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“Queremos ser o maior grupo de moda do Brasil”, diz presidente da Arezzo

A companhia mostra resiliência nos resultados da pandemia, mas terá como desafio superar concorrentes de peso e um mercado altamente pulverizado

Alexandre Birman, presidente da Arezzo, e Rony Meisler, da Reserva (Arezzo e Reserva/Divulgação)

Alexandre Birman, presidente da Arezzo, e Rony Meisler, da Reserva (Arezzo e Reserva/Divulgação)

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Juliana Estigarribia

Publicado em 13 de novembro de 2020 às 16h50.

Última atualização em 13 de novembro de 2020 às 18h58.

De uma marca de calçados premium para um conglomerado de diversas empresas, a Arezzo prepara ofensiva para se tornar a grande referência do mercado de moda no Brasil. Além da aquisição de novas marcas, o grupo está investindo no e-commerce para consolidar sua posição no país.

"Queremos ser o maior grupo de moda do Brasil", afirmou Alexandre Birman, presidente da Arezzo, em teleconferência com analistas nesta sexta-feira, 13.

No dia 23 de outubro, o grupo marcou sua entrada no setor de vestuário com a compra da carioca Reserva, avaliada em 715 milhões de reais. A marca tem 78 lojas próprias e 32 franquias, além de possuir uma carteira com 1.500 clientes multimarcas.

Ainda em janeiro deste ano, a Arezzo passou a distribuir com exclusividade os produtos da marca Vans, conhecida pelos tênis usados por públicos diversos, principalmente skatistas.

Em entrevista recente à EXAME, Birman afirmou que há espaço para mais. “Buscamos sim a consolidação de outras categorias e marcas para complementar o portfólio."

O plano de se consolidar como o maior grupo de moda do Brasil ocorre em um setor ainda bastante pulverizado, com grandes empresas atuando majoritariamente em apenas um segmento.

Segundo levantamento da Euromonitor, feito a pedido da EXAME, o setor de moda (incluindo vestuário e calçados) faturou cerca de 140,9 bilhões de reais no ano passado. A Arezzo tinha 1% de participação no período, quando o grupo ainda não atuava nos dois segmentos. A Nike liderou o mercado com 3,9% de share, seguida da Adidas (3,7%), Hering (1,7%) e Vulcabrás Azaléia (1,4%). O grupo Restoque, com ações listadas na B3, vem em 12º lugar, com 0,6% de participação.

(EXAME Research/Exame)

Os números mostram que a tarefa da Arezzo não será fácil. A companhia vinha executando um plano de expansão, mas encontrou pelo caminho a pandemia, que a obrigou a fechar temporariamente as lojas físicas, inclusive em sua operação nos Estados Unidos, e tentar sobreviver pelo e-commerce.

A estratégia parece ter dado certo. No acumulado até setembro, o faturamento do e-commerce superou em 70% a venda de todo o ano de 2019, alcançando 364 milhões de reais.

Os analistas Victor Saragiotto e Pedro Pinto, do Credit Suisse, escreveram em relatório que "a pandemia de covid-19 atingiu o segmento de moda, mas encontrou a Arezzo relativamente melhor preparada para navegar em águas turbulentas".

O relatório mostra uma expectativa positiva para a Arezzo, principalmente diante de um "crescimento orgânico" e também "por fusões e aquisições".

Birman ressaltou que o marketplace ZZ Mall, que irá centralizar todas as marcas do grupo em um mesmo lugar, deverá ser um passo importante para a estratégia de crescimento no ambiente digital. "Vamos consolidar as iniciativas de transformação digital."

Birman acrescentou que o grupo deve encerrar o ano com mais 30 lojas, totalizando 767 — sem a base do grupo Reserva. A Arezzo afirma ainda que, na pandemia, o mercado brasileiro apresentou o melhor desempenho do negócio Vans no mundo.

"Temos registrado resultados muito positivos no início do quarto trimestre e temos 45 dias para encerrar o ano."

Balanço

No terceiro trimestre, a Arezzo registrou receita líquida de 416 milhões de reais, queda de 5,5% na comparação anual. No acumulado do ano, houve queda de 20,1%, para 967 milhões de reais.

A companhia teve lucro líquido de 27,9 milhões de reais no terceiro trimestre, recuo de 21,3% na comparação anual. No acumulado até setembro, a Arezzo amargou prejuízo de 3,2 milhões de reais, ante lucro líquido de 94 milhões em 2019.

O resultado teve forte impacto do fechamento temporário das lojas físicas durante a pandemia.

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