97 bilhãoR$ 789,84 milhões36
MineraçãoR$ -602,69 milhõesR$ -48,18 milhõesR$ 554,51 milhões3
Agronegócio e pescaR$ -171,87 milhõesR$ 3,83 milhõesR$ 175,71 milhões4
EletroeletrônicosR$ -45,08 milhõesR$ 125,93 milhõesR$ 171,01 milhões4
Software e dadosR$ 977,13 milhõesR$ 1,07 bilhãoR$ 98,02 milhões6
Serviços médico-hospitalares e diagnósticosR$ 148,93 milhõesR$ 238,35 milhõesR$ 89,41 milhões4
Máquinas industriaisR$ 159,88 milhõesR$ 240,15 milhõesR$ 80,27 milhões4
TelecomunicaçõesR$ -22,99 milhõesR$ 13,63 milhõesR$ 36,62 milhões6
TêxtilR$ 215,17 milhõesR$ 234,34 milhõesR$ 19,17 milhões22
Minerais não metálicosR$ 16,43 milhõesR$ -7,62 milhõesR$ -24,05 milhões3
Petróleo e gásR$ 125,013 milhõesR$ 62,81 milhõesR$ -62,19 milhões6
SeguradorasR$ 1,45 bilhãoR$ 1,35 bilhãoR$ -101,22 milhões4
QuímicaR$ 1,54 bilhãoR$ 1,27 bilhãoR$ -274,63 milhões10
Veículos e peçasR$ 132,08 milhõesR$ -161,62 milhõesR$ -293,71 milhões13
ComércioR$ 19,78 milhõesR$ -287,18 milhõesR$ -306,96 milhões18
Serviços educacionaisR$ 524,15 milhõesR$ 64,98 milhõesR$ - 459,16 milhões4
OutrosR$ 1,82 bilhãoR$ 883,40 milhõesR$ -943,09 milhões57
ConstruçãoR$ -196,51 milhõesR$ -2,16 bilhõesR$ -1,97 bilhão20
Alimentos e bebidasR$ 7,18 bilhõesR$ 4,52 bilhõesR$ -2,65 bilhões13
BancosR$ 17,14 bilhõesR$ 13,44 bilhõesR$ -3,69 bilhões24
Total sem Petrobras, Vale e EletrobrasR$ 21,71 bilhõesR$ 24,93 bilhõesR$ 3,22 bilhões313

Com as gigantes

Se incluídas na amostra a Petrobras, a Vale e a Gerdau, o lucro das 316 empresas de capital aberto no país soma 11,18 bilhões no terceiro trimestre deste ano, contra 7,27 bilhões de reais no mesmo período do ano passado, um crescimento de 53,7%.

Juntas, essas gigantes tiveram prejuízos de 14,4 bilhões de reais de julho a setembro. A Petrobras sozinha perdeu 16,45 bilhões de reais. A Eletrobras teve lucro de 862,73 milhões de reais e a Vale de 1,8 bilhão de reais.

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