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Real ou boato? Quais destes restaurantes fecharam as portas na pandemia

Pesquisa da Associação Nacional dos Restaurantes (ANR) apontou que 35% dos bares e restaurantes com mais de uma unidade tinham fechado lojas permanentemente

Octávio Café: tradicional ponto de encontro do condado não resistiu à pandemia (DIvulgação/Divulgação)

Octávio Café: tradicional ponto de encontro do condado não resistiu à pandemia (DIvulgação/Divulgação)

Felipe Giacomelli

Felipe Giacomelli

Publicado em 26 de julho de 2020 às 11h00.

Quando a pandemia passar e o coronavírus for considerado controlado, as fachadas comerciais da cidade de São Paulo poderão estar bem diferentes do que os paulistanos estavam habituados. É que muitos dos bares e restaurantes preferidos dos moradores da metrópole encerraram as atividades em decorrência da crise provocada pela covid-19.

Em junho, antes de São Paulo começar a reabertura econômica, uma pesquisa da Associação Nacional dos Restaurantes (ANR) apontou que 35% dos bares e restaurantes com mais de uma unidade tinham fechado lojas permanentemente por causa da crise, enquanto outros 15% estavam pessimistas com as condições de continuar funcionando após a pandemia.

E no meio da crise também houve muita desinformação. Enquanto tentavam sobreviver, algumas casas se viram envolvidas em mensagens nas redes sociais sobre estarem supostamente fechando. Para não afugentar seus clientes, seja os do delivery, seja os que estão esperando a retomada do funcionamento, foram obrigadas a correr para desmentir os boatos.

Abaixo, você confere quatro locais tradicionais da cidade de São Paulo que se viram em meio a notícias de que fecharam suas portas na pandemia. Em alguns casos, realmente era verdade. Em outros, foi somente boato nas redes sociais.

Octávio Café

Localizado quase na esquina da Faria Lima com a Avenida Cidade Jardim, era parada certa para quem trabalha no condado ter uma pausa no trabalho e poder colocar as conversas em dia.

Inaugurada em 2007, a loja tinha um curioso formato de xícara, pé direito alto e 1.200 metros quadrados. Ela se orgulhava do título de ser a maior cafeteria do país. Em suas mesas, gestores, traders, faria limers e curiosos podiam saborear uma xícara de expresso vendida a 10 reais, considerada um recorde da região.

Quando o coronavírus chegou, em março, a região da Faria Lima foi uma das primeiras a ter casos confirmados da doença. Resultado: home-office instalado e escritórios fechados. Aí o Octávio não resistiu. “A crise gerada pela pandemia e o cenário incerto de reabertura das unidades foram fatores determinantes para a decisão”, diz o informe do estabelecimento sobre o fim das atividades,

Mandíbula

Tradicional ponto de encontro dos santa ceciliers na Galeria Metrópole, em pleno centro de São Paulo, o bar anunciou em abril que estava encerrando suas atividades, prestes a completar seis anos de funcionamento.

Nas noites paulistas, era comum ver seus frequentadores tomando conta de todo o segundo andar da galeria.

O problema por lá era o horário, o que espantava quem gostava de passar a madrugada na rua. A Galeria Metrópole fechava às 22h, restringindo a entrada de visitantes - e de clientes do Mandíbula - a partir desse momento. Nos fins de semana, havia uma folga, até meio-dia o acesso era liberado.

Pasv

Outro ponto tradicional do centro de São Paulo, o Pasv, fundado nos anos 1970, era o lugar certo para o almoço na região, graças aos seus pratos bem servidos. Também era favorecido pelo seu ambiente interno, típico de boteco, que pouco mudou ao longo das décadas - placas nas paredes indicavam o menu que mesclava a gastronomia espanhola com churrasco e feijoada, havia um grande balcão no centro, onde eram realizados os pedidos, e as mesas ficavam nas laterais.

Em uma reportagem da Folha de S. Paulo, Eduardo Vieira Castromil, filho de um dos sócios, explicou o encerramento das atividades:  "Eles já queriam fechar há algum tempo. Com a quarentena, teriam que continuar a pagar dez funcionários".

Bar Brahma

Graças a Caetano Veloso, o endereço do Bar Brahma todo paulistano conhece de cor: na esquina da Ipiranga com a São João. Talvez por estar localizado em um dos pontos mais famosos da cidade de São Paulo o tradicional estabelecimento causou tanta comoção quando a notícia de seu fechamento em decorrência da pandemia começou a circular pelas redes sociais.

Mas parou mesmo? Tratava-se de uma informação enganosa. O estabelecimento, de fato, não estava funcionando nos primeiros meses da pandemia, mas era porque a quarentena em São Paulo o proibia de abrir as portas.

A informação que o Bar Brahma tinha encerrado as atividades começou a circular no momento em que a quarentena em São Paulo era a mais rígida e havia pressão para que a reabertura começasse.

Quem explicou a situação foi a administração do local em um texto enviado à agência de checagens Lupa. “Muitas pessoas entraram em contato nos últimos dois dias a respeito dessa informação, mas ela não procede. O bar está funcionando, porém apenas no serviço delivery”, escreveu. A expectativa é que, conforme o coronavírus perca força, o bar volte a operar.

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