Quem é a japonesa que ameaça o reinado da Embraer
Mitsubishi Aircraft pretende apresentar primeiro jato japonês em 50 anos e conquistar 50% do mercado nas próximas décadas
Daniela Barbosa
Publicado em 16 de outubro de 2014 às 11h12.
São Paulo - Pela primeira vez, em 50 anos, o mundo vai conhecer um avião produzido no Japão. A Mitsubishi Aircraft, subsidiária da Mitsubishi Heavy Industries , deve apresentar no próximo fim de semana seu primeiro jato ao mercado, batizado de Mitsubishi Regional Jet.
O primeiro voo da aeronave deve demorar mais um pouco e está previsto para acontecer no segundo semestre de 2015. Já as primeiras entregas só devem ocorrer em 2017. O modelo já conta com encomenda de 375 unidades.
Segundo Teruaki Kawai, presidente da Mitsubishi Aircraft, embora com uma carteira modesta de pedidos, a ideia nas próximas duas décadas é conquistar 50% do mercado de jatos regionais usados para voos de curta distância. Hoje esse mercado no mundo é liderado pela Embraer .
"Queremos entregar mais de 5.000 jatos nos próximos 20 anos ao mercado", afirmou o executivo em entrevista à imprensa internacional nesta semana.
Para tirar do papel o Mitsubishi Regional Jet, a companhia japonesa investiu cerca de 1,8 bilhão de dólares no projeto.
Para Kawai, o Japão é destaque em diferentes indústrias, como a de automóveis, e pode se tornar a partir de agora referência na fabricação de aeronaves também.
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Recorde de pedidos
A Embraer é líder no mercado de jatos regionais no mundo e concorre diretamente com a canadense Bombardier nesse mercado.
A companhia entregou 34 jatos no terceiro trimestre. Das aeronaves entregues, 19 são para atender a aviação comercial e 15 para a executiva.
Segundo a Embraer, a carteira de pedidos firmes a entregar totalizou 22,1 bilhões de dólares no final do terceiro trimestre. O montante é o maior na história da Embraer.
A carteira foi impulsionada pelo contrato assinado com a Republic Airways Holdings, operadora com a maior frota de E-Jets do mundo, que contemplou a encomenda de 50 jatos E175.
Outro destaque do período, de acordo com a Embraer, foi o pedido firme de 15 E-Jets, modelos E170 e E190, assinado com, coincidentemente, a Japan Airline.
Faturamento com voo: R$ 13,2 bilhões |
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Variação com relação a 2012: 9% |
Prejuízo: R$ 1,6 bilhão |
Variação com relação a 2012: 23,07% |
Despesas: R$ 9,4 bilhões |
Faturamento com voo: R$ 8,7 bilhões |
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Variação com relação a 2012: 22,8% |
Prejuízo: R$ 709, 7 milhões |
Variação com relação a 2012: -45,46% |
Despesas: R$ 5,5 bilhões |
Faturamento com voo: R$ 3,7 bilhões |
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Variação com relação a 2012: 48,3% |
Lucro: R$ 136,4 milhões |
Variação com relação a 2012*: Não se aplica |
Despesas: R$ 515 milhões |
Faturamento com voo: R$ 1,7 bilhão |
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Variação com relação a 2012: 36,1% |
Prejuízo: R$ 36,5 milhões |
Variação com relação a 2012: -65,72% |
Despesas: R$ 491 milhões |
Faturamento com voo: R$ 1,4 bilhão |
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Variação com relação a 2012: 30,5% |
Prejuízo: R$ 73,3 milhões |
Variação com relação a 2012: -69,07% |
Despesas: R$ 426 milhões |