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Quem está por trás do futuro das maiores empresas do mundo

A sociedade e empresas estão passando por transformações profundas e cabe ao conselho de administração pensar sobre os rumos do negócio

(iStock/Getty Images)

Karin Salomão

Publicado em 10 de setembro de 2017 às 08h00.

Última atualização em 11 de setembro de 2017 às 11h59.

São Paulo – No alto escalão das grandes empresas, está o conselho de administração. Com membros tanto do próprio negócio quanto externos, os conselheiros direcionam as decisões das companhias.

O seu papel mudou bastante nos últimos anos. Enquanto no passado suas tarefas passavam por questões regulatórias e de dia a dia, hoje os conselhos estão mais preocupados com os rumos que a empresa vai tomar.

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A mudança de postura é reflexo do momento atual, instável e imprevisível, segundo a pesquisa Advancing Boards - Global Board Survey 2017, feita pela Intersearch que analisa o papel, tendências e preocupações dos conselheiros.

A pesquisa entrevistou 1.017 conselheiros de 52 países, de todos os setores da indústria e em companhias de diferentes tamanhos e estruturas societárias.

Principais ameaças

A sociedade e, consequentemente, as empresas estão passando por transformações profundas. Enfrentam mudanças políticas, ruptura dos modelos de negócio tradicionais, turbulência geopolítica, conflitos armados e terrorismo, inteligência artificial, mudanças climáticas, notícias falsas e ataques contra a segurança digital.

Ainda que algumas mudanças sejam positivas, a turbulência gera instabilidade e insegurança em todos os setores e empresas. Os cenários instáveis já afetaram cerca de 82% das empresas pesquisadas. Além disso, 92% afirmaram que planejam se adaptar a elas pelos próximos dois anos.

Nem empresas bem estabelecidas e hoje tidas como modelo estão à salvo. A Volkswagen foi investigada e multada por um sistema que mascarava as emissões de gás carbônico, a Apple deverá pagar 13 bilhões de dólares de impostos à Irlanda, a Google foi multada pela União Europeia por práticas contra a concorrência, entre outros exemplos.

Quando perguntados sobre o que mais impactaria a sociedade e a economia, as respostas dos conselheiros desenharam duas tendências. A primeira são as tecnologias disruptivas, a outra é a instabilidade geopolítica.

Para combater essas duas ameaças, os conselhos estão focados em dois grandes objetivos: a transformação e busca por habilidades digitais e diminuir o foco nas tarefas de controle para dar mais atenção ao futuro do negócio.

No Brasil, o principal foco são os temas de compliance e governança, por conta dos recentes escândalos de corrupção. "Num país que a corrupção é mais comumente encontrada e que existem brechas para práticas desta natureza, a preocupação com o tema acaba sendo muito maior e mais presente nas discussões", afirmou Renata Filippi, diretora de recrutamento da STATO, representante da Intersearch no Brasil.

De olho no futuro

Por conta da maior instabilidade global, os conselhos estão mais atentos ao futuro de suas companhias. Eles gastam mais tempo se preocupando com a estratégia do que em relação aos anos anteriores.

A pesquisa diz que, se no passado o tamanho e expansão eram os principais fatores para o sucesso de uma empresa, hoje a velocidade de adaptação é a chave. Por isso essa atenção é crucial.

Entre as tarefas mais importantes realizadas pelos executivos, pensar na estratégia está em primeiro lugar: é uma das 3 prioridades para 87% dos entrevistados. Em seguida está a governança e controle de risco, para 45,8% dos executivos. Em terceiro lugar está o planejamento financeiro e controle de orçamento, para 40,1%.

A maior complexidade do trabalho leva ao aumento do tempo gasto com a função. Cerca de 41% dos participantes diz que, em 2017, gastou mais tempo nas atividades como conselheiro do que no ano anterior.

Apesar do cenário instável, os entrevistados expressaram uma visão otimista sobre a economia no futuro: 68% esperam que o desempenho financeiro de sua empresa será melhor nos próximos 2 anos em comparação com os últimos 2 anos.

 

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