São Paulo, 16 de maio (Portal EXAME) O aumento do consumo de energia e desvalorização do real ajudaram a Eletropaulo a sair do vermelho. No primeiro trimestre do ano, a distribuidora controlada pela empresa americana AES registrou um lucro de 14,2 milhões de reais. Em igual período do ano passado, a distribuidora teve prejuízo de 14,4 milhões de reais, principalmente em função do racionamento, que vigorou até o mês de fevereiro de 2002.

Contribuiu para o resultado positivo o aumento de 9,6% na receita bruta, que totalizou 1,9 bilhão de reais o aumento da receita, por sua vez, refletiu o reajuste tarifário de 14,24% em julho de 2002 e do aumento do consumo da ordem de 7,2%. A alta na demanda por energia ocorreu tanto entre os consumidores residenciais (11%) quanto entre os industriais (16%). Outro fator importante foi a redução das despesas financeiras que caíram 127 milhões de reais em relação aos três primeiros meses do ano anterior, por conta basicamente da valorização de 5,1% do real frente ao dólar no período.

A valorização do real também aliviou o peso da dívida. O endividamento total da Eletropaulo teve no período uma pequena redução de 1,7%: foram 100 milhões de reais a menos. A distribuidora encerrou o período com uma dívida de 5,8 bilhões de reais, contra os 5,9 bilhões de reais contabilizados no final de 2002. Esse montante inclui 806 milhões de reais referentes ao empréstimo do racionamento.

No que se refere à restruturação financeira, foram concluídas duas novas renegociações no primeiro trimestre, totalizando 340 milhões de reais, cujos prazos foram estendidos de forma a serem compatibilizados com a geração de caixa da empresa. Também se voltou a ter acesso às operações financeiras de proteção contra a variação cambial (hedge), tendo concluído o trimestre com 14,2% das dívidas em dólar protegidas contra oscilações cambiais. No final do ano passado, esse percentual era de 9,4%. Nos três primeiros meses do ano, a Eletropaulo tabmém investiu 38 milhões de reais em ativos imobilizados para promover melhorias operacionais.